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Programe-se para esquiar em todos os meses do ano pelo mundo

  • Treble Cone/Wanaka NZ/New York Times

    Treble Cone é a maior área de esqui da Ilha Sul, na Nova Zelândia. Esse resort de 550 hectares abre quatro bacias acima da copa das árvores, oferecendo pistas superlargas

New York Times Syndicate

31/07/2014 15h01

Claro que tem neve em algum lugar do mundo em todos os meses do ano, mas o que esperar do esqui na Nova Zelândia em julho, por exemplo? Pedimos a jornalistas viajados que resumissem o que se espera das temporadas ao redor do mundo. O tempo pode não ajudar, mas, com base nos anos anteriores, aqui vão algumas sugestões sobre aonde ir e quando.

JANEIRO

Canadá: Silver Star, Colúmbia Britânica
É bem provável que você nunca tenha ouvido falar em Silver Star, um resort com jeitão de casa de família ofuscado por Whistler Blackcomb, que fica mais para o oeste; ele está situado no ensolarado Vale Okanagan, a cerca de cinco horas e meia a leste de Vancouver, e oferece todas as mordomias dos lugares maiores. Possui seis teleféricos principais (sem contar o tipo barra T e os tapetes mágicos) numa montanha de apenas 1.914 metros de altura; de quebra, são 1.238 hectares divididos em 115 pistas e uma bela queda de 762 metros. Grande parte dos 6,9 m anuais de neve que caem em Silver é mais leve e mais seca que a de Whistler, no litoral, principalmente durante as tempestades de janeiro. Mesmo que a coisa fique feia, você pode praticar o esqui cross-country em 100 km de trilhas bem cuidadas, sendo que a algumas se pode chegar de teleférico, o que é coisa rara. A cidadezinha lá embaixo é linda, mas tranquila demais e abriga um spa modesto, uma padaria, vários restaurantes – e só. Se quiser badalar, melhor ir para outro lugar. (skisilverstar.com) – Tim Neville

Marrocos: Oukaimeden e Michlifen
Com cerca de 20 km de pistas descontínuas e pico de cerca de três mil metros, Oukaimeden tem um dos teleféricos mais altos do norte da África. O resort de luxo mais próximo, Bab Ourika, uma propriedade de 18 quartos que mais parece uma fortaleza berbere, fica a 40 minutos de distância. Entretanto, Michael Diamond, da Heritage Tours (htprivatetravel.com), agência especializada no Marrocos, diz que é possível organizar a excursão de esqui como um passeio de um dia a partir de Marrakesh, a uma hora e meia de carro. Os melhores meses para esquiar são janeiro e fevereiro, mas Diamond avisa: "É bem imprevisível; tem ano que só dá para esquiar durante algumas semanas". Mais para o sul, perto de Fez, há um resort numa montanha mais baixa chamado Michlifen, que, apesar de uma cobertura menor que a de Oukaimeden, anda chamando a atenção graças à reabertura do hotel Michlifen Ifrane (michlifenifrane.com), embora seu spa venha sendo mais procurado que as encostas. – Gisela Williams

Coreia do Sul: O2
Localizada nas Montanhas Taebaek, no nordeste da Coreia do Sul, essa estação de esqui inaugurada há quatro anos chama-se O2, graças ao ar puro e limpo. Embora não se situe numa montanha exigente, o resort oferece algumas das pistas mais longas da Coreia, como a que vai do pico, a 1.420 m de altura, até o prédio principal - 3,2 km de vistas belíssimas que o esquiador intermediário pode aproveitar. Uma vez que o O2 está situado numa região conhecida pelas nevascas mais fortes e invernos mais longos do país, pode apostar que a base será consistente durante a temporada, que vai de dezembro a março. As acomodações são impecáveis, mas espartanas - e se quiser mergulhar na cultura local, além de provar o kimchi, peça um quarto "ondol" e durma num "yo" – colchão coreano tipo futon, disposto sobre o piso aquecido. (www.o2resort.com/english) – Craig Smith

