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Família é ameaçada e expulsa de avião após se recusar a ceder assento

Passageiro denunciou ação publicando vídeo na internet - Reprodução/Youtube
Passageiro denunciou ação publicando vídeo na internet Imagem: Reprodução/Youtube

Do UOL, em São Paulo

05/05/2017 20h19

Um casal residente na Califórnia alega ter sido obrigado a se retirar de um voo da Delta, nos Estados Unidos, após ter se negado a ceder um assento, que eles haviam comprado para o filho adolescente, mas estavam usando com o de dois anos. A denúncia foi feita na última quinta-feira (4), depois da publicação de um vídeo no Youtube, que já está com mais de quatro milhões de visualizações.

Brian e Brittany Schear viajavam do Havaí para Los Angeles em 23 de abril, quando começaram a discutir com os funcionários da companhia aérea ao ouvirem que precisariam ceder o assento para outro passageiro.

Não é seguro

No vídeo, Brian Schear aparece explicando aos agentes que comprou a poltrona para seu filho de 18 anos, mas que enviou o adolescente para casa mais cedo, em outro voo, para que a criança pudesse viajar melhor acomodada no avião. O casal ainda levava o terceiro filho, de um ano.

"Ele não vai dormir se não estiver em um assento. Caso contrário, ele ficaria sentado no colo de minha esposa, ou querendo andar por aí, o que não é seguro", tenta argumentar.

O agente ressalta que, se não cumprir a ordem, ele teria que deixar o avião, que ainda não havia decolado. Schear responde que poderia ser retirado do avião. "Você e toda a sua família?", questiona o agente. O pai concorda.

Outra funcionária rapidamente entra na conversa e diz que ele e a esposa serão presos e os filhos vão para um orfanato por "ofensa federal". "Comprei aquele assento", argumenta Schear. "Você está dizendo que vai dá-lo para outra pessoa mesmo eu tendo pago pelo lugar? Isso não está certo."

Em outro momento do vídeo, um agente pode ser ouvido dizendo a Schear que, de acordo com a regulamentação federal, a criança de dois anos não poderia ocupar um assento durante o voo, pois o correto seria ir no colo de um adulto.

"Vocês estão sozinhos"

Após a discussão, Schear volta atrás e decide ceder o lugar, mas o funcionário responde que era tarde demais, e que a família teria que deixar a aeronave ou a tripulação seria obrigada e desembarcar todos os outros passageiros.

O americano ressalta que está com dois bebês e que a família não tem nenhum lugar para ficar. "Não há mais voos. O que vamos fazer? Dormir no aeroporto?". "Neste ponto, vocês estão sozinhos", é a resposta.

Passageiros aguardando lugares

Em um comunicado enviado ao jornal The Washington Post, a Delta Air Lines ressaltou que que estava "triste" pelo que os Schears passaram. "Nossa equipe estendeu a mão e entrará em contato para entender melhor o que aconteceu e chegar a uma resolução."

Em outra declaração, na quinta-feira (4), a companhia aérea disse: "Lamentamos a infeliz experiência que nossos clientes tiveram com a Delta. Vamos reembolsar suas viagens e fornecer uma compensação adicional. Nosso objetivo é sempre trabalhar com os clientes na tentativa de encontrar soluções para seus problemas de viagem. Isso não aconteceu neste caso e pedimos desculpas."

Brian Schears disse à CBS Los Angeles que ele e a esposa nunca imaginaram que a situação chegaria ao ponto de serem expulsos do avião. "Quando saíamos, havia quatro ou cinco passageiros à espera dos nossos lugares", afirmou.

O escândalo acontece depois de um caso bastante rumoroso, em que um passageiro de outra companhia, a United, aparece na mesma situação em um vídeo, onde surge sangrando e sendo tirado arrastado de um voo da empresa aérea com overbooking.