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10 razões para visitar Belarus, a "última ditadura da Europa"

Fábio Aleixo

Colaboração para o UOL

01/11/2017 04h00

Cercada por países como Polônia e Rússia, Belarus (a Bielorrússia) dificilmente está no roteiro turístico de agências. Mas o país tem muito a oferecer em termos de arquitetura, história e gastronomia.

Belarus é conhecida como a “última ditadura da Europa” -- apelido dado por alguns jornalistas e políticos europeus e americanos sem virtude do longo tempo em que Alexander Lukashenko ocupa a presidência. No cargo desde 1994, ele é conhecido por comandar o país com mão de ferro, adequar as leis ao seu bel-prazer e reprimir fortemente seus opositores. Mas o turista não precisa se preocupar com restrição de liberdade ou forte repressão policial. Pelo contrário. Vai se surpreender com a segurança e a limpeza.

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Para estimular o turismo, o país tem relaxado suas leis de migração e, desde janeiro, cidadãos de 80 países podem visitá-lo sem visto por até cinco dias. Para brasileiro é muito mais tranquilo: o prazo é de 90 dias. Veja esta e outras razões pela qual vale a pena visitar Belarus:

1. Brasileiro não precisa de visto

Placa de boas-vindas no aeroporto  - Fabio Aleixo/UOL - Fabio Aleixo/UOL
Placa de boas-vindas no aeroporto
Imagem: Fabio Aleixo/UOL

Belarus não exige visto de cidadãos brasileiros para até 90 dias. Oficiais de imigração podem solicitar a apresentação de um seguro viagem que cubra um valor mínimo de 10 mil euros. Também pode ser exigida a apresentação de recursos financeiros, de US$ 25 por dia para viagens de menos de um mês ou US$ 525 para cada mês de estadia. Se estiver voando da Rússia, não haverá controle de passaporte. Então guarde seu cartão de embarque para mostrar que entrou legalmente no país. Também é necessário um registro com o escritório nacional de imigração, que será feito pelo seu hotel. Não perca este papel.

2. Dá para voar de quase qualquer lugar da Europa

Saindo de São Paulo ou Rio de Janeiro, a rota mais curta para a capital, Minsk, é com conexão em Frankfurt pela Lufthansa. Mas também é possível ir via Istambul, com a Turkish Airlines, ou Abu Dhabi, com a Etihad. Se já estiver na Europa, a companhia local, Belavia, voa de grandes cidades como Barcelona, Londres, Roma, Paris, Milão, Moscou.

3. É possível conhecer o país de trem sem complicação

Estação ferroviária de Brest - Fabio Aleixo/UOL - Fabio Aleixo/UOL
Estação Ferroviária de Brest
Imagem: Fabio Aleixo/UOL

Belarus tem malha ferroviária de 5.512 quilômetros, o que permite conhecer o país tranquilamente usando trens. As viagens são baratas e a qualidade dos veículos é boa, podendo escolher entre compartimentos privados ou vagões com diversos assentos. Todas as principais cidades turísticas -- Minsk, Brest, Vitebsk, Gomel, Grdono, Polotsk -- contam com ótimas estações, com bons serviços para os viajantes.

4. Hospedagem e alimentação não vão pesar no bolso

Hotéis são muito baratos. Em Minsk, é possível achar 4 estrelas com piscina com diárias a partir de US$ 45 (R$ 146) se reservados com antecedência. Apartamentos e guesthouses também são opções e há muitos bem equipados a partir de US$ 15 (R$ 48). Fora da capital, os preços caem ainda mais. Em Brest, por exemplo, é possível reservar hotéis 3 estrelas a partir de US$ 35 (R$ 113). Os preços são para duas pessoas. Albergues ainda não comuns no país e as opções são bem restritas.

Quanto à alimentação, também há opções muito baratas. Em Minsk, há restaurantes self-service no qual é possível pagar menos de US$ 5 por uma refeição com salada, prato principal e bebida. Uma opção bem econômica na capital é o Lido, que serve comida típica por um ótimo preço. Há também as tradicionais redes de fast-food como Mc Donald’s e KFC. Um combo completo do Big Mac sai por apenas US$ 3,53 (R$ 11).