FEVEREIRO

Japão: Niseko United
Grande, bucólica e montanhosa, a ilha de Hokkaido é a versão japonesa do estado de Montana: picapes usadas passam pelas fazendas de gado; riachos límpidos onde peixes gordos nadam à espera da isca... e, quando chega o inverno, com as frentes frias siberianas trazendo frio e umidade através do Mar do Japão, a neve, fina como o ar, cai em proporções épicas. É aí que os ônibus começam a sair da capital, Sapporo (a uma hora e meia de avião ao norte de Tóquio), lotados de esquiadores rumo a Niseko, um complexo que inclui quatro resorts na montanha Niseko Annupuri, de 1.307 metros. Não se deixe enganar pela baixa altitude: uma vez no topo, a queda vertical chega a 940 metros nos 48 km de encostas com nomes como Snorkel (que dão uma ideia do que acontece com os mais de treze metros de neve anuais que caem sobre o pico). E não espere cachorro-quente para o almoço: o melhor a fazer é tirar os esquis e entrar numa das cabanas, como a Boyo-so, para saborear o sansai soba, sopa com legumes naturais, e uma boa dose de saquê. No fim do dia, vá para Yukichichibu onsen para curtir uma das seis termas naturais, incluindo um bom banho de lama. (niseko.ne.jp/en) – Tim Neville

EUA: Vail, Colorado
Quando os veteranos norte-americanos Pete Seibert e Earl Eaton escalaram uma montanha sem nome no Colorado, em 1957, em busca de um bom local para esquiar, descobriram o enorme potencial do que se tornaria Vail, hoje um dos maiores e mais famosos resorts dos EUA. Cinquenta anos depois de colocar seus teleféricos em funcionamento, Vail comemora seu aniversário no próximo inverno com inúmeros eventos. Além da neve certa na área das 193 pistas, fevereiro de 2013 terá várias comemorações nas montanhas: durante os Winter Mountain Games, apresentados por Eddie Bauer, dos dias oito a dez, os atletas competirão em categorias como escalada no gelo, ski touring, caminhada snowshoe e mountain bike na neve; já o Burton U.S. Open, a competição de snowboard mais longa do mundo, foi transferida de Vermont a Vail, onde acontece de 25 de fevereiro a 2 de março. (vail.com) – Cindy Hirschfeld

MARÇO

Japão: Shiga Kogen
Muito antes de o esqui chegar aos Alpes Japoneses, a atração ali eram as termas, que atraíam não só os turistas, mas também os símios conhecidos no mundo inteiro como macacos-do-japão, que andam de pé nas fontes naturais. Agora, há outro motivo para visitar a região, que fica a leste da cidade de Nagano: ali é praticado o que talvez seja o melhor esqui da Ásia, principalmente em Shiga Kogen, uma rede de resorts interligados com mais de 50 teleféricos e centenas de pistas. É possível esquiar durante vários dias sem passar pela mesma pista duas vezes, e a grande altitude – mais de 1.980 metros – permite que a temporada seja uma das mais longas do continente, do fim de novembro ao início de abril. Graças ao grande espaço que o Shiga Kogen ocupa, suas encostas raramente ficam lotadas e há pouquíssimas filas nos teleféricos. A maioria dos hotéis da região foi construída ao redor das termas e se quiser ficar longe dos esquis por algumas horas, visite o Jigokudani Monkey Park para ver os macacos meditando na água. (ski-shigakogen.net) – Craig Smith

EUA: Stevens Pass, Washington
As montanhas Cascade estão entre os lugares em que mais neva nos EUA - e porque os flocos são geralmente pesados e úmidos, a neve dura a maior parte da primavera. Stevens Pass não é exceção. Com uma média de 11,06 m por ano – 2,7 só em março e abril –, é um ótimo lugar para o esqui dessa estação. Dez teleféricos cobrem uma área de 454 hectares e 37 pistas do resort de 75 anos, famoso pelas encostas íngremes, excelente para a prática do esqui entre as árvores. As rampas sob o teleférico 7º Céu, que coloca o público a caminho da Montanha Cowboy, de 1.781 m de altura, são tão escarpadas que há espaço para apenas para um par de torres entre as extremidades do percurso. Na travessia para Cowboy Ridge é a mesma coisa: rampas curtas e irregulares. O esqui entre as árvores nos bosques de Big Chief Mountain é bastante comum – como também é trocar as acomodações do resort pelos trailers do estacionamento próximo, onde o uso da energia elétrica é gratuito e é permitido o pernoite. (stevenspass.com) – Porter Fox

