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Sem grana para casar? Convidados bancam a festa para você

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Imagem: iStock

Helena Bertho

Do UOL

16/03/2017 04h00

Falta de dinheiro não é mais motivo para desistir do sonho de uma festa de casamento. Apesar do custo alto para a realização de um evento como esse, os noivos agora podem recorrer a formas alternativas de financiar a celebração. A "vaquinha" ou o "casamento por adesão", nos quais convidados pagam o que consomem, é a tendência da vez no setor. 

Marta e Edson fizeram uma vaquinha virtual para a festa de seu casamento. - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Marta e Edson fizeram uma vaquinha virtual para a festa de seu casamento.
Imagem: Arquivo pessoal
Os funcionários públicos Marta, 42, e Edson Nunes, 47, pediram aos parentes e amigos para trocarem os presentes por uma colaboração em dinheiro na vaquinha online que criaram para o casamento. Em setembro de 2016, arrecadaram R$ 11 mil e tiveram uma festa de arromba - com direito a banda ao vivo e até cabine de fotos para os convidados. “Já morávamos juntos e não queríamos viajar. Sonhávamos mesmo era com uma grande festa. Então decidimos que essa era a melhor opção”, conta a noiva.  

Antes de bater o martelo, eles conversaram com algumas pessoas próximas, para saber se gostariam da ideia. Um ano antes da data marcada, os noivos criaram um grupo no Facebook com todos os convidados, onde enviaram o link para as doações, que também estava no convite, entregue um pouco depois.

"Claro que pedimos ajuda com muito carinho, explicando que queríamos o presente em dinheiro para fazer uma festa incrível para eles, os convidados". A lista não era pequena: depois de muitos cortes, chegou a 250 pessoas. "Colocamos no site uma meta baixa, de R$ 5 mil, achando que não a alcançaríamos esse valor. Mas o sucesso foi enorme: arrecadamos R$ 5,6 mil, mas muitos convidados tiveram receio de fazer o pagamento online e nos levaram envelopes com dinheiro em casa e no dia da festa. Deu para fazer a festa dos nossos sonhos", celebra Marta.

O casal conseguiu ainda montar um bar de caipirinhas, presentear os padrinhos e garantir muita bebida. "Durante a festa, todo mundo vinha dizer que estava incrível e a gente podia responder: 'Graças à sua ajuda'".

Cada um paga o que consome

No casamento de Nayara e Fernando, cada convidado pagou o próprio jantar.  - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
No casamento de Nayara e Fernando, cada convidado pagou o próprio jantar.
Imagem: Arquivo pessoal
Além da vaquinha, o chamado casamento por adesão também tem ganhado espaço. A ideia é que cada convidado pague o que consumir. Segundo a assessora de casamentos Flávia Cantuso conta tem trabalhado em muitas festas assim. "Já é considerado normal. As pessoas casam na igreja e quem realmente gosta do casal, não se importa de pagar para celebrar junto", explica.

A técnica em química Nayara Lanzieri, 27, e o assistente financeiro Fernando Lanzieri, 30, optaram por esse caminho. Quando decidiram se casar, o primeiro orçamento os assustou. "Então nós desistimos. Até que fomos ao casamento de um casal de amigos que foi em um restaurante, onde cada um pagava um valor fixo pelo jantar", conta Nayara. "Adorei a ideia e decidi copiar."

O restaurante escolhido separou uma área para a celebração do casal a decoração saiu como cortesia. Assim, os noivos puderam investir na cerimônia, fotos do grande dia e na lua de mel. Nayara e Fernando compraram algumas bebidas extras e uma tia fez os doces e um bolo.

Segundo eles, a parte mais difícil foi fazer o convite, pois tinham receio da reação das pessoas. “Entregamos 90% dos convites pessoalmente e para os outros ligamos para explicar”. Para cada convidado, contavam que fariam uma cerimônia e que depois iriam comemorar num restaurante, onde jantar e bebidas sairiam por R$ 85 para cada. “Eu fiquei surpresa com a reação, a maioria das pessoas gostou da ideia”, diz Nayara.

No site do casamento, ela colocou o menu completo do jantar e de bebidas, para que todos soubessem exatamente o que estavam pagando. E como muita gente insistia em dar presente, fizeram uma lista, mas avisaram que não era necessário. Mesmo assim, receberam muita coisa.

“No fim das contas, a gente conseguiu realizar esse sonho e foi perfeito, simples, mas exatamente como eu queria. Fiquei muito feliz”.

Não esbanje na festa!

Para a assessora de eventos Raquel Esteves, fazer o casamento com ajuda financeira pode ser válido dependendo do perfil dos noivos e dos convidados. “A etiqueta aqui diz que paga quem oferece. A melhor maneira dos noivos saberem se esse tipo de casamento funciona é analisando o perfil dos convidados. Vale fazer, indiretamente, uma pesquisa com os mais chegados”, explica.

Depois da pesquisa, a recomendação é incluir no convite informações sobre como tudo vai funcionar e explicar pessoalmente aos convidados os porquês da escolha, além de colocar no site do casamento informações do menu e das atrações da festa. Sobre os presentes, é bom deixar todos confortáveis para decidirem se querem ou não dar algo a mais.

Raquel também orienta os noivos a separarem um dinheiro para pagar a parte dos padrinhos e dos pais. E segundo ela, "outra questão também é não escolher os serviços mais caros e luxuosos. Os convidados podem perceber e ficar chateados com isso”.