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'The New York Times' indica atrações para curtir o Rio de Janeiro em 36 horas

Vista do Jardim Botânico, fundado em 1808 por dom João 6º de Portugal, no Rio de Janeiro - André Vieira/The New York Times
Vista do Jardim Botânico, fundado em 1808 por dom João 6º de Portugal, no Rio de Janeiro Imagem: André Vieira/The New York Times

ARIC CHEN

New York Times Syndicate

02/10/2010 07h30

Com a Copa do Mundo em 2014, seguida pelos Jogos Olímpicos dois anos depois, o Rio de Janeiro está pensando além da praia. A área portuária histórica está passando por ampla reforma e museus de arquitetos de vanguarda como Santiago Calatrava e Diller Scofidio + Renfro estão em obras. O muito esperado trem bala para São Paulo parece que finalmente acontecerá, enquanto a cidade avança (apesar de que forma intermitente) na solução dos problemas de suas notórias favelas. Sempre haverá sol, biquínis e Carnaval, mas atualmente o Rio tem muito mais para mostrar.

 

Sexta-feira

 

15h - Curvas concretas

Muito antes de o futuro chegar, Oscar Niemeyer o estava construindo. O arquiteto mais famoso do Rio (102 anos) é mais conhecido por seu projeto da capital do país, Brasília, mas os visitantes precisam apenas ir para São Conrado, a cerca de 20 minutos de carro do centro da cidade, para ver a Casa das Canoas (Estrada das Canoas, 2.310, São Conrado; 55-21-3322-3581). Atualmente sede da Fundação Niemeyer, esta é a casa que o arquiteto construiu para si mesmo em 1953. Seu teto curvo e as formações rochosas que se projetam podem ser admirados apenas de terça a sexta, das 13h às 17h.

 

20h - Peixe à beira-mar

Continue admirando a vista durante um jantar no Hotel Fasano (Avenida Vieira Souto, 80; 55-21-3202-4000; fasano.com.br), projetado por Philippe Starck, bem na praia de Ipanema. Seu restaurante de peixes e frutos do mar, o Fasano Al Mare, serve pratos como atum em crosta de pão com creme de feijão branco e cebola roxa (R$ 78), enquanto seu interior arejado ilumina de forma lisonjeira os rostos glamourosos presentes. Depois, siga para o bar de tema londrino do Hotel, o Baretto-Londra, para a saideira.

 

23h - Passeando pela Lapa

Ainda com fôlego? Esta cidade festeja até tarde, então se junte aos estudantes, boêmios, yuppies e moradores locais nas baladas pelas ruas da Lapa. Este bairro histórico e encantador no centro do Rio avança noite adentro com abundância de comidas de rua e bebidas baratas. Entre em populares casas de samba como o Rio Scenarium (Rua do Lavradio, 20; 55-21-3147-9005; rioscenarium.com.br) e o intimista Carioca da Gema (Rua Mem de Sá, 79; 55-21-2221-0043; barcariocadagema.com.br). Ou apenas pule de bar em bar até amanhã.

  • André Vieira/The New York Times

    O Rio de Janeiro está pensando além da praia, como os passeios de bonde pelas ruas de paralelepípedos do bairo Santa Teresa

Sábado

 

10h - Pechinchas do cais

É hora de algumas explorações. As manhãs de sábado significam a feira de antiguidades na Praça 15 de Novembro, ao longo do cais no coração histórico do Centro do Rio. Revire as ofertas habituais de jogos de porcelana antigos, discos de vinil e roupas usadas – mas também o artesanato, os enfeites em estilo colonial e outras curiosidades locais que você não encontrará em nenhum outro lugar. Não deixe de pechinchar.

 

Meio-dia - Nas alturas

Suba com o velho bonde para as ruas de paralelepípedos, sinuosas e arborizadas de Santa Teresa. Conhecido por seus velhos casarões, alguns convertidos em museus e pensões, este enclave artístico, antes negligenciado, voltou à vida. Considere o quase novo Hotel Santa Teresa (Rua Almirante Alexandrino, 660; 55-21-3380-0200; santa-teresa-hotel.com), uma ex-fazenda de café convertida em um retiro de luxo. Passeie pelas lojas de artesanato e restaurantes na rua principal, a Almirante Alexandrino. Almoce lá ou continue subindo o morro até os pátios com teto de piaçava do Aprazível (Rua Aprazível, 62; 55-21-2508-9174; aprazivel.com.br) para vistas espetaculares e o bacalhau do pai (R$ 71), em porção suficiente para dois.

 

15h - Arte no Centro

A história se encontra com a arte contemporânea no Centro. Do outro lado da feira de antiguidades, o Paço Imperial do século 18 (Praça 15 de Novembro, 48; 55-21-2215-2622; pacoimperial.com.br) apresenta excelentes exposições, como a recente de Gordon Matta-Clark. Não longe dali, fica a antiga sede de um banco que agora é o Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Primeiro de Março, 66; 55-21-3808-2020; bb.com.br/cultura), onde é possível encontrar, por exemplo, uma retrospectiva de Rebecca Horn. A área também abriga um crescente número de galerias. Não perca A Gentil Carioca (Rua Gonçalves Ledo, 17; 55-21-2222-1651; agentilcarioca.com.br), um espaço experimental dirigido por três artistas, incluindo o astro das artes brasileiro Ernesto Neto.

