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Esmirna, na Turquia, tem paisagens do mar Egeu e bazares coloridos

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Viagens de 36 horas - New York Times Seth Sherwood
New York Times Syndicate

"Esmirna Infiel": esse nome há tempos foi dado à terceira maior metrópole turca. Conhecida durante a maior parte de sua história como Smirna, a cidade portuária foi, nos tempos otomanos, um cadinho cultural que incluía gregos, armênios, judeus, franceses e italianos. Hoje em dia a maior parte da população é turca, mas o apelido permanece. Para os religiosos, ele é mais que apropriado, já que o sol e as palmeiras parecem pedir uma atitude mais tranquila e desestimular grande parte dos muçulmanos a seguir as tradições; para o resto da população, é reflexo da mentalidade progressista local. Imagens de Ataturk, o fundador da Turquia moderna e secular, estão por toda a parte. Esmirna, uma das quatro cidades que disputam a honra de sediar a World Expo de 2020, tem muito a oferecer aos visitantes, incluindo uma represa renovada, um bairro onde a vida noturna não para de evoluir e hotéis novos e elegantes. Ao mesmo tempo, o imenso bazar tradicional e as ruínas de Éfeso são provas da riqueza de seu passado.

SEXTA-FEIRA

16h - Passeando pela orla
Às margens do Mar Egeu, o calçadão conhecido como Kordon é uma janela fascinante de onde se pode observar a história nacionalista da cidade, sua tranquilidade e características religiosas únicas. Na frente dos prédios enfeitados com bandeiras turcas e faixas em homenagem a Ataturk, mulheres de minissaia passeiam ao lado de matronas com a cabeça coberta enquanto executivos tomam cerveja nas mesas externas dos restaurantes e bares. Caminhando em direção ao sul a partir do terminal de balsas Alsancak, você vai passar pela fachada neoclássica do Museu Ataturk, a grandiosa estátua de Ataturk na Praça Cumhuriyet, os prédios da era otomana ao longo do Terminal Pasaport e inúmeros cafés.

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18h - Píer em resumo
Foi ninguém mais ninguém menos que Gustave Eiffel que projetou o Píer Konak original, um cais com prédios baixos de pedra e cobertura de vidro e aço. Construída em 1890, a antiga Alfândega estava decadente -- até que, em 2003, um projeto de restauração a salvou. Hoje abriga boutiques como a Taris Zeytin, onde se encontram tdas as formas disponíveis de azeite (como o creme para o corpo, por exemplo, a 13 liras, ou US$7, com o dólar a 1,85 lira) e folhas de oliveira (chá, 3,75 liras, ou US$ 2, a caixa). O terraço externo do 100 por cento Rest Cafe & More, com um tinto angorá local (13 liras), é um dos melhores lugares de onde admirar o pôr-do-sol.

20h - Singrando os mares
Para ter uma ideia do passado cheio de glórias da navegação local, suba em uma das balsas que saem do Terminal Konak, atravesse o "mar cor de vinho escuro" de Homero e desembarque em Bostanli, do lado norte da baía. Ao longo do passeio é possível admirar as luzinhas nas colinas íngremes da cidade, bem como os arranha-céus e mesquitas -- e as ruínas da Kadifekale, uma fortaleza construída nos tempos de Alexandre, o Grande. Um cartão com direito a três viagens sai por 6,50 liras.

  • Ayman Oghan­na for The New York ­Times

    Jovens lotam o pátio do Okuz, bar de Esmirna situado em uma mansão do século XIX

21h - Uma refeição aquática
O que for pego com anzol, rede ou armadilha com certeza será servido no Mavra, que fica a dez minutos a pé do atracadouro de Bostanli. Com suas paredes de pedra branca e lanternas penduradas, o espaço lembra muito um vilarejo egeu rústico, mas a clientela é contemporânea, como atestam as camisas Polo e as bolsas Chanel da clientela. Não há cardápio; os garçons simplesmente chegam, primeiro com uma bandeja enorme de mezze (seleção de petiscos) dos quais você pode escolher antepastos como o saksuka, feito de berinjela e tomate. A seguir vêm os frutos do mar, que incluem tentáculos de polvo grelhados, espetinhos de lula e filé de robalo no curry. De sobremesa, balinhas de mástique cobertas com calda de chocolate. Uma refeição média para duas pessoas com bebidas sai por 150 liras.

SÁBADO

10h - As duas torres
O Rio tem o Cristo Redentor, Roma tem o Coliseu e Paris, o Arco do Triunfo; em Esmirna, o monumento mais fotografado é a Torre do Relógio, na Praça Konak, uma estrutura branca, alta e esguia, com entalhes intrincados cuja base é decorada com arcos, colunas e chafarizes. Projetada por um cidadão francês do Império Otomano, é mais um símbolo dos laços que há tempos unem a cidade ao Oeste. Do outro lado da praça lotada de pombos ficam os minaretes da mesquita Yali, um octógono de pedra e tijolos cercado de janelas em forma de ferradura e decorado por azulejos de porcelana azul que simboliza a glória otomana do século XVIII.

