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Paulo Mancini

Fotógrafo capta uma Rússia em reconstrução, caótica e bela

Da Redação
Paulo Mancini é um dos três fotógrafos da exposição "Cosmos - Três Olhares sobre a Rússia", que mostra até 4 de novembro de 2007 na Pinacoteca de São Paulo 190 imagens da capital, Moscou, e de São Petersburgo feitas por Mancini, Maurício Nahas e Ricardo Barcellos. Nos 18 dias de viagem pelo país, que Mancini considerou pouco, deu para o fotógrafo colecionar algumas dicas sobre as coisas mais interessantes da Rússia.

"Foi tudo muito legal porque a gente estava atrás da peculiaridade, era tudo muito diferente do que eu já vi. Já tinha estado em Tóquio, mas na Rússia você espera coisas diferentes por tudo o que aconteceu ali. Tantos anos vividos com restrições, as pessoas não tinham acesso à maioria das coisas, uma vida difícil", explica, referindo-se ao passado socialista do país.

Mancini conta que o que encontrou foi uma juventude absurdamente consumista e um país muito bonito, vasto. "A arquitetura está bem legal, eles estão construindo de novo, então está chocando, porque tudo antes tinha um padrão. Eles estão vivendo um momento quase que de caos", resume o fotógrafo. "Os jovens estão aproveitando a abertura, já os mais velhos estão perdidos, sem chão."

Ele destaca a noite de Moscou: "É bem divertida, bebe-se muito, é um espetáculo. As boates são animadas, eles são avançados em relação à diversão. A contradição é que a noite bomba, mas tem muitos, muitos parques de diversão. Apesar de saírem à noite, eles também gostam de se divertir de dia".

Para comer, Mancini conta que há restaurantes variados, desde chineses, japoneses e até muitos Mcdonald's. "Descobri um restaurante georgeano em São Petersburgo, fantástico, com uma comida muito boa."

Quando o papo é comida típica, é sempre bom ficar atento às surpresas: "Tomei um susto em Moscou, em um restaurante de comida típica russa. Na entrada, vem um shot de vodca, aperitivo que tem em todo lugar, com pepinos em conserva. Nesse lugar, junto com o pepino vieram umas lascas, que eu achei que fossem de lula. Quando coloquei na boca, era lasca de gordura", conta o fotógrafo, que não achou a sensação da mordida muito agradável.

Mas, para Mancini, a grande atração de Moscou é o metrô. "É lindo. Cada estação é criada por um arquiteto. É padronizado, mas a decoração é diferente. Vale a viagem só para passear de metrô. São fundos, com escadas rolantes bem profundas. Muito mármore, estátuas. Cada estação é uma atração", descreve, lembrando que a cidade é muito ampla, de avenidas muito largas, por isso é cansativo explorá-la a pé.

"São Petersburgo é praia, me parece mais turística. É mais ou menos como Rio e São Paulo. Moscou é mais cosmopolita, trabalho, pessoas correndo. Já São Petersburgo é a beleza, a riqueza, poder aquisitivo mais elevado, mais elitizado, barcos enormes", compara.

Depois dessa aventura pelo desconhecido, Mancini ficou com vontade de fazer o percurso da estrada de ferro Transiberiana, que liga a Rússia européia às províncias do Oriente. "Deve ser fantástico."