  • Tiffindell Alpine Resort/Divulgao

    Tiffindell, o único resort de esqui e snowboard da África do Sul, foi inaugurado em 1993 perto de Rhodes, nas encostas remotas do sul das Montanhas Drakensberg

ABRIL

EUA: Eagle Cap Wilderness, Oregon

As Montanhas Wallowa, no nordeste do Oregon, estão mais para Rochosas que para Cascades, com espinhaços irregulares, circos imponentes e dez metros de neve fofa e seca que se acumula, mas, ao contrário dessas outras cordilheiras, os picos com jeitão de Suíça, com mais de três mil metros, são novidade até para muitos moradores do estado. O mais impressionante deles fica nos 1.416 km² de Eagle Cap Wilderness, onde os esquiadores podem encontrar um sem-fim de pistas não marcadas, muitas até sem nome. Não há teleféricos, é óbvio, mas o Wallowa Alpine Huts oferece um pouco de conforto a esse playground remoto e gélido com acesso exclusivo a uma série de "yurts" (tendas mongóis), chalés com fogões a lenha e camas simples perto de encostas como Pope's Nose e Chocolate Chip, com pistas de até 335 metros de inclinação. Embora chegue a nevar até em maio, na primavera as fortes tempestades que castigam as montanhas tendem a diminuir, resultando em céu azul, dias mais longos e a presença de neve fofa nas encostas da face norte. (wallowahuts.com) – Tim Neville

EUA: Heli-esqui Valdez, Alasca
Para muitos esquiadores e snowboarders experientes, nada supera o heli-esqui - e para sua prática, não há melhor lugar que o Alasca, onde o terreno é íngreme e intocado e o volume de neve é muito mais previsível que em outras regiões em que pode haver avalanches. Abril, com seus dias mais longos e temperaturas mais amenas, é a época perfeita para ir. Um ponto de entrada fica a 48 km de Valdez, em Thompson Pass, nas Montanhas Chugach. O Tsaina Lodge, com 24 quartos, foi reaberto recentemente e fica ao lado do heliporto da Valdez Heli-Ski Guides, que opera numa área de 6.474 km² de terreno erodido por uma geleira. Há vinte anos, numa versão mais rústica, o hotel atraía esquiadores profissionais interessados em explorar o terreno; hoje, transformado numa acomodação mais luxuosa e exclusiva, pretende atrair aqueles que preferem terminar o dia de esqui com refeições fartas e uma boa noite de sono numa cama macia. O que não mudou foi o volume abundante de neve – até 25 metros anuais nos picos mais altos – e o prazer de deslizar nas pistas não marcadas. (valdezheliskiguides.com) – Cindy Hirschfeld

MAIO

França: Vallée Blanche
Da Place de l'Église em Chamonix, na França, o pico gelado do Mont Blanc, de 4.810 metros, dá a impressão de estar a quilômetros de altura e distância, o que é verdade – são mais de 3.657 metros, na vertical, sobre a cidade. Embora a maior montanha da Europa Ocidental permita a prática de esqui o ano inteiro (para aqueles que não se incomodam em caminhar), os mais preguiçosos têm opções bem mais fáceis para encontrar neve no início da primavera. O Vallée Blanche, uma fenda cheia de gelo a nordeste do Mont Blanc, é, sem dúvida, uma das áreas mais espetaculares até para os mais aventureiros. A viagem começa com a subida do bondinho até o Aiguille du Midi, a 3.842 m, praticamente tocando a troposfera; dali, é só descida. Nos anos "bons", de muita neve, a pista suave da "rota clássica" que acompanha as duas geleiras pode chegar a 192 km com mais de 2.130 metros de esqui vertical. Não é preciso pressa para apreciar a vista de alguns dos picos mais imponentes e impressionantes da região: Aiguille Verte, Les Drus e, é claro, o Mont Blanc. O trenzinho Montenvers, que geralmente leva os esquiadores de volta a Chamonix, para de circular em maio; por isso, é melhor levar tênis na mala e aproveitar a caminhada de duas horas no gelo na volta para casa. Aviso: o Vallée Blanche não é pista de resort e todo ano tem gente que cai nas fissuras. É bom contratar um guia. (high-alpine.com). – Tim Neville