5. As cidades têm uma bela mescla de arquiteturas

Praça da Independência - Fabio Aleixo/UOL - Fabio Aleixo/UOL
Imagem: Fabio Aleixo/UOL

Belarus e Misnk têm arquitetura belíssima, com mistura de diversos estilos. O principal é o stalinista, marcado por seus grandes edifícios de concreto, estátuas e monumentos. Os maiores exemplos na capital estão na Avenida da Independência e na Praça da Independência, onde uma enorme estátua de Lênin dá boas-vindas aos visitantes. Há também a bela arquitetura religiosa das igrejas ortodoxas, principalmente no Centro Velho, e também modernista e pós-modernista, como na Biblioteca Nacional e no Museu da Grande Guerra Patriótica. No interior do país, há diversos castelos, sendo o mais famoso o de Mir, a 85 quilômetros da capital.

6. Lá morou um dos assassinos mais famosos da história

Lee Harvey Oswald, o famoso assassino do presidente americano John Fitzgerald Kennedy, viveu em Minsk entre 1959 e 1962 após deixar a Marinha e desertar para a União Soviética. Ele morou no edifício número 4 da Vul Kamyunistychnaya. Por se tratar de uma propriedade privada, atualmente habitada, não é possível entrar no apartamento. Mas não há restrição para fazer fotos e conhecer de perto o edifício.

7. O país abriga uma fortaleza histórica de guerra

Fortaleza de Brest - Fabio Aleixo/UOL - Fabio Aleixo/UOL
A Fortaleza de Brest
Imagem: Fabio Aleixo/UOL

A cidade de Brest, no sudoeste do país, na fronteira com a Polônia, tem como a sua maior atração a Fortaleza de Brest, que ficou famosa na Segunda Guerra Mundial. Construída no século 19, foi palco de uma batalha sangrenta em 22 de junho de 1941, quando o Exército Alemão a atacou na primeira fase da Operação Barbarossa, a missão nazista para invadir a União Soviética. Os alemães tomaram o controle uma semana depois. Na batalha, 6.800 militares soviéticos foram capturados e 2 mil foram mortos. O local abriga um memorial e diversas estátuas relembrando os mortos na guerra. A visitação é gratuita.

8. Veja de perto relíquias da Segunda Guerra Mundial

Museu da Grande Guerra Patriótica - Fabio Aleixo/UOL - Fabio Aleixo/UOL
Museu da Grande Guerra Patriótica
Imagem: Fabio Aleixo/UOL

Misnk tem um enorme museu dedicado à Segunda Guerra Mundial, chamada por lá de Grande Guerra Patriótica. No espaço, você pode ver uniformes de soldados, armas, banners de propagandas, réplicas e modelos originais de tanques e aviões. A 27 quilômetros da capital há outro museu conhecido como “Linha Stalin” no qual há diversos tanques, aviões e bombas da guerra.

9. Gosta de natureza? Aproveite florestas e parques

Lago Central de Minsk  - Fabio Aleixo/UOL - Fabio Aleixo/UOL
Lago Central de Minsk
Imagem: Fabio Aleixo/UOL

Belarus tem 40% de seu território coberto de floresta e são diversas vilas espalhadas pelo interior do país em que vale a pena passar o dia fazendo atividades ao ar livre. Em Minsk, não faltam opções de áreas verdes para a prática de atividade físicas ou um simples passeio. Parte da cidade é cortada pelo Rio Svislach e no Centro é possível passear de pedalinho por uma grande área e também pescar. O Parque Gorky e o Janki Kupaly têm localização central.

10. O país é seguro e basta seguir umas regras para evitar problemas

Esqueça qualquer tipo mais forte de censura ou a necessidade de estar sempre acompanhado de um guia para visitar o país, como na Coreia do Norte. Em Belarus, você pode se locomover por conta própria e visitar qualquer lugar que quiser. Só tome cuidado ao tirar fotos de instalações governamentais, militares ou dentro das estações de metrô. Você poderá ser advertido por policiais caso eles percebam você fazendo as fotografias. Em alguns locais há placas sobre a proibição de fotos.

Também nunca beba em locais públicos, como parques e praças, e se alguma autoridade solicitar seu passaporte preste atenção se não há nenhum tipo de dinheiro dentro dele antes de entregá-lo. Isso poderá ser entendido como tentativa de suborno.