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71 anos após bomba atômica, Hiroshima é destino boêmio e tocante no Japão

Do UOL, em São Paulo

06/08/2016 08h00

No dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos jogavam uma bomba atômica sobre Hiroshima, em um ataque que ajudaria a terminar a Segunda Guerra Mundial, mas que mataria, de imediato, mais de 70 mil pessoas em terra. 

Completamente arrasada com a explosão nuclear, a cidade japonesa se reergueu nestes últimos 71 anos e, atualmente, é um dos destinos turísticos mais interessantes do território nipônico. 

Em poucos lugares é possível ver tão claramente, lado a lado, a modernidade frenética e as cicatrizes de guerra que marcam a paisagem do Japão.

Hiroshima preserva com esmero os resquícios do episódio mais trágico de sua história, mas, ao mesmo tempo, oferece diversas opções de entretenimento para seus visitantes, com ótimos restaurantes, bares e áreas para belas caminhadas. 

Abaixo, veja lugares que merecem uma visita no local. 

  

  • Sonny Abesamis/Creative Commons

    Museu Memorial da Paz

    Comecemos pela parte triste. Para entender o ataque nuclear em Hiroshima, faça, como primeiro passeio, uma visita ao Museu Memorial da Paz. Cercado por um lindo parque na região central da cidade, o local apresenta uma exposição tocante sobre as consequências do ataque americano. Paredes inteiras são forradas com fotos gigantes de uma Hiroshima destruída após a explosão da bomba atômica. Também estão à mostra objetos pessoais de nativos mortos naquele dia 6 de agosto, como documentos, roupas e uma triste bicicleta infantil parcialmente derretida com o calor extremo produzido pela explosão (tudo devidamente contextualizado com explicações em inglês). Parte do museu está fechada para reformas até fevereiro de 2017, mas sua principal área está funcionando atualmente.

  • Issei Kato/Reuters

    Cúpula da Bomba Atômica

    Localizado ao lado Museu Memorial da Paz, este edifício é conhecido localmente como "Genbaku Domu" e foi construído em 1915 como espaço de exposições e eventos de Hiroshima. Ele foi uma das poucas estruturas que permaneceram de pé na cidade após o ataque com a bomba atômica. Seu esqueleto foi preservado até os dias atuais, como um dos principais testemunhos daquele dia trágico para Hiroshima. "Não é apenas um símbolo poderoso da força mais destrutiva já criada pelo homem, mas se trata de um símbolo que pede pela eliminação de todas as armas nucleares do mundo", diz a Unesco sobre o prédio, que o classificou como Patrimônio da Humanidade. O edifício pode ser facilmente visto desde o parque que corre ao lado do rio Ota, que corta o centro da cidade.

  • Reprodução

    Parque Memorial da Paz

    Entre o museu e o "Genbaku Domu" se estende uma das mais belas áreas verdes de Hiroshima, perfeita para longas caminhadas tanto durante o dia como à noite. Chamado de Parque Memorial da Paz, o local fica ao lado do rio Ota e, junto com longos calçadões arborizados, abriga diversos monumentos artísticos relacionados ao ataque nuclear contra a cidade. O mais famoso deles é uma estrutura curva de concreto que exibe o nome de todas as vítimas conhecidas da bomba atômica que caiu sobre Hiroshima. No lugar, há também uma chama que só será apagada quando as armas nucleares forem erradicadas do planeta. As três atrações citadas acima ficam perto da parada do bonde elétrico Genbaku-domu-mae.

  • Rog01/Creative Commons

    Museu de Arte Contemporânea

    O Museu de Arte Contemporânea de Hiroshima está localizado no lindo parque Hijiyama-koen, a cerca de 30 minutos de caminhada do centro da cidade. O local é um dos principais centros de arte moderna do território nipônico, com pinturas, esculturas e instalações áudiovisuais de alguns dos principais artistas do momento. Logicamente, o museu também abriga exposições temporárias relacionadas à Segunda Guerra Mundial e à bomba atômica: lá é possível ver, até outubro de 2016, diversos quadros pintados entre o começo dos anos 1940 e o período de reconstrução do Japão pós-guerra por artistas japoneses como Jiro Yoshihara e Mamoru Kubo. O local fica perto da parada do bonde elétrico Hijiyama-shita.