JUNHO

Canadá: Blackcomb, Whistler
De meados de junho a julho, o lado de Whistler que dá para a Montanha de Blackcomb oferece um cenário que mais parece saído do sul da Califórnia do que de um resort alpino: na Geleira Horstman, a 2.286 metros, os esquiadores, muitos usando shorts e biquínis (enquanto outros se lambuzam de protetor), esticam o almoço no pátio da Horstman Hut. A neve se mantém firme graças ao sal e ao tratamento que recebe à noite; além disso, o gelo glacial que se vê debaixo dela lhe dá um efeito etéreo especial. O acesso ao público começa às 11h, mas, para chegar até lá, são 45 minutos no teleférico; quem se arrisca geralmente são os mais radicais, sempre em busca de um lugar novo a explorar. Dois barras T servem os 37,5 hectares da geleira, que oferece pistas de cerca de 213 metros verticais e inclui uma pequena área de recreação. Às 15h, os últimos esquiadores têm que fazer o caminho de volta e retornar à base de Blackcomb. (whistlerblackcomb.com) – Cindy Hirschfeld

Suíça: Zermatt
Esqui de verão é mais uma modinha que qualquer outra coisa: algumas horas de diversão nas geleiras usando short e camiseta, mas, mesmo assim, a experiência pode ser ótima, especialmente num lugar com um visual tão exótico quanto Zermatt. A estação de esqui que abriga o Matterhorn oferece a maior e mais alta operação de verão da Europa, com cerca de 24 km de pistas e oito teleféricos abertos durante toda a estação, que sobem até 3.810 m. Lá em cima, na geleira Theodul, é possível curtir a neve, mas o melhor é se encharcar de protetor e se preparar para a descida rápida nas encostas para principiantes e intermediários, que chegam a oferecer uma queda vertical de 975 m. A vista dos vales verdejantes a 2.100 metros lá embaixo é espetacular, é claro, com chalés oferecendo deques abertos e muita cerveja para deixar a vista ainda mais bela. (zermatt.ch) – Tim Neville

  • Chandler Burgess/Killington Resort

    Há duas décadas Killi­ngton­, em Vermo­nt, é um dos primeiros resorts da Costa Leste a abrir

EUA: Timberline, Oregon
Esquiar num vulcão durante os dias mais longos do ano? É possível, sim, graças a essa estação que fica no lado sul de Mount Hood, a 96 km a leste de Portland. O campo Palmer, que equivale a mais ou menos 40 hectares de permafrost, retém camadas da neve caída nos anos anteriores. A área, perfeita para esquiadores de nível intermediário e avançado, geralmente abre diariamente de 1º de junho até o feriado do Labor Day (e nos fins de semana de setembro e outubro). As condições são melhores no início do verão, quando é possível esquiar nos 760 m de queda vertical até a base principal, o imenso Timberline Lodge, considerado monumento histórico nacional. Depois, quando a neve começa a derreter nas pistas abaixo do campo de neve, é hora de voltar. Cerca de 25 por cento da área do Palmer abrem diariamente ao público e incluem áreas de recreação com corrimão, rampas e outras atrações. Como os teleféricos funcionam das 7h às 13h30, você tem tempo, à tarde, de fazer uma caminhada ao lago da Floresta Nacional Mount Hood, rafting no rio Deschutes ou simplesmente desfrutar do ambiente do hotel com direito a acariciar dois são-bernardos. (timberlinelodge.com) – Cindy Hirschfeld

JULHO

Austrália: Perisher e Thredbo
Se para você maior é melhor e quer esquiar em julho, vá para Perisher, um complexo que reúne quatro estações de esqui em Snowy Mountains, região sudeste do estado australiano de Nova Gales do Sul. O resort, considerado a maior área para esqui do hemisfério sul, possui teleféricos para satisfazer a todos (47 no total). Perisher começa a uma altitude relativamente alta (1.645 m) e investiu pesado em equipamentos de fabricação de neve, garantindo um volume maior do que as outras estações australianas; porém, com apenas 2.042 m de queda vertical, o resultado são pistas curtas. Se preferir as mais longas e um ambiente menos familiar, Thredbo, o resort que fica ao lado, é uma boa opção. As pistas começam mais baixas, o que significa que a parte inferior pode virar uma poça de neve derretida quando começa a esquentar. Os dois complexos operam de junho a outubro, mas as nevascas mais pesadas acontecem em julho e agosto. (perisher.com.au) – Craig Smith

