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Ilha de Penang, na Malásia, é repleta de festivais, galerias de arte e restaurantes

Robyn Eckhardt

New York Times Syndicate

05/05/2012 07h00

Penang está à toda. Graças ao influxo de investimentos públicos e privados e muita energia criativa - estimulada em parte pelo fato de a UNESCO ter declarado a capital, George Town, Patrimônio da Humanidade - essa ilha da Malásia está renovando sua lista de atrações, desde os carrinhos de comida de rua até os restaurantes e bares.

Além da cultura de rua, ancorada em festivais religiosos, há também os espetáculos do Performing Arts Center e eventos como o Festival Internacional de Música de Penang (penangworldmusic.com), além do Festival de George Town (de 15 de junho a 15 de julho; georgetownfestival.com), um mês de exposições, shows e leituras feitos por artistas e escritores locais e internacionais - e é bem provável que sua estadia seja muito mais confortável do que seria há alguns anos, graças à inauguração de hotéis-boutiques em mansões e casas da era pré-Segunda Guerra Mundial.

Sexta

15h - A vista do pico
Você pode já de cara se familiarizar com os arredores apreciando a vista sensacional de cima de Penang Hill, a mais de 830 metros de altura. A maneira mais fácil de subir é de teleférico. Pode assustar os mais sensíveis, mas é feita em bondinhos suíços, com ar condicionado, e leva menos de cinco minutos. Lá em cima, o ar é fresco e frio e a vista, incomparável: ao sul, as fileiras de telhados de George Town; ao norte, colinas ondulantes emolduradas pelo mar azul-turquesa. Se preferir descer a pé (a caminhada leva de duas a três horas), a trilha termina no Jardim Botânico de Penang, a trinta minutos de carro de George Town.

17h30 - Pôr-do-sol na esplanada
Quando o calor do dia começa a amainar, todo mundo que corre, leva o cachorro para passear ou sai para uma caminhada se reúne no Padang Kota Lama, um gramado espremido entre a Prefeitura e o Forte Cornwallis - que vale a espiada se você estiver disposto a pagar 1 ringgit, ou US$ 0,33 (a 3 ringgit para US$ 1); depois atravesse a rua para caminhar pela esplanada, de onde pode se ver o Estreito de Malaca. Compre um saquinho de kacang rebus (grão-de-bico cozido e temperado com cúrcuma, 3 ringgit) de um dos carrinhos brancos estacionados por ali e vá para o despretensioso café (que nem nome tem) no fim do bulevar, onde você pode admirar o céu alaranjado bebericando uma cerveja.

20h - Casa chinesa
Na onda de inaugurações em lugares reformados que toma conta de George Town, a China House (153-155 Beach St. com 183b Victoria St.; 60-4-263-7299) é a mais impressionante: 930 metros quadrados de quiosques de comida, bebida, arte e vários produtos em três shoppings interligados na área da cidade onde ficam os galpões. A decoração é rústica e chique, com vigas expostas, madeira antiga e piso de cimento, uma mistura eclética de móveis em estilo chinês, anos 50 e contemporâneo com tecidos sofisticados. Comece com um jantar no aconchegante BTB+Restaurant (jantar para dois, 190 ringgit), onde o cardápio traz pratos ocidentais com influências asiáticas e do Oriente Médio; depois, suba a escadaria para as Galerias I e II para admirar o trabalho de artistas malaios e internacionais. O melhor lugar para encerrar a noite é no estiloso Canteen+Bar (drinques para dois, 80 ringgit), onde tipos ecléticos se misturam em volta do bar aos turistas jovens e o pessoal que sai do trabalho; músicos locais se apresentam nos fins de semana.

Sábado

7h30 - Segredos malaios
Reserve com antecedência um lugar no Nazlina Spice Station (71 Stewart Lane; 60-12-453-8167; pickles-and-spices.com; 135 ringgit por aula), onde a ex-engenheira elétrica Nazlina Hussin revela os segredos dos pratos da cozinha malaia - como o frango rendang e ikan masak lemak (peixe cozido com especiarias e leite de coco). As aulas práticas começam com a visita ao mercado local - onde é possível provar picles de noz-moscada - e terminam com uma refeição comunal. Se preferir, comece o dia com o pessoal da velha guarda no Aik Hoe (6 Carnarvon St.; café da manhã para dois, 30 ringgit), seguido de um passeio a pé pelos pontos turísticos arquitetônicos com um guia do Fundo de Patrimônio de Penang (60-4-264-2631; pht.org.my; 180 ringgit até três pessoas; reserve com vários dias de antecedência). Para encerrar, almoce no International Hotel (92 Transfer Road; 40 ringgit para dois), onde o quiosque de um nativo de Sumatra, num café que pertence a um chinês, serve uma seleção de pratos malaios, indonésios e indianos.

  • David Hagerman/The New York Times

    Os dois quarteirões da Rua Armênia são ricos em história e uma festa para o consumidor

14h - Visão geral
Situado numa antiga escola que foi construída no fim do século 19, o Museu Estadual de Penang (Lebuh Light; 60-4-261-3144; www.penangmuseum.gov.my; 1 ringgit) apresenta uma visão geral da história, arquitetura e população da ilha em dois andares de exposições em malaio e inglês. Um espaço considerável é reservado à cultura gastronômica, especialidades locais e até a história dos kopitiam (cafeterias).

