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Ecoturismo

Parque Tayrona é paraíso preservado no caribe colombiano

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Felipe Floresti
Do UOL, no Parque Tayrona (Colômbia)

Não é por acaso que o Parque Tayrona é considerado um dos lugares mais belos da Colômbia. Em 12 mil hectares de vegetação praticamente intocada, diversos tons de azul do mar, areia clara, muitas rochas e vegetação nativa se combinam de forma variada provocando uma sucessão de agradáveis surpresas. E o pano de fundo é a Serra Nevada de Santa Marta, maior cadeia montanhosa costeira do mundo, atingindo 5.775 m de altitude a apenas 42 quilômetros do oceano.

Os ricos recursos hídricos da região esculpem a montanha rochosa até o mar, formando algumas das baías e praias mais bonitas do caribe colombiano. Sua posição privilegiada no pé da Serra Nevada o torna habitat de 100 espécies de mamíferos, contando com tigres, raposas, macacos, cinco cetáceos marinhos e 40 tipos de morcegos, além de centenas de espécies de aves, como gaviões, águias e pelicanos, e répteis como tartarugas e jacarés. Muitas com risco de extinção. O número de turistas, porém, afugenta a maioria, sendo pequenos e coloridos lagartos os mais corriqueiros.    

Transformado em parque em 1968, o local é originariamente casa do povo Tairona, que dá nome ao parque, e viveu na região da Serra Nevada até pouco depois da chegada dos espanhóis, no século 15. Deixaram de lembrança sítios arqueológicos, como o Pueblito Chairama, acessados por uma caminhada de 2,5 km montanha acima em uma cansativa escada de pedras construída originalmente pelos Tairona, chegando à altitude de 260 metros acima do nível do mar.

  • Felipe Floresti/UOL

    Fim de tarde na praia de La Piscina, no Parque Tayrona, destino de ecoturismo na Colômbia

Antropólogos afirmam que até 3.000 pessoas habitaram a cidade durante seu auge. Está localizada em um ponto privilegiado no caminho entre o oceano, de onde retiravam peixes e conchas das quais extraem a cal para o poporo, utilizado para o consumo de folhas de coca, e as montanhas, onde produziam alimentos e fibras para tecidos. Outra herança dos tairona são os quatro povos indígenas que ainda vivem na Serra Nevada: os Kogui, Arhuacos, Kankuamos e Wiwua. É comum encontrá-los caminhando pelo parque, ou se deparar com um de seus povos escondidos pelas diversas trilhas na floresta.

Caminhada

As trilhas, aliás, são companhia constante durante o tempo em que estiver na área do Parque Tayrona. Como é de se esperar, apenas uma pequena área na entrada do parque é acessível a veículos motorizados. No restante do caminho dá para alugar burros e cavalos, que bravamente sobem e descem as trilhas pela montanha com passageiros e cargas. A outra opção é encarar a caminhada. Esteja preparado para andar bastante.

O parque possui três entradas. A primeira, a 12 km de Santa Marta, tem cobrança de ingresso independente. Menos frequentada, leva ao primeiro conjunto de praias, no setor de Palangana, dando acesso à Neganje, Gayraca, Cinto e Playa Cristal. Lanchas desde a praia de Taganga, em Santa Marta, também levam ao local.

Mais para frente na rodovia que liga Santa Marta a Riohacha estão as outras duas entradas. El Zaino é a mais tradicional. São cobrados 36,5 mil pesos colombianos para estrangeiros, 13,5 mil pesos para adultos colombianos e 7,5 mil pesos para crianças independente do país que tenham nascido. Pequenos ônibus levam por 2.000 pesos os visitantes da entrada até outra área do parque, mais próxima das praias e áreas de camping.

  • Felipe Floresti/UOL

    Chamadas de Ecohabs, cabaninhas com capacidade para até seis pessoas são opção para quem busca um pouco mais de conforto no Parque Tayrona, no caribe colombiano

De lá é possível alugar um cavalo ou caminhar por mais de uma hora até um dos campings do local. O mais próximo é o Camping Don Pedro, a cinco minutos da praia. É o mais econômico e o único em que se pode cozinhar em um fogão à lenha. Na praia de Arrecifes os preços são mais elevados, porém há mais opções de alojamento, com a possibilidade de alugar quartos. O mais popular dos campings é na praia Cabo Don Juan, o único localizado em uma praia em que o banho é permitido, tornando os preços um pouco mais altos que os demais.

Quem busca mais conforto e tem mais dinheiro para gastar pode optar pelas Ecohabs, cabanas com capacidade para até seis pessoas no alto de um morro, com direito à bela vista do litoral. Uma pequena praia em que se pode banhar, La Piscinita, é praticamente exclusiva para os hospedes das Ecohabs, já que o acesso é complicado para os demais visitantes. O local também possui luxuoso restaurante e salão de eventos.

Praias e mais passeios

Em muitas praias é proibido entrar na água. Principalmente no lado direito do parque, onde ondas e correnteza são muito fortes. Placas espalhadas por essas praias, que incluem Arrecifes e Cañaveral, avisam sobre a proibição e relembram das mais de cem pessoas que ali já morreram desde que alguém começou a contar. Diz a lenda que a beleza do mar encanta e atrai banhistas para a morte. Verdade ou não, é bom ficar nas praias da esquerda do parque: Las Piscinas, Cabo de San Juan e a playa nudista.

De Cabo de San Juan que começa a trilha montanha acima rumo ao Pueblito. No sentido contrario, esse é o caminho para a outra entrada do parque, em Calabazo. O trajeto é bem menos frequentado que El Zaino por motivos óbvios. Apesar de passar pelo Pueblito Tairona, leva em média quatro horas para ser percorrido, com subidas e descidas maiores e mais íngremes, e sem a facilidade de poder alugar um cavalo para carregar você ou sua bagagem.

  • Felipe Floresti/UOL

    Ondas fortes tornam perigoso o banho na praia de Cañaveral, no Parque Tayrona

Essa opção é mais válida para quem quer fugir dos mais de 30.000 pesos da entrada. Por ser menos frequentado, nem sempre o fiscal está a postos, possibilitando a entrada de graça. A segurança do parque entrega pulseiras para os visitantes, mas o controle na parte interna do parque é pequeno.

Apesar de proibido, acampar fora das zonas de campings também é possível. O parque todo é seguro, o acesso às duchas e banheiros dos campings é praticamente liberado, e pessoas que tiveram a experiência de serem pegas acampando irregularmente no parque contaram que os seguranças foram bem amáveis diante da situação. Mas não façam fogueiras, o que pode ajudar a destruir a fauna local e assustar alguns animais, como as tartarugas que em certas épocas do ano vão às praias para a desova.

Levar bastante comida e água também é muito aconselhável, já que uma garrafa de 1,5 litro custa 4.000 pesos lá dentro.

Como chegar

Diversas agências de turismo de Santa Marta oferecem pacotes para o Parque Tayrona, mas sua atuação se resume a uma carona de ida e volta, com direito a uma parada em um supermercado para comprar os mantimentos necessários para sua estadia por lá. Apesar da comodidade, são dispensáveis. Ônibus partem constantemente da região do Mercado, em Santa Marta, pela rodovia que liga Santa Marta a Riohacha. Custa 6.000 pesos colombianos, e basta pedir ao motorista para avisar sobre o momento de descer, seja em Calabazo ou El Zaino, ou seguir a horda de mochileiros.

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