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Praia do Rosa

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Observação de baleias



O bote - Cabem 18 passageiros, mais quatro tripulantes, na embarcação com nove metros de comprimento. Com dois motores de 115 hp cada, o bote inflável e coberto praticamente voa sobre as ondas. Às vezes ondas tranqüilas, em outras ondas altas de mar revolto, ou 'mar mexido', como dizem os nativos. O empresário Enrique Litman, que organiza a atividade há 10 anos baseado na Praia do Rosa, sublinha que não se trata de um 'passeio', mas de uma observação de baleias embarcada. Lembra mais uma aventura, daí o uso obrigatório de coletes salva-vidas o tempo inteiro, as cerca de duas horas em alto-mar. São distribuídos comprimidos anti-enjôo antes do embarque, e os passageiros incomodados com o sacolejo são orientados a olhar para o horizonte ou mesmo a vomitar, se necessário, para amenizar o desconforto.

Não há risco de o bote afundar, mas é melhor fingir indiferença ao tamanho das ondas formadas ali atrás que começam a suspender a embarcação, quando ela é desligada, à 100m das baleias franca. Localizadas as baleias, é só torcer para que elas se aproximem do bote, o que fazem com freqüência. Informações sobre horários e preços com Turismo Vida Sol e Mar, tel: (48) 3355-6111, www.vidasolemar.com.br

As baleias franca - Os cetáceos avistados de julho a novembro não habitam a costa brasileira. A baleia franca austral (Eubalaena australis) migra das águas geladas da Antártica a fim de parir, amamentar e educar os filhotes em mares menos frios, sem risco de predadores, sobretudo na costa catarinense. Os machos vêm junto, para acasalamento. Um adulto pode medir 16m e pesar cerca de 40 toneladas. O filhote já nasce com 4m e 4t, e se alimenta do leite espesso e gorduroso da mãe, depositado em jorros quentes na água. Os adultos ficam em jejum por meses: eles sobrevivem com as reservas de ácidos graxos processados na glicerogênese, após ingerirem toneladas de crustáceos (o minúsculo krill) nos mares gelados, de dezembro a maio.

O que o turista enxerga, em alto mar ou desde a beira das praias, é um berçário em movimento, de grandes proporções. A baleia-mãe é superprotetora e procura manter o filhote sempre do lado da orla, o corpo servindo de muralha para que o bebê não se afaste no mar aberto. Na manhã de 27 de setembro, por exemplo, tripulação e passageiros do bote enxergaram 11 baleias adultas, oito delas acompanhadas de filhotes. Eles se comunicam entre si com sons de baixa freqüência, e os guinchos dos adultos são ouvidos de longe, por vezes desde o quarto das pousadas da Praia do Rosa. Entre as características especiais das baleias franca estão o borrifo em forma de V (o ar quente é expelido dos pulmões e se condensa no frio) e um tipo de calosidade rugosa na cabeça, que serve para identificar os indivíduos, quando fotografados. Em geral, são gigantes dóceis e curiosos, com barbatanas em vez de dentes, que gostam de se exibir.

Para a alegria de pesquisadores e turistas, a população das baleias franca sul-americanas está crescendo cerca de 7% ao ano. Elas têm alta variabilidade genética, o que significa que recuperaram a capacidade de reprodução após o longo período de caça e exploração comercial. O município de Imbituba foi sede de uma estação de caça até 1973. Por décadas, os objetos que miravam as baleias francas não eram os binóculos, câmeras fotográficas e filmadoras de hoje, mas arpões e canhões. Os bebês órfãos acabavam morrendo de inanição.

Atualizado em Abril de 2010
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