05/10/2009 - 16h31
Casa de Portugal quer ampliar projeto de lusofonia em Macau
Macau, China, 5 out (Lusa) - A Casa de Portugal em Macau quer aproveitar as comemorações pelos 100 anos da implantação da República portuguesa, em 2010, para reiterar o dinamismo da comunidade portuguesa na região administrativa especial chinesa, com um projeto local que priorize a lusofonia.
Em entrevista à Agência Lusa, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, explicou que a intenção é "colocar Macau no circuito das comemorações do 100º aniversário da República portuguesa, aproveitando-se o momento para dar maior visibilidade" à comunidade portuguesa radicada na região administrativa especial chinesa.
"Queremos contrariar a ideia de que Macau não mexe com as questões nacionais, pelo fato de estar geograficamente longe de Portugal, e mostrar que a comunidade está viva e dinâmica, procurando formas de afirmar seu interesse e capacidade de realização", afirmou Amélia António.
Sem querer dar detalhes dos projetos que estão sendo elaborados em Macau para os 100 anos da República portuguesa, a presidente da Casa de Portugal disse que o objetivo "é apresentar uma forma de criação local, diferente e autônoma, que seja capaz de mostrar esse lado atuante e positivo da comunidade portuguesa".
"Não queremos consumir o que se fará em Portugal, onde certamente estão a ser planejados projetos para circularem pelas diferentes comunidades portuguesas, mas queremos apresentar algo autônomo, que corra pelas restantes comunidades espalhadas pelo mundo, terminando em Portugal", disse.
Para a presidente da Casa de Portugal, a iniciativa de Macau será um "estímulo para as demais comunidades" lusófonas e, em relação a Portugal, será, possivelmente, a forma "mais eficiente de mostrar que se alguma coisa está esquecida não é deste lado, mas de quem não olha para o que se faz por cá".
A Casa de Portugal em Macau lembrou nesta segunda-feira a implantação da República com a entrega de prêmios aos melhores alunos de português da Universidade de Macau, Instituto Politécnico, escola luso-chinesa e escola portuguesa, num total de seis, e com um jantar no Clube Militar, durante o qual o jornalista João Guedes falou do papel do ex-governador Carlos da Maia.
Para o jornalista, Carlos da Maia ainda é lembrado como um dos melhores governadores de Macau (1914-1916), porque durante sua permanência no território se tornou um dos mais dinâmicos líderes do local, fato reconhecido por historiadores.
"Em um ambiente extremamente adverso, conseguiu desenvolver Macau na saúde e educação, nomeadamente na construção de uma rede de escolas, algumas das quais nas ilhas da Lapa e da Montanha que pertencem à administração da cidade continental de Zhuhai", afirmou.