15h30 - História e arte
Os dois quarteirões da Armenian Street (Rua Armênia), que ganhou esse nome por causa da comunidade de empresários imigrantes que inclui os irmãos Sarkies da Eastern & Oriental e dos hotéis Raffles, são ricos em história e uma festa para o consumidor. Além da base de Sun Yat-sen (120 Armenian St.; 60-4-262-0123), onde o arquiteto da China Republicana planejou a queda da dinastia Qing, quatro associações do clã Hokkien vivem ali. Com seu templo opulento e um museu pequeno, mas muito bonito, o Khoo Kongsi (18 Cannon Square; 60-4-261-4609; khookpongsi.com.my; 10 ringgit) sem dúvida merece uma visita. Confira a galeria Studio at Straits (86 Armenian St.; 60-4-262-7299; straistcollection.com.my), que exibe, em sua maioria, trabalhos malaios, e a Galerie Seni Mutiara (118 Armenian St.; 60-4-262-0167; galerisenimutiara.com), que exibe artistas internacionais no térreo e, no andar superior, uma coleção permanente de pinturas de artistas do início do período pós-independência. Peças de vidro forjado manualmente são encontradas na Galeria Fuan Wong (88 Armenian St.; 60-4-262-9079). China Joe's, embaixo da Studio at Straits, vende roupas femininas e móveis e objetos de decoração e móveis asiáticos; já a loja de "antiguidades" Chin Seng Leong (55 Armenian St.), uma portinha escondida, é um verdadeiro achado para garimpeiros de tesouros.

19h - Iguarias locais
Quando saiu, há quase dois anos, de uma barraquinha numa das vielas da cidade para um restaurante estiloso, o Tek Sen (18-20 Carnarvon St.; 60-12-493-9424; 100 ringgit para dois) triplicou o número de mesas - o que não diminuiu o charme desse restaurante familiar nem sua habilidade de servir pratos impecáveis que atraem os moradores da cidade há 45 anos. O longo cardápio inclui opções teochew e malaias, ambas inesquecíveis. Destaques: arroz frito com carne de porco assada e chiles; peixe cozido inteiro com gengibre, tomates, picles de mostarda e ameixa azeda; gulai tumis, arraia ao molho apimentado de tamarindo.

20h30 - Saideira
That Little Wine Bar (54 Jalan Chow Thye; 60-4-226-8182; thatlittlewinebar.com), frequentado por expatriados e malaios, serve uísque por dose (20 a 28 ringgit) e por garrafa. Um público mais jovem frequenta o Behind Fifty Love Lane (Muntri Street com Love Lane), um café/bar pequeno, mas ajeitado, cujos donos são conhecidos por organizar jogos de adivinhação entre os clientes.

Domingo

  • David Hagerman/The New York Times

    Buffet de sobremesas na China House, em Penang, Malásia

8h - Selva e praia
Pegue uma tolha, alugue um táxi (30 ringgit por hora) e vá para Taman Negara Pulau Pinang (Telok Bahang; 60-4-881-3530; wildlife.gov.my/tnpp/biindex.htm; grátis), uma área de selva de 1250 hectares ladeada por praias no extremo noroeste da ilha, a cerca de 17 quilômetros de George Town. Depois de se identificar na administração, alugue um barco para um passeio até Monkey Beach (40 ringgit, só ida para duas pessoas), onde você pode nadar e relaxar na areia antes de encarar a trilha de quase três quilômetros na volta. A caminhada, feita por estradas de terra e pavimentadas, passando por lugares pitorescos, leva uma hora e meia.

Tarde - Sopa de noodles
É um pecado ir embora de Penang sem experimentar sue prato mais famoso: asam laksa, uma sopa à base de caldo de peixe com noodles de arroz e decorada com hortelã, pepino e lascas de gengibre. No caminho de volta para George Town, pare no Miami Beach (Jalan Batu Ferringghi) e vá para a praça de alimentação, onde uma vendedora chamada Ita serve uma versão excepcional, grossa, com pedaços de sardinha (3 ringgit). Acompanhada de água de coco (2 ringgit), é o fim perfeito de um fim de semana na ilha.

Se você for

Inspirado nos hotéis-boutiques europeus, o Campbell House (106 Lebuh Campbell St., Georgetown; 60-4-261-8290; campbellhousepenang.com) é aconchegante e tem serviço de primeira. Todas as dez suítes possuem docking station para iPod, frigobar e máquina de espresso. As diárias, a partir de 400 ringgit (US$ 134), incluem café da manhã, bebidas no quarto e Wi-Fi.

Depois de uma reforma que durou um ano e meio, o Hotel Oasis, que era um albergue, virou um hotel-boutique e ganhou o nome de seu endereço, 23 Love Lane (Georgetown; 60-4-262-1323). Instalado em quatro estruturas do século 19 ao redor de um jardim murado, as dez suítes (incluindo um duplex), a partir de US$ 150, são decoradas com obras de arte antigas e contemporâneas de artistas malaios e do sudeste asiático que pertencem à coleção particular do dono.