 

17h30 - Uma vista diferente

Esqueça aquelas vistas perfeitas de cartão postal do Pão de Açúcar e do Corcovado. Recentemente, como parte de um esforço para melhor integrar as favelas à cidade, o Rio inaugurou um cintilante elevador panorâmico que sobe mais de 20 andares, ligando o rico bairro de Ipanema com a favela do Cantagalo acima (veja fotos do elevador e da vista do Complexo Rubem Braga). Na esquina da Rua Teixeira de Melo e Rua Barão da Torre, ao lado da Praça General Osório, esta peça de arquitetura progressista possui mirantes com vista de Ipanema e Copacabana. Os guardas poderão impedir você de tomar o segundo conjunto de elevadores para a favela. Mas provavelmente é o mais próximo possível que você chegará por conta própria.

 

21h30 - Rua gourmet

Os pavões do Rio vão para o Leblon para jantar, especificamente para a Rua Dias Ferreira. Em um espaço de uma quadra, é possível escolher entre o sempre movimentado Sushi Leblon (Nº 256; 55-21-2512-7830; sushileblon.com), com suas opções às vezes exóticas de sushi (pense em ovo de codorna e azeite de trufas, R$ 11 a R$ 22), e o Quadrucci (Nº 233; 55-21-2512-4551; quadrucci.com.br), com seus pratos italianos como risoto de camarão com manga, mascarpone e rúcula (R$ 47). Para novos pratos, siga para o Zuka (Nº 233b; 55-21-3205-7154; zuka.com.br) e experimente o ceviche de peixe branco com pimenta-biquinho e molho de cítricos (R$ 27) e a costeleta de cordeiro com purê de baroa (mandioquinha) e maracujá (R$ 79).

 

Meia-noite - Decadente ou chique?

Enquanto o Rio recupera sua zona portuária, o bairro de Gamboa está se transformando em um centro de vida noturna que deseja competir com a Lapa. (Ainda assim, a área pode ser um pouco rudimentar, então saiba para onde está indo.) Com um público animado, pé no chão, em um prédio rústico do século 19, o Trapiche Gamboa (Rua Sacadura Cabral, 155; 55-21-2516-0868; trapichegamboa.com.br) é uma das casas de samba mais populares da cidade. Ou para uma megafesta gay, atravesse a rua até o The Week (Rua Sacadura Cabral, 154; 55-21-2253-1020; theweek.com.br), uma boate importada de São Paulo para o público sarado e de DJs. Uma alternativa é tomar um táxi para a Urca e ir ao Zozô (Avenida Pasteur, 520, Praia Vermelha; 55-21-2295-5659; zozorio.com.br). Situado ao lado da praia, vizinho de estação do bondinho do Pão de Açúcar, este restaurante se transforma no fim de semana em um lounge pós-jantar e danceteria, onde uma clientela de brasileiros trintões elegantes faz aquilo que faz melhor: ter uma boa aparência.

  • André Vieira/The New York Times

    Vista do interior do Baretto-Londra, bar localizado no interior do Hotel Fasano

Domingo

 

11h - Brunch obrigatório

Noite longa? Siga para a Escola do Pão (Rua General Garzon, 10; 55-21-2294-0027; escoladopao.com.br), dirigida por uma dupla de mãe e filha que transformou esta casa que antes pertencia ao escritor José Lins do Rego em um bistrô estilo francês, padaria, escola de culinária e um trabalho de amor. Sente-se em seu interior aconchegante de colunas de ferro fundido e toques tropicais. Então comece a provar o desfile de sucos de frutas frescas, queijos gratinados, sanduíches, ovos leves como ar e pães impecáveis que compõem seu brunch com preço fixo de R$ 62.

 

12h30 - Da Lagoa ao Jardim

Hora de tomar um ar. Caminhe ao longo da Lagoa – a Escola do Pão fica à sua margem – ou dê uma curta caminhada até o impressionante Jardim Botânico (Rua Jardim Botânico, 1008; 55-21-3874-1808; jbrj.gov.br; R$ 5). Fundado em 1808 por dom João 6º de Portugal, ele mantém sua imponência imperial, com seus lagos, fileiras de palmeiras reais, monumentos e estufas repletas de orquídeas. Um excelente modo de relaxar.

 

O básico

 

Aberto em 2007, o Hotel Fasano (Avenida Vieira Souto, 80; 55-21-3202-4000; fasano.com.br) com 89 quartos é uma contribuição vistosa de Philippe Starck para a orla marítima de Ipanema, com pisos de madeira e móveis modernistas brasileiros. Há uma piscina infinita na cobertura e um novo spa. Os quartos duplos custam a partir de R$ 1.200.

 

O Ipanema Plaza (Rua Farme de Amoedo, 34; 55-21-3687-2000; ipanemaplaza.com.br) é um favorito do público fashion e próximo do setor gay da praia. Os 140 quartos espaçosos custam a partir de R$ 435.

 

Copacabana não é mais como antes. Mas para algo que vale o preço, experimente o novo Arena Copacabana (Avenida Atlântica, 2064; 55-21- 3034-1501; arenahotel.com.br) com 135 quartos, que abriu no ano passado com quartos modernos simples, mas confortáveis, bem na praia. Quartos standard a partir de R$ 330.

 

Tradução: George El Khouri Andolfato