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Marcelo Gomes

Cineasta de "Cinema, Aspirinas e Urubus" adora andar pelas ruas de Lisboa

Da Redação
Marcelo Gomes, que dirigiu "Cinema, Aspirinas e Urubus", está encantado com Lisboa. O cineasta escolheu a capital de Portugal para dar dicas preciosas de viagem: "Apesar de já ter ido várias vezes à Europa e morado lá por quase dois anos, eu nunca tinha ido a Portugal. Hoje considero isso um erro de percurso, uma falha inadmissível", conta.

"Cheguei à Lisboa no dia 13 de junho, aniversário de Fernando Pessoa e Dia de Santo Antônio, padroeiro da cidade. Peguei um táxi no aeroporto e pedi ao motorista para me levar ao hotel Borges, no bairro do Chiado. Ele respondeu que aquele era o hotel que ficava em frente à escultura de Fernando Pessoa. 'Puxa - eu disse então - estou em boa companhia, Borges e Fernando Pessoa', e o taxista riu. Animado, continuei: 'E que maravilha, estou na Europa falando português e todo mundo me entende'. Foi quando o homem retrucou azedamente: 'Falando português errado. Porque vocês brasileiros falam português errado'. Me senti ultrajado com o comentário! Depois de alguns dias, entendi que aquela frase fazia parte do jeito de ser lisboeta. O jeito que, no primeiro momento, parece rude, mas depois se entende como uma simpatia áspera e dura, que me lembrava bastante meus conterrâneos pernambucanos", lembra o diretor, rindo.

O cineasta revela que no mesmo dia fez uma caminhada pela cidade e pôde presenciar uma cena inusitada: "Passei na frente da igreja de Santo Antônio e vi um grupo de noivas saindo de um casamento coletivo em uns carros antigos, em meio a um monte de velhinhas com pãezinhos de Santo Antônio e vendedoras de santinhos".

"Lisboa é uma cidade ótima para caminhadas e há vários passeios bacanas para se fazer. Um deles é pegar o bonde que cruza a cidade e vai até o cemitério dos Prazeres - engraçado esse nome, né? Outro programa interessante é uma visita ao Oceanário, no prédio onde aconteceu a Expo 98. Lá tem mais tubarões que nas praias do Recife", brinca Marcelo Gomes.

"Há, claro, os passeios tradicionias, coisas que não se pode deixar de fazer: visitar o castelo de São Jorge, a vista mais bonita da cidade; ir aos Jerônimos, na torre de Belém; comer os pastéis de Belém e deixar o olhar se perder nas vitrines dos armarinhos das barbearias antigas", entrega.

O diretor também deu uma dica para quem gosta de badalação: "Existe uma outra Lisboa que é supermoderna, com uma noite agitada, cheia de bares e restaurantes. Nesse quesito, vale destacar o Lux, clube noturno do ator John Malkovich, freqüentado pelos descolados".

"A arquitetura da cidade é bonita, principalmente a do Bairro Velho, que é uma mistura de Salvador, Rio de Janeiro e, em menor proporção, Recife. São azulejos, ladeiras e barroco misturados à religiosidade e à espontaneidade do povo", completa.

Para concluir, Marcelo conta que descobriu uma preciosidade sobre Lisboa: "Uma coisa que pude observar foi o jeito de andar e de ser do povo. Eles têm uma malemolência que não há no resto da Europa e que lembra o brasileiro. Precisei ir até Portugal para encontrar a peça do quebra-cabeça que faltava para entender melhor o meu próprio país".