Nova Zelândia: Treble Cone
Alguns resorts de esqui no Hemisfério Sul atraem os esquiadores norte-americanos mais pela novidade de esquiar "no verão" do que pelo desafio e a variedade do terreno - mas não Treble Cone, a maior área de esqui da Ilha Sul, na Nova Zelândia. Esse resort de 550 hectares abre quatro bacias acima da copa das árvores, oferecendo pistas superlargas e com tratamento impecável para intermediários, bem como trilhas longas e íngremes para os mais experientes. (Apenas dez por cento são para iniciantes.) A qualidade da neve é outro atrativo, já que está localizada na face leste dos Alpes do Sul, onde as tempestades resultam em neve seca e fofa. A partir da segunda metade de julho, depois do fim das férias escolares, é a melhor época para ir. Há acomodações de sobra na bela cidadezinha de Wanaka, a 25 km ao leste, ou em Queenstown, a 100 km ao sul. (treblecone.com) – Cindy Hirschfeld

EUA: Mount Bachelor, Oregon
Quem esquia nas Montanhas Rochosas brinca dizendo que a neve do noroeste do Pacífico é "uma cascata de cimento", mas sua consistência densa ajuda a mantê-la até o verão. Acrescente-se aí os dias quentes e noites frias e os 5 m de "concreto" que cobrem o solo se transformam no segundo melhor fenômeno depois da neve fofa: macia, a neve granulada ganha o nome de "corn snow". Nos últimos dois anos, por volta do feriado de Quatro de Julho, os funcionários da maior área de esqui de Oregon, a Mount Bachelor, abriram dois dos dez teleféricos durante um fim de semana para permitir que esquiadores e snowboarders aproveitassem o fenômeno no topo do vulcão de 2.763 m. Se houver neve suficiente para garantir sua abertura em julho de 2013, leve US$ 30 para o ingresso, uma camiseta, capriche no protetor e encare a descida vertical de 518 m da pista intermediária de Beverly Hills, para começar. Os mais experientes têm a opção de explorar Cow's Face, uma encosta aberta com vista espetacular do deserto do Oregon. Ali, porém, não há fogos de artifício; para isso, vá a Bend, a 30 min a leste. (mtbachelor.com) – Tim Neville

AGOSTO

Argentina: Las Leñas
Las Leñas, que comemora seu 30º aniversário em 2013, é, sem dúvida, num lugar bem afastado. A melhor maneira de chegar lá é pegando o voo fretado que sai toda semana de Buenos Aires para um pequeno aeroporto a uma hora de distância da estação. Quem se dispõe a fazer a viagem, porém, é recompensado com um dos melhores (e mais diversificados) terrenos para esquiadores experientes do mundo, variando de vastas cavidades a rampas estreitas e ladeadas por rochas. Embora o mapa mostre apenas 29 pistas, qualquer trecho desse pico andino é uma boa opção, incluindo os milhares de hectares nas encostas não cuidadas, aonde se chega com o teleférico Marte e que, eventualmente, acaba na área da base. (É melhor contratar um guia para se movimentar com segurança.) Iniciantes e intermediários têm bastante terreno aberto para explorar na metade inferior da montanha, cuja queda é mais suave e onde foi instalado um teleférico na última temporada. Vários hotéis e condomínios compõem uma boa base, mas ninguém viaja toda essa distância para passar o dia no spa, não é? (laslenas.com) – Cindy Hirschfeld

África do Sul: Tiffindell
Tiffindell, o único resort de esqui e snowboard da África do Sul, foi inaugurado em 1993 perto de Rhodes, nas encostas remotas do sul das Montanhas Drakensberg; porém, foi fechado em 2010, depois de uma disputa legal entre o dono e a construtora. Em julho, Lew Campbell, dono de uma encosta de treino de neve artificial em Johanesburgo, arrematou Tiffindell num leilão por US$ 730 mil e investiu outros US$ 560 mil em reformas, maquinário de fabricação de neve e equipamentos. Em janeiro de 2013, o resort será reaberto e funcionará o ano todo. Há neve de junho a agosto, mas a verdade é que nunca poderá competir com os pesos pesados. Com apenas 23 hectares de terreno "esquiável", a área do resort corresponde a menos de um por cento de Whistler Blackcomb - mas o que lhe falta em tamanho e sofisticação é compensado pela hospitalidade sul-africana. Os visitantes que atravessarem as estradas de cascalho e passarem pelas propriedades de gado são recebidos por funcionários que falam inglês, africâner e xhosa. Os dias são ensolarados e secos - e quem curte o après-ski pode e deve conferir a "boerwors" local, famosa linguiça apimentada produzida no país. (tiffindell.co.za) – Gretchen L. Wilson

