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Nova York

Bares no alto de hotéis: uma vista tão cara quanto os coquetéis

SETH KUGEL
New York Times Syndicate


Hiroko Masuike/NYT

Um dos terraços do Salon de Ning, no Peninsula
Quem se importa se um bar tem um hotel de luxo anexado a ele? A menos que você esteja cheio da nota, você não vai se hospedar nele mesmo. Você não tem nenhuma bagagem para outros carregarem. E quem precisa de uma máquina de gelo quando se tem um barman?

Mas os bares de hotéis são diferentes. Os empreendedores freqüentemente despejam toneladas de dinheiro e recursos para fazer com que os bares se destaquem, visando atrair hóspedes de apenas uma noite e, em um ato de simbiose, o selo do hotel frequentemente é apagado no bar. E eles sempre compartilham quaisquer outros bônus que o hotel possa ter: um glorioso lobby antigo no qual esperar pelos amigos, ajuda para chamar um táxi quando é preciso fazer uma rápida escapada, chocolates gratuitos na recepção (ao menos eles pareciam gratuitos). E, muitas vezes, uma cobertura com vista, algo que seu bar habitual não tem como conseguir, simplesmente porque não é dono dos 20 andares abaixo dele.

O gênero bar de hotel também faz parte da história de Nova York, lembrando elegância à moda antiga, barmen apropriados com um toque mágico nos coquetéis e muita madeira escura. Isto pode permanecer verdadeiro em alguns dos mais tradicionais, como o Four Seasons; o Blue Bar, no Algonquin; o Bemelman's, no Carlyle, e (uma esperança minha) o Oak Room, que reabrirá no Plaza em breve. Mas em outros lugares pode ser um sucesso ou um fracasso: a única coisa com que você pode contar atualmente em um bar de hotel moderno é que um drinque ou outro no cardápio conterá o licor de sabugueiro St. Germain.

Alguns pontos novos de cobertura neste ano se tornaram favoritos instantâneos. Há o Salon de Ning no Peninsula, em Midtown, uma reforma total daquele que antes era o Pentop Bar. A arte contemporânea chinesa no teto e paredes e os sofás-cama chineses nos pátios movimentados visam supostamente evocar o salão da socialite de Xangai dos anos 30, Madame Ning. (Se você tiver sorte, você conseguirá uma mesa com vista do jardim de esculturas do MoMA.) Visitantes de fora da cidade que se chocam facilmente com martinis a US$ 15 podem se juntar aos nova-iorquinos que nunca se chocam com martinis a US$ 15 em ficarem chocados com coquetéis a US$ 22, mas pelo menos eles são bons: o Ninglet, com gin Hendrick's e o tal do St. Germain, é ótimo se puder pagar por ele; caso contrário, a cerveja custa US$ 12; apenas faça de conta que são duas.

O outro novo bar de cobertura da cidade é o mad46 do Roosevelt Hotel, com uma entrada especial chamativa e um elevador dedicado, que possui um ascensorista que avisa por rádio lá em cima quantas pessoas ele está levando. Isto é um contraste com o elegante lobby à moda antiga (que também tem um bar e restaurante dignos de serem conferidos se forem mais ao seu estilo). Lá em cima, um terraço estreito com sofás-cama abraça três lados do prédio, com uma clientela pós-trabalho não tão bacana quanto a do Salon de Ning e com vistas medíocres de prédios de escritórios. A versão do sabugueiro: St. Germain com champanhe e Sprite, US$ 16.

A propósito, a cobertura de hotel com a melhor vista, no Sixty Thompson, é aberta apenas aos hóspedes, membros e pessoas que conseguem entrar em locais abertos apenas a hóspedes e membros. Enquanto seu bar de cobertura médio fica situado em Midtown, com edifícios bloqueando as vistas, este, o Above 60, fica no SoHo, um vale de prédios baixos entre o centro e Midtown. Ele tem vista para ambos; ao norte, o vasto território de prédios mais baixos parece um campo florido para a Cidade Esmeralda de Midtown, que se ergue ao fundo.

Mas, se não conseguir entrar, não tem problema. Há o superbacana Thom Bar no segundo andar, onde fora dos horários de pico é fácil encontrar um lugar nos sofás cor de chocolate em U (perfeitos para um grupo grande). A clientela varia de jovens, magros e belos (de algum lugar da indústria da moda, alguém presumiria), a pessoas mais velhas e desalinhadas (hóspedes do hotel, alguém presumiria). As especialidades variam entre a gama típica saketini-caipirinha de lichia ; alguns podem ser muito doces, mas não o coquetel de cachaça de pitaya, uma caipirinha exceto no nome.

Se estiver à procura de um bar de hotel inserido no meio de um bairro agitado e badalado, é quase impossível superar o Thor do Hotel on Rivington, um lounge (e no fundo um restaurante) em um trecho particularmente cheio de eventos da Rivington Street, no playground do século 21 conhecido como Lower East Side.

Você passa pela entrada estranhamente cavernosa do hotel e o lounge fica logo à direita. Tente conseguir uma mesa perto da janela em uma noite bonita; as janelas são belezas do chão ao teto e você consegue uma vista de primeira fila do circo em andamento.

Já o licor de sabugueiro faz parte de uma ótimo drinque chamado 3 Gs, com gin Gordon's, uva amassada e o St. Germain, e a comida do bar é bastante saborosa, o que não causa surpresa considerando que o restaurante no fundo recebeu duas estrelas do crítico do "Times", Frank Bruni, em novembro de 2005.

Mas a maioria dos bares de hotel ainda fica em Midtown e atende a todos os públicos. Para a clientela de fim de noite, há o Cellar Bar do Bryant Park Hotel, mais clube do que bar, atraindo um público jovem para dançar sob os tetos abobadados ao estilo guastavino, enquanto contorcionistas vestindo biquínis dançam atrás do bar. Para o público que dorme mais cedo e que considera esta descrição da cena de fim de noite nauseante, que tal beber tranquilamente com uma vista no Lobby Lounge do Mandarin Oriental, no 35º andar, com vista para a área sul do Central Park.

Ele é especialmente ideal durante o entardecer, antes do outdoor luminoso da CNN ao sul tomar conta do cenário e forçar você a dividir sua mesa com o reflexo gigante de Larry King.

Drinques Chiques


Salon de Ning, Peninsula Hotel, 700 Fifth Avenue, (212) 956-2888; www.salondening.com

mad46, Roosevelt Hotel, 45 East 45th Street, (212) 661-9600; www.theroosevelthotel.com

Thom Bar, 60 Thompson, 60 Thompson Street, (212) 219-3200, www.60thompson.com

Thor, Hotel on Rivington, 107 Rivington Street, (212) 796-8040; www.hotelonrivington.com

Cellar Bar, Bryant Park Hotel, 40 West 40th Street, (212) 642-2260; www.bryantparkhotel.com

Lobby Lounge, Mandarin Oriental, 80 Columbus Circle, (212) 805-8876; www.mohg.com/newyork

Tradução: George El Khouri Andolfato
Atualizado em Abril de 2010
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