UOL Viagem

Serra Catarinense

Sobre o destino Fotos Onde ficar Como chegar Agências

Cris Gutkoski/UOL

Repleta de araucárias e belas trilhas, a Serra Catarinense é uma das regiões mais frias do país

Arte UOL

A Serra Catarinense nunca desaponta quem se dispõe a desbravá-la. Cada canto dos municípios que a compõem - São Joaquim, Urubici, Lages e Bom Jardim da Serra são os principais destinos turísticos - tem um cânion espetacular, uma trilha cuja beleza renova o fôlego, um hotel-fazenda de luxo, um rio cristalino e gelado que dá voltas na paisagem de araucárias. Na parte sudeste de Santa Catarina, já na fronteira com o Rio Grande do Sul, a Serra Catarinense é a região mais fria do Brasil e uma das mais bonitas em termos de relevo, de esculturas monumentais da natureza.

A estrada que literalmente rasga as encostas pedregosas da Serra do Rio do Rastro pode ser um primeiro convite ao êxtase para quem está chegando. No pé da serra está a cidade de Lauro Müller e, no topo, Bom Jardim da Serra, a 1.245 m de altitude, parada para o principal mirante, cercado de lanchonetes e lojas de comidas típicas e artesanato. Do alto, de dia ou de noite, quando é bastante iluminada, por segurança e pelo status de atração turística, a Serra do Rio do Rastro exibe as curvas fechadas que vão como que separando o paredão verde em diferentes andares. Dos 12 km do trecho principal da SC-438, sete são de concreto com groving, semelhante às pistas de aeroportos: as ranhuras impedem que a água (das montanhas, da chuva ou do sereno) se acumule na pista. Com o frio extremo da região, água na pista vira gelo.

Subir ou descer de automóvel esta estrada tão sinuosa e cinematográfica dá a sensação de estar sendo abraçado pelo relevo, tamanha é a proximidade da rodovia com a vegetação e as rochas escuras, basálticas da Serra, cobertas de liquens. Parte do que se vê ao redor integra o Parque Nacional de São Joaquim, criado em 1961, onde estão dois cartões-postais: o Morro da Igreja, a 1.822 metros de altitude, e o cânion da Pedra Furada, outra escultura natural para admirar de longe ou de perto, já que o trekking por montanhas e vales está entre as principais atividades de lazer da região serrana. A cena triste no principal mirante fica por conta dos quatis sendo entupidos de salgadinhos pelos turistas, ansiosos em fotografá-los de perto. Um guarda florestal impediria a alimentação irregular de animais selvagens, mas não existe nenhum, nem nos finais de semana, dias de maior movimento.

As cidades da Serra Catarinense têm atrações distintas. De São Joaquim, por exemplo, a cada inverno, partem as principais imagens para as TVs do país de árvores e campos cobertos de gelo ou geada e, eventualmente, cenas de flocos de neve fazendo moradores e turistas darem pulos de felicidade. A cidade também é sede do parque Snow Valley e de vinícolas como a Villa Francioni, que oferece visitas guiadas. Sabe-se que é mais frequente nevar em São Joaquim do que na vizinha Urubici, a 59 km de distância, porque Urubici está num vale cercado de montanhas.

Igualmente fria no outono e no inverno, Urubici ficou mais conhecida pela beleza de suas cachoeiras, como a do Avencal e do Véu de Noiva, e pela fartura de opções em turismo de aventura. Tem rapel, tirolesa, voo livre e trilhas de vários níveis de dificuldade, desde as fáceis, para crianças e adultos, como a que conduz ao topo do Morro do Campestre, com vista panorâmica do vale do rio Canoas. Acredita-se que a grande pedra fendida ali foi observatório indígena, séculos atrás. Na língua da tribo xokleng, Urubici significa "pássaro brilhante".

