UOL Viagem

10/10/2006 - 17h08

Nordeste é o destino mais procurado entre as aéreas no fim de ano

Da Redação

Fabio Schivartche/Folha Imagem

Lençóis maranhenses atraem milhares de turistas todos os anos

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Com a crise financeira da Varig e o aumento da demanda por vôos no mercado de aviação civil do país em decorrência das festas de final de ano e das férias de janeiro, quem deseja conseguir passagens nestes períodos deve se planejar com antecedência, principalmente se os destinos forem para as cidades do Nordeste - os mais procurados na TAM, Varig, BRA, Gol e Ocean Air até esta terça-feira (10/10).

A TAM informou por meio de sua assessoria de imprensa que os lugares mais requisitados no período entre o Natal e o Ano Novo são Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro. A empresa não divulga o número de vagas disponíveis em cada vôo, mas afirmou que há poucos assentos para as cidades de Natal e Maceió, do dia 20 de dezembro até a véspera de Natal, e para Porto Seguro, Natal e Maceió, entre 28 de dezembro e o dia 31 do mesmo mês. "Para o Rio de Janeiro, a demanda é alta, mas também há muita oferta", disse. A empresa não faz projeções de vendas para o final de ano porque isso pode alterar o mercado de ações da companhia.

Já na BRA, os locais mais procurados são o Nordeste e os vôos internacionais para Madri e Lisboa. "A BRA ainda possui lugares disponíveis para todos os seus destinos, e dependendo do crescimento da demanda, a empresa tem a possibilidade de aumentar a oferta de seus vôos", informa a sua assessoria.

A Gol não divulgou os destinos mais procurados, mas disse que ainda há disponibilidade para todos os vôos. A companhia deu uma dica para os clientes. "Quanto mais perto da alta estação, a disposição de passagens diminui e os preços aumentam. A Gol aconselha aos seus passageiros comprar os bilhetes com dois meses de antecedência, porque as tarifas ficam mais econômicas", disse sua assessoria de imprensa.

Na Ocean Air, a maior demanda é por passagens para as cidades do Nordeste. A Varig informou que ainda há vagas em seus vôos para o final de ano, mas não disse quais os lugares mais procurados.

Varig X Anac

Dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) revelam que a Varig cancelou 41 vôos nacionais e três internacionais desde o início da crise. As rotas não foram repassadas a nenhuma aérea. "A Varig está operando uma malha temporária. Não cabe à empresa repassar vôos", informa a assessoria de imprensa da companhia.

A dona da nova Varig, a VarigLog, já tem autorização jurídica para funcionar, mas ainda depende que a Anac emita o Cheta (Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo), documento que dá garantias de que a empresa tem competência para reimplantar sua malha áerea com segurança.

A assessoria de imprensa da Anac disse que não há prazo previsto para a concessão do certificado este ano. "O Cheta depende de um parecer da superintêndência de segurança operacional da Anac, que ainda está sob análise técnica e não se sabe quando será emitido. Este documento atestará se a empresa tem ou não condições para voltar a operar as linhas", informa.

Somente após a concessão do Cheta, a companhia estará apta para fazer os contratos de leasing das aeronaves. "Há planos iniciais para o retorno de vôos para a América do Sul e para a Europa. Tão logo receba o certificado, a empresa tem 30 dias para voltar a operar plenamente a sua malha doméstica, e 180 dias, a internacional", disse a assessoria.

Em entrevista à Folha Online na última quinta-feira (05/10), o executivo do fundo de investimento norte-americano Matlin Patterson (que participa da VarigLog), Lap Chan, se queixou da demora da Anac na concessão das autorizações de vôo e disse que a "paciência está chegando ao limite" e que pode sair do negócio se não obtiver os documentos.

Segundo Chan, as férias aumentam a demanda por passagens aéreas e a ausência da concessão tem atrasado investimentos estratégicos, como o arrendamento de aeronaves.

"Muitos desses aviões estão em processo de manutenção, parados no chão. No momento que esses arrendadores tiverem a confiança que existe uma companhia que tem a concessão e tem a habilidade de voar, eles terão interesse em arrendar esses aviões, mas não para a antiga empresa", afirmou.

O executivo também disse que as outras companhias competidoras são beneficiadas com o atraso em obter a concessão e que a nova dona já aportou US$ 96 milhões à Varig.

Segundo o presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antônio Audi, a empresa tem hoje 15 aviões, 1.700 funcionários e um capital social de US$ 141 milhões.
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