UOL Viagem

02/08/2009 - 12h51

Chegando ao sudeste do Brasil, no nono e último dia da Expedição Brasil Melhor

FABIO PANZA
Participante da expedição
Nem chuva nem lama, o último dia de estrada foi de céu azul, calor e muita quebradeira. Perda total de freio, roda voando pra fora de carros em alta velocidade, quebra de suspensão, tudo conspirando para impedir que conseguíssemos chegar a Itamonte. Não foi o suficiente. Aqui estamos, todos os expedicionários e seus carros aguentando firme e prontos para o último trecho até o litoral paulista.

Desde a saída de Ouro Preto, a bruxa já rondava. Neblina pela manhã e as ruelas centenárias maltrataram os navegadores e o rádio (aquele que não funciona) ficou cheio de gente discutindo os descaminhos. Os mecânicos permaneceram para trás ajustando os carros mais danificados enquanto o resto da expedição seguia em direção a serra da Mantiqueira equipada com capas de chuva, material para lama, etc... Tudo isso à toa. Depois de toda a chuva na Caatinga, chegamos ao sudeste com tempo firme e seco.

E o trabalho não para. Os veículos de apoio vêm e vão pela trilha marcando caminho, levando médico, mecânicos, coordenadores e equipes de mídia. Os Trollers se mostram verdadeiros cabritos, subindo mesmo os barrancos à beira da estrada para desviar de carros atolados.

A Estrada Real acabou se tornando algo enorme e variado. Dividida em 'Circuitos' temáticos de acordo com o que a região acha que pode oferecer. Circuitos dos Diamantes, do Ouro, Fazendas e Estâncias, Montanhas Mágicas. Os turistas interessados têm escolhas para todos os gostos.

E o nosso gosto é trilha. Passamos o dia cruzando sucessivos vales apenas para subir mais montanhas do outro lado. Imensas oportunidades para fotos, tanto das paisagens quanto dos carros em manutenção em plena trilha.

Todo fotógrafo vive assombrado pela foto perdida. Uma máquina emperrada, fora de foco ou alguém passa na frente e lá se vai uma foto memorável. Sofro do mesmo problema por falta de espaço. As histórias que ficam pra trás me atormentam. Como não falar sobre a carona que demos a um saltimbanco chileno que nos ajudou a arrombar um carro trancado com a chave dentro? E do expedicionário que teve a orelha fisgada por um anzol? Vão ficando as fotos e as lembranças, as amizades se sedimentando. As discussões sobre qual foi a melhor trilha, o maior mico, o pior hotel. Hoje é dia de saudades, de casa e das trilhas que ficaram pra trás.

MBVC!

Até a próxima!

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