Pioneira no turismo rural, Lages, a 80 km de São Joaquim, é a maior cidade da região serrana catarinense, com cerca de 162.000 habitantes. Ali ganham destaque as cavalgadas e os shows de música e dança semelhantes às tradições gaúchas dos vizinhos do Sul do país. Lages conta com um parque de aventura de múltiplas atividades, o Adventure Park (tem tirolesa, quadriciclo, escalada, arvorismo, rapel, trekking etc.) e com hotéis-fazenda que oferecem desde as primeiras aulas de passo e trote no lombo de um cavalo manso até o conforto de piscinas térmicas, jacuzzis e ofurôs em cabanas românticas na beira do lago.

Quem se hospeda em Bom Jardim da Serra tem na vizinhança um dos melhores mirantes para a Serra do Rio do Rastro e a proximidade de cânions como o das Laranjeiras, do Funil, do Ronda e do Morro dos Cabritos. As caminhadas ou cavalgadas com guias pelas bordas dos cânions são oferecidas por hospedagens como o Rio do Rastro Eco Resort, que integra a associação Roteiros de Charme. Ali o turismo rural das botas enlameadas combina perfeitamente com o espumante rosé servido ao pôr-do-sol, no alto do morro ou diante do lago, para os casais em lua-de-mel. Viajantes desacompanhados também podem se servir de champanhe, vinho, cerveja, chocolate quente, café, sucos, refrigerantes ou caipirinhas no restaurante, no centro de convivência (com jacuzzi e piscina térmica) ou no aconchego dos chalés. Nos privilegiados mirantes do resort, o pôr-do-sol é para todos.

A unir as experiências nas diferentes cidades está a onipresença das araucárias, árvore símbolo da Região Sul, os efeitos sonoros das gralhas-azuis e a comida farta, cheia de proteínas e calorias, que caracteriza a rotina das baixas temperaturas. A peça de resistência da culinária local é justamente a semente das araucárias, o pinhão, servido quentinho a qualquer hora do dia. Nas churrascarias, a estrela é a carne tipo frescal, mais suculenta, preparada em várias etapas. Rios e lagos são fontes permanentes de trutas. Os cafés coloniais trazem tortas e outros quitutes de maçã, rosquinhas de coalhada, salames e queijos. Um suvenir curioso é o salame com um metro de comprimento. E duas celebrações gastronômicas importantes são a Festa da Maçã, em São Joaquim, e a Festa do Pinhão, em Lages.

Prepare-se para frio intenso em junho, julho e agosto, frio de escutar os dentes batendo, com temperaturas próximas ou abaixo de 0° C. As noites e madrugadas são congelantes, e para tornar a estadia confortável, as hospedagens dispõem de lareiras, calefação, lençóis térmicos e até pisos aquecidos. No inverno a cor branca se acentua na paisagem, na geada, na névoa, na lenta evaporação do sereno aos primeiros raios de sol. Os meses de primavera, verão e outono se tornam mais agradáveis para aproveitar as trilhas e os passeios por lagos e rios da região. Em qualquer mês do ano, a Serra do Rio do Rastro e a Serra do Corvo Branco estarão lá, incólumes, magníficas, a lembrar os visitantes dos tesouros ainda desconhecidos do Sul do mundo.

 

GRUPO DE DISCUSSÃO


Serra Catarinense
Você já visitou a Serra Catarinense? O que achou de lá?

 

NO UOL


Grupo Viagem
São Joaquim: o Brasil abaixo de zero

 

 

PORTAIS REGIONAIS


Prefeitura de Bom Jardim da Serra
www.bomjardimdaserra.com.br

Prefeitura de Lages
www.lages.sc.gov.br

Prefeitura de São Joaquim
www.saojoaquim.sc.gov.br

Prefeitura de Urubici
www.urubici.com.br

Santa Catarina Turismo
www.santur.sc.gov.br

Atualizado em Julho de 2010
  • - Guia de Viagem
  • UOL Viagem
Compartilhe
Imprimir
Comunicar erro