  • FRED/Creative Commons

    Bares e baladas

    Hiroshima não esquece seu passado, mas tampouco é uma cidade deprimida com tudo que lhe aconteceu. Quando a noite chega, o local oferece diversas opções boêmias para o visitante. No centro comercial Hondori (cuja entrada pode ser vista na foto acima) é possível encontrar diversos pubs e bandas de garotos japoneses com o cabelo pintado tocando rock sobre a calçada. O bar Koba, por sua vez, perto da parada Ebisu-chu do bonde, é um dos lugares mais legais para beber algumas cervejas da marca japonesa Asahi e doses de saquê. Se você quiser algo mais cosmopolita, vá ao Molly Malone's, pub onde a comunidade de estrangeiros de Hiroshima se reúne para beber copos de cerveja Guinness e farrear madrugada adentro.

  • Taisyo/Creative Commons

    Museu da Mazda

    A Mazda é uma marca de carros que nunca fez muito sucesso no Brasil, mas, em Hiroshima, a empresa possui um interessante museu exibindo alguns de seus veículos históricos (há alguns modelos dos anos 1920, quando a companhia foi fundada na região de Hiroshima) e modernos protótipos que, quem sabe um dia, poderão ganhar as ruas do mundo. Também é possível visitar uma linha de montagem de 7 km de extensão da empresa e aprender um pouco sobre como os carros modernos são feitos nesta multinacional japonesa. O museu não está em uma região central de Hiroshima, mas é possível chegar até lá de trem, descendo na estação Mukainada, que fica ao lado da atração.

  • Mstyslav Chernov/Creative Commons

    Castelo de Hiroshima

    Esta construção é uma réplica de um castelo construído em Hiroshima no final do século 16 para abrigar um senhor feudal da região. O monumento foi completamente destruído após o ataque com a bomba atômica em 1945, mas sua estrutura foi reconstruída em 1958 e, hoje, o local é um dos pontos mais fotografados neste destino japonês. O parque que cerca o castelo é tão interessante quanto o seu interior. Reserve algumas horas do dia para explorar a área. A atração fica perto da parada Kamiya-cho, na linha do bonde elétrico.

  • Ynakaba/Creative Commons

    Biblioteca de mangás

    Se você é fã de mangás, o Japão é o destino certo para suas férias. E a cidade de Hiroshima abriga uma biblioteca pública completamente dedicada às histórias em quadrinhos japonesas. O local tem um acervo com centenas de mangás, muitos deles raros e diversos exemplares em inglês, o que permitirá que os estrangeiros se divirtam no local ao lado dos entusiastas nipônicos. A biblioteca fica perto da parada do bonde elétrico Hijiyama-shita.

  • Eigen werk/Creative Commons

    SERVIÇO

    Hiroshima está a cerca de 800 km de Tóquio, a capital e principal porta de entrada do Japão. Há trens diários conectando as duas cidades. Se você optar por pegar o trem-bala, dá para chegar a Hiroshima em menos de cinco horas. Caso você escolha ir de avião, o aeroporto local fica a 40 km do centro da cidade, mas há transporte público levando os turistas entre um ponto e outro. Hiroshima é fácil de ser explorada a pé, com suas principais atrações situadas relativamente perto do rio Ota. Para ir a lugares mais distantes, tome os bondes elétricos, que percorrem boa parte da urbe. O Japão é caro e, caso esteja com a verba curta, tente ficar em um dos hostels locais: o Guest House Roku, por exemplo, tem quartos compartilhados por cerca de R$ 90. Mas se dinheiro não for problema, o Sheraton local tem muito conforto e diárias por mais de R$ 1.000. Hotéis medianos na cidade custam cerca de R$ 300 a noite. Mas lembre-se: brasileiros precisam de visto para entrar no Japão. Os preços citados aqui estão sujeitos a alterações.