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Moses Mabhida Stadium, em Durban, vira meca de atividades radicais

Eduardo Vessoni

Do UOL, em Durban, África do Sul *

21/06/2013 07h50

Em época de incertezas e mudanças polêmicas no rumo da Copa do Mundo que acontece no Brasil em 2014, a África do Sul, sede da última edição do mundial de futebol, ainda tem muito a ensinar aos próximos anfitriões que sediarão um dos eventos esportivos mais aguardados.

Contrariando todos os comentários que surgiram na época sobre a construção de 'elefantes brancos' que sediariam os jogos que aconteceriam em cidades sul-africanas, Durban tem provado que estádios nem sempre são locais apenas para prática dos esportes mais tradicionais.

Sobre o estádio Moses Mabhida

Construído, exclusivamente, para os jogos de 2010, o Moses Mabhida Stadium levou três anos para ficar pronto e sempre teve em seu plano original a proposta de oferecer atividades extras.

Seu nome é uma homenagem a Moses Mbheki Mncane Mabhida, líder sul-africano que esteve à frente das lutas contra a segregação racial que separou brancos e negros durante os anos de apartheid na África do Sul e atuou nos movimentos que dariam ao país a chance de ter sua primeira eleição democrática, em 1994.

Com capacidade para até setenta mil pessoas, o estádio foi erguido sob a ideia de unidade, representada pelo arco central a uma altura equivalente a um edifício de trinta andares em forma de Y que sustenta sua cobertura.

Esta construção guarda algumas curiosidades que são reveladas durante os tours por suas instalações. Seus icônicos arcos foram trazidos de navio de Hamburgo, na Alemanha, e passaram por diversos testes para que não produzissem sombras sobre o campo em dias de jogos; sua fachada abriga cem colunas de diferentes tamanhos que permitem uma ventilação natural no interior do estádio; e seu campo foi construído com um sistema de alta absorção de água dividido em três camadas e com tipo de gramado diferente usado de acordo com a estação do ano.

Saltos de uma plataforma a mais de cem metros de altura, passeios de funicular sobre a perna norte do arco da estrutura central, caminhadas por 550 degraus a céu aberto e passeios pelo interior do estádio a bordo de um Segway são algumas das experiências que o visitante encontra no Moses Mabhida Stadium, estádio que se tornou uma das atrações turísticas mais visitadas dessa cidade sul-africana localizada na costa do oceano Índico.

Mais do que uma construção bilionária de 3,1 bilhões de rands sul-africanos (US$ 326 milhões), este estádio foi erguido a poucos metros do mar como um complexo multifuncional capaz de abrigar eventos como jogos esportivos, festivais de música e uma improvável pista de corrida colocada em pleno campo para a realização do Top Gear Festival que acontece em junho deste ano.

“Essas atrações agregam um valor extra para o estádio. A comissão da Unidade de Projetos Estratégicos que dirigia este projeto sabia que eles deveriam vir com algo totalmente diferente, uma construção que fosse mais do que apenas um estádio de futebol, mas uma atração turística para os visitantes locais e internacionais”, explica Nomusa Zikode, relações públicas do Moses Mabhida Stadium.

Conheça as atrações (radicais e familiares) que podem ser realizadas no estádio

Bung jump

Declarado pelo Guinness como o mais alto do mundo, o Big Swing é uma espécie de bung jump em forma de balanço. De um lado as praias do Índico, do outro os edifícios modernos desta cidade sul-africana de passado indiano. No centro, o desafio de se lançar no vazio, a 106 metros acima do campo, em uma plataforma intermediária do clássico arco central de 360 metros de extensão, considerado o mais extenso arco sobre um estádio em todo o mundo. A aventura urbana, que inclui subir 550 degraus sobre um dos arcos do estádio e uma breve escalada por uma escada vertical, oferece uma queda livre de 60 metros, a uma velocidade que ultrapassa os 120 km.
Caminhada sobre o arco

Os menos arrojados (mas ainda assim com certa queda por aventura) contam com outra atividade que levam visitantes às alturas. Conhecida como Adventure Walk, a atividade percorre os mais de quinhentos degraus do setor sul do arco. Presos a cordas de segurança, os aventureiros realizam uma subida íngreme de vinte minutos até o topo do estádio, de onde se tem uma das vistas panorâmicas mais exclusivas de toda a cidade.
Viagem de funicular

No lado oposto, uma atração de ares familiares recepciona aqueles que não fazem questão de elevar o grau de adrenalina, mas não dispensam ter a litorânea Durban sob os pés. A perna norte do arco do Moses Mabhida Stadium pode ser explorada a bordo de um funicular que sobe a mais de cem metros de altura conhecido como Sky Car. A breve viagem de três minutos no interior de uma cabine envidraçada puxada por cabo de aço deixa o visitante no ponto mais alto da construção, onde uma plataforma oferece vistas de 360º de toda a cidade.
Tours de Segway

As experiências a dezenas de metros do chão nem sempre são unanimidade entre os visitantes, por isso é possível conhecer o estádio também em terra firme a bordo de um Segway, uma espécie de veículo elétrico equipado com motores nas rodas que funciona a partir do movimento do corpo. Acompanhado de um guia que dá detalhes do estádio e suas curiosidade, o visitante motorizado realiza tours de até 1h45 de duração pelo interior da construção, com direito à parada nas arquibancadas, ou pelo calçadão beira mar do lado de fora conhecido como Golden Mile.
Visitas a pé

Quem não se garante no equilíbrio, pode conhecer o estádio em um tour similar a pé com visitas às arquibancadas, ao campo, ao vestuário e à suíte presidencial reservada para políticos, esportistas e artistas. A visita guiada acontece ao longo do dia em diversos horários.

SERVIÇO

Moses Mabhida Stadium
www.mmstadium.com

Informações turísticas da África do Sul
www.southafrica.net

Como chegar

Localizada na província de Kwuzulu Natal, a cidade não conta com voos diretos do Brasil, por isso é necessário voar de São Paulo a Johannesburgo, a principal porta de entrada para a África do Sul, e de lá seguir em conexões oferecidas no mesmo dia para Durban.

* O jornalista Eduardo Vessoni viajou à África do Sul com o apoio da South African Airways (www.flysaa.com) e do South African Tourism (www.southafrica.net