SETEMBRO

Chile: Portillo
Portillo é uma estação de esqui tradicional localizada a cerca de 160 km a nordeste de Santiago, nos Andes, que atrai uma clientela fiel, incluindo muitos norte-americanos. Suas 35 pistas variam de encostas suaves a desafios íngremes, todas acima das copas das árvores, o que permite uma bela visão das montanhas e da Laguna del Inca. Os mais experientes preferem as trilhas rústicas, às quais podem chegar com um tipo de teleférico de superfície que torna a subida ainda mais divertida. Como é costume na América do Sul, a festa vai até altas horas. O jantar do Hotel Portillo só é servido após as 20h e há música ao vivo todas as noites e muito balanço na discoteca depois da meia-noite. Não é à toa que as manhãs são tranquilas, mas como há acomodações apenas para 450 esquiadores, não é preciso correria. O après-ski, que inclui jogos, filmes, palestras, degustação de vinhos, aulas de aeróbica e atividades infantis, é um convite à socialização. No saguão do hotel é muito provável que você encontre esquiadores e snowboarders profissionais se preparando para sessões de fotos ou disputando a Copa do Mundo. Para 2013, alguns quartos estão sendo reformados – o que não deixa de ser uma grande novidade num lugar que respira tradição. (www.skiportillo.com) – Cindy Hirschfeld

Nova Zelândia: Turoa e Whakapapa
Não dá para se aproximar mais da dicotomia "fogo e gelo" do que esquiar em Mount Ruapehu, o maior vulcão ativo da Nova Zelândia e que serviu de cenário para a Montanha da Perdição que aparece na trilogia "O Senhor dos Anéis", de Peter Jackson. Há duas áreas de esqui: a Turoa, nas encostas do sudoeste, que tem a descida mais íngreme da Ásia e Austrália e o teleférico mais alto do país, e Whakapapa, a noroeste, a maior da Nova Zelândia, com mais de 65 trilhas. A cratera é coberta por um lago azul, belíssimo de se olhar, mas, segundo os vulcanologistas, uma fonte em potencial de lama vulcânica. O Ruahepu entra em erupção entre cada vinte e 50 anos e, em novembro, os cientistas começaram a avisar que poderia haver movimentação. Ambas as estações oferecem mapas dos prováveis fluxos da lava. A falta de neve é um problema raro e não há árvores no terreno de ambas as áreas, oferecendo assim pistas largas e longas. (mtruapehu.com) – Craig Smith

OUTUBRO

Nova Zelândia: Temple Basin
Os campos de esqui públicos da Nova Zelândia (que jogam uma corda reboque e uma cabana aquecida e se autodenominam "resorts") são anomalia no mundo do esporte desde que foram criados, nos anos 30. Temple Basin, a duas horas a noroeste de Christchurch, na Ilha Sul, é o principal campo neozelandês do gênero desde 1948. Uma vez que só abre em julho, Temple fica aberto até o fim de outubro. A área mantém 1,6 km de cordas reboque e 323 hectares de terreno sobre uma queda vertical de 426 m. As cavidades largas, desprovidas de árvores – localizadas no Parque Nacional Arthur's Pass – são perfeitas para principiantes e intermediários. Já os mais experientes vão direto para os milhares de hectares não tratados nos limites do resort. Dezenas de filmes e capas de revistas foram feitos em Mount Temple, que fica a curta caminhada do topo do reboque Downhill. O Cassidy deixa os esquiadores numa cavidade larga com pistas perfeitas para os mais inexperientes. Os campos foram criados para oferecer sessões de esqui acessíveis para membros, com os pacotes de três dias a US$ 340. As acomodações são os tradicionais beliches dos chalés alpinos, com café da manhã e jantar incluídos. (templebasin.co.nz) – Porter Fox

