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Laguna Cejar no Atacama é destino ideal para visitar de bicicleta

DÉBORA COSTA E SILVA

Da Redação *

30/07/2010 19h35

É só circular pelo centrinho de San Pedro de Atacama para notar que a maioria das pessoas ali anda de bicicleta, seja turista ou atacamenho. As agências de turismo e os hotéis aproveitaram essa preferência pelo transporte na região para incrementar os passeios tradicionais e fazê-los sobre duas rodas.

  • Débora Costa e Silva/UOL

    A concentração de sal nestas lagoas é tão grande que os corpos não afundam. Quem entra ali flutua como no Mar Morto

Dos pontos turísticos do Atacama, a Laguna Cejar é a que mais combina com ciclismo. Além de ser próximo do centro (cerca de 18 km de percurso) – ideal também para quem não é habitué do esporte –, o destino final compensa todo o esforço físico de pedalar por uma hora e meia sob o sol do deserto: uma lagoa azul esverdeada de água límpida e refrescante para mergulhar.

 

Dá para alugar bicicletas na cidade e providenciar um mapa do local para fazer o passeio por conta, mas a vantagem de fazer com agências é que geralmente oferecem carros para acompanhar o grupo para dar qualquer assistência que for necessária durante o passeio, desde trocar um pneu furado até dar carona para algum turista que desistiu do percurso – informação importante para os que não estão seguros de pedalar por muito tempo, como a repórter aqui, mas ainda assim querem arriscar.

 

Para quem contrata o serviço com guias turísticos, o passeio começa com a distribuição e luvas e capacetes para os turistas que, depois de devidamente equipados, são levados até as bicicletas para cada um escolher a que mais se adeque ao seu tamanho. Ajuste na altura do banco, garrafinha d’água encaixada no suporte e pronto: foi dada a largada rumo à Laguna Cejar. 


O começo da pedalada é tranqüilo e divertido, o corpo esquenta aos poucos e o fôlego está no auge. Mas passados os primeiros dez minutos, você já sente um pouco de falta de ar – se não pela falta de preparo físico, pelo menos por conta da altitude do local, que é de 2.300 metros. Caso você também seja marinheiro de primeira pedalada (ou daqueles que só anda de bicicleta domingo no parque umas três vezes por ano), não se esqueça de trocar as marchas da bicicleta – ou pedir para o seu guia te ajudar a trocar – para não dificultar ainda mais o seu pedalar.

 

Os 18 km são percorridos em relevo plano e boa parte do trajeto é feita sobre uma estrada de terra com um pouco de pedregulho, mas nada que comprometa o passeio ou apresente perigo – apesar de que mesmo o mais experiente dos guias turísticos pode ter o azar de ter o seu pneu furado por uma das pedrinhas.

 

Diferente dos destinos em que o acesso é feito de carro, neste você sente melhor a distância do local e a sensação de estar no deserto é mais intensa. As paisagens não são muito diversificadas, mas há o imponente vulcão Lincancabur como cenário fixo do passeio.

  • Débora Costa e Silva/UOL

    Há duas pausas feitas pelo caminho até a Laguna Cejar debaixo de árvores para descansar do sol

 

Refresco

 

Após duas paradas sob a sombra de árvores pelo percurso, o destino final surge no horizonte como o típico clichê de oásis. Em meio à paisagem seca, variando entre as cores bege e marrom, aparece a lagoa Cejar azulada e de margens brancas, formadas por camadas grossas de sal cristalizado. O banho não é permitido no local, e sim nas duas outras formações menores nas proximidades.

 

A concentração de sal nestas lagoas é tão grande que os corpos não afundam. Quem entra ali flutua como no Mar Morto. É importante levar um par de chinelos na mochila (além do traje de banho) para não pisar nas margens, pois a superfície salina é bem afiada.

 

Para o mergulho, o guia dá as instruções para fazer a experiência ser ainda mais especial. Deve-se entrar de costas, devagar e, em determinado momento, ele te avisa que é a hora de abrir os braços, fechar os olhos e boiar. Você pode até relutar e tentar empurrar as pernas no sentido vertical, mas a pressão é forte e o jeito é se deixar flutuar e relaxar.

 

Na saída da lagoa, o ideal é ter disponível água doce para se limpar do sal para não sentir a pele coçar nem o cabelo ressecar (verifique com a agência ou o hotel onde você comprou o passeio se eles oferecem isso). Antes do retorno de carro, as equipes costumam proporcionar aos turistas um momento majestoso após o banho e a pedalada, com cerveja gelada e frutas secas à vontade e o visual da lagoa emoldurado pelo céu do Atacama à disposição.

 

Hotéis e agências que promovem o passeio

 

Hotel Tierra Atacama
www.tierraatacama.com

 

Hotel Explora
www.explora.com/explora-atacama

 

PISA Trekking Viagens
www.pisa.tur.br

 

Turistour
www.turistour.com

 

Turismo LaYana
www.turismolayana.cl

 

* A jornalista viajou ao Atacama a convite do Turismo Chile e LAN Chile