UOL Viagem

20/10/2009 - 11h55

TAP diz que fusão com TAM e criaria 'empresa muito forte'

Luanda, 20 out (Lusa) - O presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, disse, em Luanda, que uma possível fusão da TAP com a brasileira TAM e a angolana TAAG é "um conceito com algum sentido", mas que "ainda não é o momento para ser concretizado".

"Tem razões estratégicas, seria uma empresa muito forte, mas por enquanto é só um conceito que nasceu, não sabemos onde, mas na atual situação de mercado não vemos que seja o momento. Contudo, acho uma boa ideia", afirmou.

Em relação à reestruturação em andamento na TAAG, o empresário considerou que a TAP deu uma "pequena contribuição" na preparação do retorno da TAAG aos céus da Europa.

Fernando Pinto disse que a companhia aérea angolana precisa "dar mais atenção aos detalhes" para a sua saída definitiva da "lista negra" da União Europeia.

Em julho de 2007, os aviões da TAAG foram proibidos de sobrevoar o espaço aéreo da Europa, depois de detectadas falhas no seu sistema de segurança por técnicos franceses, tendo apenas este ano voltado a voar parcialmente para a Europa, sendo Lisboa o único destino autorizado nesta fase de transição e onde a companhia faz uma profunda reestruturação.

A TAP ajudou a empresa angolana a desenvolver o seu projeto, que tem como objetivo retomar os voos para a Europa.

"Tivemos uma pequena participação, em tornar realidade esse objetivo da TAAG de voltar a voar para a Europa. E foi importante para nós, na medida em que também se aprende quando se faz esse tipo de trabalhos", disse Fernando Pinto.

"Desafios complicados"

As declarações de Fernando Pinto foram feitas no final do seminário sobre Reestruturação do Sistema de Transporte Aéreo de Angola, organizado pelo Ministério angolano dos Transportes.

No seminário, Fernando Pinto falou aos participantes sobre o processo de reestruturação por que passou a TAP, em 2000, quando enfrentou um período de "desafios complicados".

De acordo com o presidente executivo da TAP, nesse ano, a companhia aérea portuguesa criou um plano de recuperação da empresa, que englobou a criação de conceitos inovadores, como serviços diferenciados, preços competitivos, comunicação intensa entre empregados e direção e o congelamento de salários.

"Ainda estamos numa fase de reestruturação e, por isso, continuamos sempre a desenvolver novos processos para se adequarem às novas realidades", frisou Fernando Pinto, acrescentando que as operações para a África são importantes para a companhia e Angola é a principal.

Para Fernando Pinto, o projeto de reestruturação da TAAG, "muito bem delineado", poderá, "em pouco tempo", culminar com a saída definitiva da empresa da lista negra da União Europeia.

Um ano depois, da proibição da TAAG sobrevoar o espaço aéreo europeu, a União Europeia autorizou a transportadora aérea angolana a voar apenas para um destino, que não excedesse as 10 frequências semanais, tendo Lisboa sido a rota escolhida pelo grande volume comercial.

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