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Apesar de tragédias, 2016 foi um dos anos mais seguros para viajar de avião

Do UOL, em São Paulo

05/01/2017 18h33

Boa notícia para quem morre de medo de voar: 2016 foi um dos melhores anos para a segurança na história da aviação. Isso porque, no total, aconteceram apenas cinco acidentes fatais envolvendo aviões civis de passageiros em todo o mundo.

Além disso, um atentado a bomba em um voo na Somália, que matou apenas seu autor, e um bombeiro que morreu enquanto tentava combater o incêndio do avião da Emirates que caiu ao aterrissar em Dubai, foram os incidentes registrados. Todos que estavam a bordo sobreviveram nos dois casos.

A To70, uma consultoria de aviação internacional baseada em Haia, na Holanda, contabilizou 271 mortes em todos os sete eventos. Sessenta e quatro aviões também estiveram envolvidos em acidentes, mas sem perda de vidas.

Decolagem no aeroporto de Congonhas - Fernando Podolski/Getty Images - Fernando Podolski/Getty Images
Voar está mais tranquilo
Imagem: Fernando Podolski/Getty Images

Em entrevista ao The Independent, o consultor sênior de aviação da empresa, Adrian Young, ressaltou: "Embora qualquer acidente seja demais, poderíamos argumentar que as baixas taxas de eventos do tipo demonstram a eficácia dos padrões de segurança da aviação".

O pior acidente de 2016 envolveu o jato LaMia, que ficou sem combustível perto da cidade colombiana de Medellín em 28 de novembro. Quase todo o time da Chapecoense estava entre as 71 vítimas do voo, que partiu de Santa Cruz, na Bolívia. O avião de passageiros operava muito além dos limites normais de reservas de combustível e no extremo do alcance da aeronave.

Para Young, o acidente da LaMia, embora trágico, não justifica uma regulamentação adicional, pois "a causa parece ser um ato deliberadamente inseguro do operador e da tripulação". Mas alertou: "O número de incidentes devido a interferência ilegal é motivo de preocupação".

O segundo maior número de mortos foi em 19 de maio: 66 pessoas morreram quando um Airbus A320 da Egyptair caiu no Mediterrâneo. Foi relatado que os traços dos explosivos foram encontrados nos corpos das vítimas do voo 804, que ia de Paris para o Cairo, no Egito.

Histórico

O número de mortes foi significantemente maior nos dois anos anteriores. Em 2015, 471 pessoas morreram em quatro acidentes, incluindo o voo da companhia russa Metrojet, que caiu em 31 de outubro e matou todas a 224 pessoas a bordo, e o da Germanwings, cujo piloto, Andreas Lubitz, matou todos os 150 a bordo ao jogar o Airbus A320 nos Alpes franceses.

Já em 2014, 864 pessoas morreram em cinco acidentes. O número de mortos foi particularmente alto devido a duas aeronaves da Malaysia Airlines que caíram: MH370, cujo destino ainda é desconhecido, e MH17, derrubado por um míssil sobre o leste da Ucrânia.