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Após Copa, estádio africano sobrevive com esporte radical e passeio família

Marcel Vincenti

Do UOL, em Durban (África do Sul)*

05/06/2014 06h01

O gol não é o momento de maior adrenalina no estádio Moses Mabhida, hoje cartão-postal da cidade de Durban e, em 2010, sede de sete jogos da Copa da África do Sul -- incluindo um frustrante 0x0 entre a Seleção Brasileira e Portugal.

No local, o verdadeiro arrepio na espinha acontece quando o turista sobe em uma plataforma a quase 100 metros de altura e, laçado por uma corda, se arremessa no vazio em direção ao campo de jogo lá embaixo, despencando a 120 km/h. A corda, presa a um arco que passa sobre toda a extensão do estádio, se estica no instante em que o aventureiro chega a poucos metros do gramado e o faz alçar voo por cima das arquibancadas.

Quase quatro anos após o término da Copa da África do Sul, o futebol no país de Nelson Mandela ainda está longe de ser uma potência. Na época do planejamento do torneio, o governo sul-africano previu que isso poderia acontecer e, com investimentos de 3,1 bilhões de rands (ou, na cotação da época, R$ 690 milhões), ergueu o Moses Mabhida para ser uma arena multiuso depois do Mundial.

Nos campeonatos sul-africanos de futebol, o estádio é usado pelo time AmaZulu que, em média, atrai cinco mil pagantes por jogo (o local comporta 54 mil pessoas). Por outro lado, o Moses virou um enorme atrativo para famílias de Durban e turistas que estão na cidade: mais de 675 mil pessoas visitaram o local entre 2010 e 2013 (o número não inclui os torcedores dos jogos).

Junto com o "Big Swing" (como é a batizado o esporte radical descrito no começo desta reportagem), a área do estádio oferece restaurantes, aluguel de bicicletas e segways, tours guiados pelo campo de futebol, um parque para passeios familiares e duas maneiras de se explorar o arco de 360 metros de extensão que passa sobre a arena: uma é encarar 550 degraus e chegar até seu topo a pé e a outra, menos cansativa, é entrar em uma cabine que, em poucos minutos, é puxada por cabos de aço até o cume da estrutura do Moses Mabhida.

Mais de 675 mil turistas visitaram o Moses Mabhida entre 2010 e 2013, hoje um cartão-postal de Durban  -  -
Mais de 675 mil turistas visitaram o Moses Mabhida entre 2010 e 2013

De lá de cima, a 106 metros de altura, os turistas podem admirar toda a paisagem litorânea de Durban, banhada pelo Oceano Índico e marcada por um centro empresarial recheado de arranha-céus.

"Hoje, 33% de nossa renda vem dessas atrações turísticas", calcula Lara McLeod, gerente de marketing do estádio. "Outra grande parte vem de shows musicais e eventos privados".

Apesar de ser atração para forasteiros, o Moses, atualmente administrado pela prefeitura de Durban, ainda é deficitário: em 2013, o estádio arrecadou 73,5 milhões de rands (cerca de R$ 16 milhões), mas sua manutenção consumiu 109 milhões de rands (R$ 23 milhões).

Confira os horários de abertura e preços de ingressos para os atrativos do estádio (informações e cotações pesquisadas em junho de 2014 e sujeitas a alterações):

Big Swing
Horário de funcionamento: De sexta a segunda e às quartas-feiras, das 10h às 16h.
Preço do salto: 695 rands (R$ 150). Crianças com menos de 10 anos não podem pular.

Cabine SkyCar
Horário de funcionamento: Aberta de domingo a domingo, das 9h às 17h (último embarque às 16h30).
Preço: 55 rands (R$ 12) para adultos e 30 rands (R$ 6) para crianças entre seis e 12 anos. Crianças com menos de seis anos não pagam. 

Caminhada sobre o arco do estádio
Horários: Todos os fins de semana, às 10h, 13h e 16.
Preço: 90 rands por pessoa (R$ 19). Crianças com menos de 10 anos não são admitidas.

Parque e área de alimentação do estádio
Horário de funcionamento: Todos os dias, das 5h às 19h.

Passeios de segway
Horário de funcionamento: De domingo a domingo, às 9h, 11h, 13h e 15h.
Preço: A partir de 175 rands (R$ 37).

Tours completos dentro do estádio
Horário de funcionamento: De terça a domingo, das 12h às 13h30 e das 14h às 15h30.
Preço: 90 rands para adultos (R$ 19) e 45 rands (R$ 9,50) para crianças entre seis e 12 anos. Crianças com menos de seis anos não pagam.

*O repórter Marcel Vincenti viajou a Durban a convite do South African Tourism e da companhia aérea South African Airways.