Caminhando pela história chinesa
As pessoas não costumam pensar em atividades ao ar livre quando se menciona Pequim. Mas a cidade está cercada por uma ferradura de montanhas, com quase 1,6 quilômetro de altitude, e o outono (no Hemisfério Norte) é a estação perfeita para visitá-las.
As montanhas protegiam a cidade dos bárbaros nas planícies do Norte, Oeste e Leste, e este foi um dos motivos para Kublai Khan ter estabelecido sua capital ali em 1267, dando início ao que os chineses chamam de dinastia Yuan. A cidade se chamava na época Dadu. Ainda é possível ver algumas ruínas daquela época no Parque das Ruínas de Dadu, em Pequim, entre o Terceiro e Quarto rodoanéis ao norte do centro da cidade. O parque contém algumas réplicas e um velho muro de barro que data da época de Kublai Khan.
Mas há muito mais romance mongol que pode ser encontrado fora cidade, nas montanhas, onde é possível combinar o interesse por história com algumas das melhores caminhadas na China.
A área ao redor da aldeia de Fanzipai, no condado de Miyun, ao norte de Pequim, é montanhosa e selvagem. Há aldeias como Fanzipai nos vales, que podem ser usadas como pontos de partida para caminhadas nas montanhas.
Fanzipai -que significa placa com escrita estrangeira- também possui uma relíquia da dinastia Yuan: algumas grandes rochas contendo versos budistas tibetanos e em sânscrito gravados. Os entalhes provavelmente foram feitos por monges -tibetanos, mongóis e outros centro-asiáticos- que estavam viajando. As rochas se encontram atrás de um portão, que geralmente está trancado, mas é possível contorná-lo para vê-las. Há breves textos informativos em chinês e inglês sobre as rochas. Não é preciso pagar ingresso.
Essas relíquias são negligenciadas pelas autoridades de turismo da China. Talvez isso ocorra porque a história aprovada pelo Partido Comunista minimiza o fato de que durante as dinastias Yuan (1271-1368) e Qing (1644-1911), a área era dominada pelos mongóis e manchus, respectivamente, que na época eram considerados estrangeiros pelos chineses han.
Se você for de carro ou ônibus para Fanzipai, visite Baimaguan descendo a colina pela mesma estrada, onde você encontrará as ruínas de um forte construído na época da dinastia Ming (1368-1644).
Outra relíquia da dinastia Yuan que testemunha o passado cosmopolita de Pequim é o Terraço das Nuvens (ou Yun Tai), um arco de pedra na antiga estrada que vinha das montanhas ao norte de cidade. O Terraço das Nuvens é o que há de mais interessante no sítio de Grande Muralha em Juyongguan, onde há um trecho íngreme e dramático da muralha. Este trecho (o mais próximo de Pequim) foi "restaurado" com um pequeno excesso de entusiasmo, lhe dando um ar um tanto sintético. O evocativo Terraço das Nuvens parece negligenciado em comparação, e a maioria dos turistas nem mesmo o nota.
Construído em 1345, o arco é decorado com arte budista. Dentro do arco se encontram gravados mantras do Dharani Sutra em sânscrito, tibetano, mongol, tangut, uigur e chinês. É um dos sítios históricos mais interessantes nos arredores de Pequim, e um lugar tranqüilo para meditar sobre a ascensão e queda dos impérios.
Tradução: George El Khouri Andolfato
As montanhas protegiam a cidade dos bárbaros nas planícies do Norte, Oeste e Leste, e este foi um dos motivos para Kublai Khan ter estabelecido sua capital ali em 1267, dando início ao que os chineses chamam de dinastia Yuan. A cidade se chamava na época Dadu. Ainda é possível ver algumas ruínas daquela época no Parque das Ruínas de Dadu, em Pequim, entre o Terceiro e Quarto rodoanéis ao norte do centro da cidade. O parque contém algumas réplicas e um velho muro de barro que data da época de Kublai Khan.
Mas há muito mais romance mongol que pode ser encontrado fora cidade, nas montanhas, onde é possível combinar o interesse por história com algumas das melhores caminhadas na China.
A área ao redor da aldeia de Fanzipai, no condado de Miyun, ao norte de Pequim, é montanhosa e selvagem. Há aldeias como Fanzipai nos vales, que podem ser usadas como pontos de partida para caminhadas nas montanhas.
Fanzipai -que significa placa com escrita estrangeira- também possui uma relíquia da dinastia Yuan: algumas grandes rochas contendo versos budistas tibetanos e em sânscrito gravados. Os entalhes provavelmente foram feitos por monges -tibetanos, mongóis e outros centro-asiáticos- que estavam viajando. As rochas se encontram atrás de um portão, que geralmente está trancado, mas é possível contorná-lo para vê-las. Há breves textos informativos em chinês e inglês sobre as rochas. Não é preciso pagar ingresso.
Essas relíquias são negligenciadas pelas autoridades de turismo da China. Talvez isso ocorra porque a história aprovada pelo Partido Comunista minimiza o fato de que durante as dinastias Yuan (1271-1368) e Qing (1644-1911), a área era dominada pelos mongóis e manchus, respectivamente, que na época eram considerados estrangeiros pelos chineses han.
Se você for de carro ou ônibus para Fanzipai, visite Baimaguan descendo a colina pela mesma estrada, onde você encontrará as ruínas de um forte construído na época da dinastia Ming (1368-1644).
Outra relíquia da dinastia Yuan que testemunha o passado cosmopolita de Pequim é o Terraço das Nuvens (ou Yun Tai), um arco de pedra na antiga estrada que vinha das montanhas ao norte de cidade. O Terraço das Nuvens é o que há de mais interessante no sítio de Grande Muralha em Juyongguan, onde há um trecho íngreme e dramático da muralha. Este trecho (o mais próximo de Pequim) foi "restaurado" com um pequeno excesso de entusiasmo, lhe dando um ar um tanto sintético. O evocativo Terraço das Nuvens parece negligenciado em comparação, e a maioria dos turistas nem mesmo o nota.
Construído em 1345, o arco é decorado com arte budista. Dentro do arco se encontram gravados mantras do Dharani Sutra em sânscrito, tibetano, mongol, tangut, uigur e chinês. É um dos sítios históricos mais interessantes nos arredores de Pequim, e um lugar tranqüilo para meditar sobre a ascensão e queda dos impérios.
Tradução: George El Khouri Andolfato
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