11h - De cabeça no bazar
A Turquia tradicional ganha vida nos corredores do Kemeralti, o bazar mais movimentado da cidade. Ali, casais idosos, famílias jovens e turistas se misturam entre as lojas que oferecem roupas de cama, tecidos, vestidos de noiva e apetrechos de cozinha. O Kizlaragasi Han (entre pela esquina da Sokak 871 e 861), um complexo de pedra do século XVI, é o irmão caçula do Grande Bazar de Istambul, um mercado coberto em que abundam lanternas de latão, copos de chá, tabuleiros de xadrez e muitos souvenires. A Ali Baba vende toalhas, robes e sabonetes; já a Evvel Zaman Antika é especializada em nostalgia turca -- de álbuns dos anos 70 a frascos de perfume no formato dos monumentos da cidade.

13h - Almoço típico
Siga o nariz para chegar ao restaurante Cin Ali, no pátio ao lado da Mesquita Hisar; ali, um homem  com uma espada corta as fatias de um espeto circular gigantesco, com camadas de carne, assado no forno à lenha. Servido no pão sírio morninho, é simplesmente sensacional. O sanduíche e uma bebida saem por 15 liras.

14h - Templos de adoração
A mesquita Hisar é a maior da cidade e seu único minarete lembra um lápis apontado para o céu. Lá dentro, sob o domo azul celeste, cercados sob colunas e arcos, homens idosos rezam em voz baixa. Para captar um pouco do passado judeu de Esmirna, desça a rua do mercado, a Sokak 927, que já foi conhecida como Havra Sokagi (Rua das Sinagogas) e ainda contém alguns templos para a pequena comunidade judaica de cerca de 1.500 pessoas. A sinagoga Shalom (No. 38C) se esconde atrás de portas de metal azul com a maçaneta em formato de cacho de uva. Não custa nada bater: de vez em quando tem alguém para atender.

  • Ayman Oghan­na for The New York ­Times

    Kemeralti é o bazar mais movimentado e colorido da cidade de Esmirna, na Turquia

16h - Enfrentando o passado
"Os peixes darão o sinal/e os javalis indicarão o caminho". Um conselho de planejamento urbano meio improvável, sem dúvida, mas foram essas as palavras do oráculo de Apolo a Androclos, que as usou para criar a cidade de Éfeso. Aliás, uma estátua do fundador pode ser vista no Museu de Arqueologia de Esmirna, cujo interior espartano e pouco iluminado abriga peças milenares escavadas dos assentamentos da região. Um guia de áudio ajuda a explicar a coleção que inclui vasos de Gryneion (cidade que ganhou o nome de uma amazona), sarcófagos decorados de terracota e a magnífica estátua de bronze de um atleta olímpico, intacta, conhecida como "O Corredor". Ingresso: 8 liras.

20h - Milagres culinários
Desesperado por uma perna de carneiro assada? Um peru recheado? Para os carnívoros, nada melhor que o Tavaci Recep Usta, restaurante exclusivo que fica no pátio de uma antiga mansão grega na orla. Acomodados nas mesas ao ar livre, casais e famílias inteiras degustam o mezze (incluindo berinjela recheada com arroz e molho de tomate), mas a carne de carneiro é o grande destaque e aparece no tartare, frita em cubos (sac tara) ou moída e transformada em espetinhos (sebzeli lule kebap). A cozinha faz um milagre culinário atrás do outro -- inclusive porque o restaurante possui fazenda de criação própria. Jantar para dois com três pratos e bebidas custa cerca de 120 liras.

23h - Diversões noturnas
Uma cabeça de Buda gigantesca observa, em silêncio, os jovens que lotam o pátio do Okuz -- e talvez seja a única presença tranquila no bairro de Alsancak, centro da vida noturna em cujas ruas se encontram as bebidas mais fortes, os saltos mais altos e as vozes mais altas. O bar, situado em uma mansão do século XIX, serve Beyazit (schnapps de melão, vodca e Sprite; 20 liras) ao som da house music mixada por DJs. Já no palco do Kybele Rock & Jazz Bar as bandas tocam desde pop turco a clássicos do Led Zeppelin. O couvert de 15 liras dá direito a uma bebida.

DOMINGO

9h - Viagem no tempo
Fundada pelos gregos, famosa sob os romanos e destinatária da carta de São Paulo, as ruínas de Éfeso ficam a pouco mais de duas horas de Esmirna de ônibus (a menos que você alugue um táxi). O escritório da empresa de ônibus Pamukkale (na frente do Swissotel na Gazi Osman Pasa Bulvari, pamukkale.com.tr) vende passagens a dez liras; dali, a van o leva para o terminal (otogar) de onde vai embarcar para a viagem de uma hora para Kusadasi. Quando chegar, pegue um miniônibus, (5 liras) que o levará aos Portões Inferiores. Não se esqueça do protetor solar para admirar as praças de pedra, vastos teatros, templos majestosos e a clássica biblioteca. Ingresso: 25 liras.

ONDE FICAR

É à beira-mar que ficam os melhores hotéis novos da cidade, incluindo o sofisticado Renaissance by Marriott que será inaugurado ainda este ano. Até lá, o Key Hotel (Mimar Kemalettin Caddesi 1; keyhotel.com) é a melhor opção, graças à vista do mar, aos quartos modernos, aos dispositivos eletrônicos, ao restaurante sofisticado e seu belo café da manhã (incluído na diária). Quartos duplos a partir de setembro por 124 euros (US$160).

No centro, o Myhotel (Cumhuriyet Bulvari 132; myhotel.com.tr) também tem uma decoração clean e angular, além de oferecer massagem no quarto. Quartos duplos a partir de setembro a partir de 190 liras (cerca de US$100).

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