UOL Viagem

Laurentino Gomes

Para autor, turismo é a forma mais agradável de aprender

EDUARDO VESSONI
Colaboração para o UOL
  • Eduardo Vessoni/UOL

    Para Laurentino Gomes, turismo não é passatempo

Assim como em sua literatura detalhada de datas e dados do passado, é a História que determina o roteiro de Laurentino Gomes quando é hora de sair de casa com as malas feitas para conhecer novos destinos.

Autor de grandes sucessos nacionais como 1808 e 1822, Laurentino acredita que fazer turismo é ir além de comprar um pacote em uma agência e aceitar uma programação engessada.

“Turismo não é passatempo. É a maneira mais agradável de aprender sobre um determinado destino em lugares como museus, galerias de arte ou apenas ao caminhar pela rua e observar o comportamento dos locais”, explica esse jornalista que ficou famoso ao contar de forma acessível para o grande público histórias como a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro e da Independência do Brasil.

“Fazer turismo é visitar a zona de desconforto, é ser chocado pelo diferente”, completa.

Uma de suas experiências mais marcantes foi o período em que esteve como correspondente da revista Veja em Belém, entre 1984 e 1986, quando o ritmo alucinado do cotidiano das redações jornalísticas deu lugar à contemplação.

“Naquelas terras amazônicas, o homem é apenas um detalhe e, de longe, se sobrepõe a aquela natureza opressiva onde a floresta está sempre à espreita, a umidade é excessiva e o calor é intenso”, relembra Laurentino, que acredita que o maior equívoco é encarar a região Norte como um grande zoológico selvagem.

O Piauí é outro destino nacional que o escritor recomenda para fazer turismo sem pressa, como o Delta do Parnaíba, a pré-histórica Serra da Capivara e até a capital Teresina que, em sua opinião, se destaca pelas ruas arborizadas. “Esses são os polos turísticos escondidos do Brasil”, conta o autor.

Turismo e História parecem mesmo disciplinas indispensáveis na carreira profissional desse jornalista de Maringá, no Paraná.

No exterior, capitais europeias como Lisboa, Madri e Paris estão na lista de preferências de Laurentino, mas sua principal paixão é Porto, cidade do noroeste de Portugal que, em sua opinião, não se contaminou com as modernidades da União Europeia.

“Porto é o lado aldeão e mais genuíno daquele pais, onde eu recomendo os museus e sebos locais, e a Livraria do Lelo, uma versão pequena da Librería El Ateneo de Buenos Aires”, descreve.