NOVEMBRO

EUA: Killington, Vermont
Killington é capaz de bombear 2,7 milhões de litros de água/hora através de suas 240 máquinas para cobrir 32 hectares de terreno com 30 cm de neve. Não é à toa que há duas décadas é um dos primeiros resorts da Costa Leste a abrir. (Este ano, abriu em 15 de outubro para quem tinha o passe da temporada.) Seus sete picos têm a queda vertical mais alta da região (930 m), sendo Killington Peak o mais alto (1.292 m). Com apenas 6,35 m de neve anual, a estação investiu milhões de dólares em 1.500 máquinas que cobrem mais de 80 por cento de sua área. O bondinho K-1 é a maneira mais rápida de se chegar ao topo, assim como a descida mais rápida é a Cascade, que fica bem abaixo dele. Outer Limits é a pista de obstáculos mais famosa a leste das Rochosas; Anarchy e Julio oferecem trechos tão íngremes (e, de vez em quando, profundos) que se tem a impressão de estar do outro lado do país. Quando o sol se põe atrás das montanhas, só há um lugar tão agitado quanto as encostas: o Wobbly Barn, construído em 1963 a partir de um complexo de dez edifícios em ruínas, e que ainda oferece o melhor après-ski da Nova Inglaterra. (killington.com/winter/index.html) – Porter Fox

DEZEMBRO

China: Huaibei e Wanlong
Quer esquiar a Grande Muralha da China? Bom, não dá, mas é possível esquiar olhando para ela, embora mais pela novidade do que pela prática em si. A cerca de uma hora ao norte de Pequim, onde o muro acompanha a Cordilheira Yanshan, fica o resort Huaibei, cuja neve branca, em contraste com a paisagem marrom à sua volta, lhe diz a única coisa que você deve saber sobre o esqui perto da capital chinesa: os invernos são secos de doer. Todas as estações a distâncias relativamente curtas da cidade dependem quase que exclusivamente da neve artificial, o que significa que o gelo vai se tornando um perigo ao longo do dia. Apesar disso, Huaibei oferece ar puro e uma pista longa que raramente fica cheia porque grande parte da ação se passa nas encostas para principiantes. Se quiser esquiar para valer, pegue o carro e vá a Wanlong, a três ou quatro horas, localizado numa área mais nova e mais exclusiva que Huaibei. Wanlong possui mais de vinte trilhas e atrai um público mais abastado - e, embora não seja possível admirar a Grande Muralha, ela fica bem perto dali. – Craig Smith

EUA: Alta, Utah
O diretor da escola de esqui Dick Durrance inventou o Dipsy Doodle em Alta nos anos 50. Sessenta anos depois, o local é considerado a capital da neve fina da América do Norte. A 3.215 m, uma queda vertical de 615 m e uma média de 14,2 m de neve todo ano, Alta oferece de 22 a 30 cm de neve por dia a cada dez dias. A topografia peculiar de Little Cottonwood Canyon, onde está situado o resort, permite que ele receba nevascas de vários fluxos diferentes, além da influência que sofre de Great Salt Lake. O pessoal da região vai direto para as pistas como a High Rustler e a Eagle's Nest em dia de neve forte e esperam a abertura do Ballrom para poder aproveitar as passagens íngremes de Baldy Shoulder. Na área próxima ao teleférico Supreme, a neve dura dias após as tempestades, principalmente porque Alta mantém a regra de não permitir a prática de snowboard. A única coisa que parece ter mudado desde os anos 50 é que agora é possível comprar um ingresso combinado do percurso no teleférico Sugarloaf para esquiar o Snowbird. (alta.com) – Porter Fox

EUA: Silverton Mountain, Colorado
Silverton Mountain é a área de esqui de maior elevação da América do Norte (4.110 m) e a melhor opção para a neve de início de temporada. Com uma média anual de dez metros, a neve dura até meados de abril. Jen e Aaron Brill projetaram Silverton (pertinho de Telluride, no meio das Montanhas San Juan, no sul do Colorado) inspirados no espírito rústico e simples dos campos públicos da Nova Zelândia. O conceito: os esquiadores sobem no teleférico de cadeira dupla de 1973 até o topo e descem 914 m de pista vertical através de cavidades, árvores, passagens e campos. Na prática, isso significa uma média de 80 esquiadores por dia na montanha; a neve fofa se acumula depois das tempestades; não há filas de espera nos teleféricos. Um aviso: a trilha mais fácil é mais íngreme que as reservadas para os especialistas em outros resorts. (silvertonmountain.com) – Porter Fox

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