UOL Viagem

04/06/2008 - 00h17

Brasileiro começa nesta 4ª volta ao mundo de moto e busca bater recorde

BRUNA MONTEIRO COLAIORI
Editora de UOL Viagem

Divulgação

Rodrigo Fiúza, que tenta dar a volta ao mundo de moto em 89 dias

Rodrigo Fiúza, que tenta dar a volta ao mundo de moto em 89 dias

Para a grande maioria, viajar é uma atividade de lazer, seja para relaxar, aprender ou se aventurar. Para alguns, a aventura é indispensável. Mas, para o radical Rodrigo Fiúza, não basta ser aventureiro, tem que ser profissional no assunto. Sendo assim, ele começa nesta quarta (4/6) seu maior desafio na carreira, bater o recorde da mais rápida volta ao mundo de moto. Da partida, de Lisboa, até chegar em Nova York, no Brazilian Day, dia 31 de agosto, serão 89 dias e cerca de 36 mil quilômetros. O recorde atual é de um europeu, que demorou oito meses para girar o globo em duas rodas, segundo Fiúza.

Para garantir a proeza, o aventureiro mineiro terá que percorrer em média, diariamente, 400 km, o equivalente a quase um percurso São Paulo-Rio de Janeiro. Pilotando uma moto de 250 cc, não é lá a viagem mais confortável do mundo. Ainda mais tendo no itinerário terras não muito agradáveis para pilotar, como Rússia, China, Sibéria e Alasca. "Só na Rússia são 12 mil quilômetros, sendo 3.000 deles em estrada de terra. Pegarei regiões onde chove muito e outras abandonadas", conta Fiúza. "Mas aprendi com minha profissão que lidar com o medo e ter tranquilidade em situações extremas é o que nos mantém vivos."

Fiúza tem 33 anos e já encarou muitos desafios desde que resolveu ser um "aventureiro profissional" e ganhar a vida realizando seus sonhos mais difíceis. Em 2001, por exemplo, foi de Belo Horizonte à Antártica em uma motocicleta de 225 cc. No ano seguinte, com uma moto equivalente, foi até o Alasca. Em 2004, cruzou todo o Oriente Médio e a Ásia em uma pequena moto 125 cc, levando uma mensagem de paz assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e entregando para civis que cruzava nas zonas de conflito.

A partir daí passou a ser conhecido como o "aventureiro da paz". Na viagem que começa agora, Fiúza também levará uma mensagem. É um cartão com a palavra "paz" escrita em várias línguas, assinado pelo presidente Lula. Uma das suas primeiras paradas será o Vaticano, onde pretende entregar a mensagem para o papa Bento 16. Outra parada estratégica é Pequim, no começo dos Jogos Olímpicos da China. Em toda a viagem, arrecadará assinaturas para seu pedido de paz.

Grande parte do percurso, Fiúza fará absolutamente sozinho, registrando os momentos com uma câmera de vídeo. Nas paradas, porém, encontrará uma equipe que o ajudará a registrar momentos importantes. Na volta ao Brasil, o material deve virar livro e DVD. Seus patrocinadores são Yamaha, Secretaria de Esportes de MG, Albergues da Juventude, Fórmula Academia, Emive, TAP, Nutrilatina e Artesanato do Japa.

Se sobreviver aos ursos da Sibéria, às tempestades da Rússia, à solidão das estradas ermas e ao vento na cara e o assento duro dos trajetos em duas rodas a tempo de bater o recorde, Rodrigo Fiúza não só terá cumprido mais uma etapa do "game" da sua vida, como terá colocado mais um nome brasileiro na lista dos doidos deste planeta. Para onde será que ele vai querer levar sua moto depois dessa?

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