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Chamada de 'Dubai das Américas', Cidade do Panamá tem praias e badalação

FREDA MOON

New York Times Syndicate

05/08/2011 08h00

Na encruzilhada de dois oceanos e dois continentes, a Cidade do Panamá é uma metrópole dinâmica. Isso nunca foi mais verdadeiro do que atualmente. Por todo lugar nesta agitada cidade tropical, há banqueiros de investimento conversado sobre trabalho em cafés refinados, estrangeiros em busca de fortuna brindando seus destinos em bares de vinho, guindastes no topo de arranha-céus que parecem crescer diante dos seus olhos e - no lado negativo - trânsito que consegue superar até mesmo o da cidade americana mais congestionada. A capital financeira internacional da América Central passa por um boom prolongado. No momento, há mais de 30 arranha-céus em construção - entre eles o Trump Ocean Club e The Panamera, que será o primeiro Waldorf-Astoria Hotel da América Latina (ambos serão inaugurados ainda em 2011). Tanta construção e badalação faz os moradores locais chamarem a Cidade do Panamá de ‘Dubai das Américas’. Eles estão apenas parcialmente brincando.
 

Sexta-feira

15h - Embarcação rápida e embarcação lenta
Veja o Canal do Panamá do ponto de vista dos navios que o utilizam. No Balboa Yacht Club (Amador Causeway; 507-228-5196) tome a “rapida” para Ilha Taboga, o passeio de um dia preferido dos panamenhos obcecados por praias. A viagem de 19 quilômetros, em 30 minutos (US$ 6), parte da Amador Causeway, uma península margeada por palmeiras construída a partir das sobras da construção do canal, e passa pelo labirinto de cargueiros em fila na boca do canal. Taboga, apelidada de Ilha das Flores, é famosa por sua flora variada, suas praias e barracões de peixe. Nade no quente oceano Pacífico antes de voltar na balsa lenta das 16h30, a Calypso Queen Ferry (Isla Naos, Amador Causeway; 507-314-1730; US$ 6). O dólar americano é a moeda usada no Panamá, apesar de também ser chamado de balboa.

18h - Vinho, depois jantar
Há anos à beira de um renascimento, Casco Viejo, o antigo bairro colonial dilapidado da cidade, finalmente renasceu. A área ainda está repleta de energia criativa (e do barulho das equipes de construção). Mas, para melhor ou pior, a velha cidade ainda parece à vontade em sua pele recém-pintada de nova rica. Assista ao por-do-sol tomando vinho (US$ 3,50) ou uma cerveja panamenha gelada (US$ 2,50) enquanto as crianças do bairro brincam nos mangues diante do La Rosa de los Vientos (Calle Octava, Casco Viejo; 507-211-2065), um restaurante italiano com mesas à beira-mar. Após o entardecer, explore a cena de arte de vanguarda no Diablo Rosso (Avenida A com Calle 7, Casco Viejo; diablorosso.com), uma galeria e café que vende roupas e acessórios de inspiração retrô. Dobrando a esquina, Los del Patio (Calle 3, Casco Viejo; sem telefone; losdelpatio.org) é um café com instalações de arte recém inaugurado.

20h30 - Estilo caribenho
Como o sensual e tropical Chez Panisse, o Manolo Caracol (Avenida Central com Calle 3, Casco Viejo; 507-228-4640; manolocaracol.net) de Casco Viejo aponta um espelho para o local que chama de lar, refletindo as tradições culinárias caribenhas do país com uma autoconfiança ousada. Situado em uma rua lateral em frente a uma igreja em ruínas, o restaurante leva o nome de um famoso cantor flamenco espanhol. Mas o verdadeiro astro aqui é o dono espanhol do restaurante, Manuel Madueño, cujo cardápio do chef de dez pratos, por US$ 30, oferece preparos simples com ingredientes sazonais, como a sopa de frutos do mar ou uma salada de alface selvagem e manga verde.

22h - Calçadão ao luar
Caminhe após o jantar no calçadão, onde os amantes se acariciam ao luar. Então passe uma hora na DiVino Enoteca (Avenida A com Calle 4, Casco Viejo; 507-202-6867; enotecadivino.com), um refinado bar de vinho à meia-luz, com um presunto ibérico pendurado atrás do balcão e filmes em preto-e-branco passando silenciosamente em uma parede distante. Examine a arte no lounge, os livros de culinária e design, ou converse com a clientela de estrangeiros, artistas e intelectuais.

23h30 - Dançando ao som cubano
Mantendo seu velho espírito cubano, Habana Panama (Calle Eloy Alfaro com Calle 12 Este, Casco Viejo; 507-212-0152; habanapanama.com) se mistura aos prédios decadentes às margens do centro restaurado de Casco Viejo. Dentro desse salão de dança retrô, há um interior vermelho aveludado com fotos de grandes astros da música cubana e muitas horas para se dançar salsa. Com bandas ao vivo, um couvert modesto (a partir de US$ 10) e uma clientela com poucas inibições, este um dos pontos de dança mais quentes da cidade.
 


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    Taboga, apelidada de Ilha das Flores na Cidade do Panamá, é famosa por sua flora variada, suas praias e barracões de peixe

Sábado

7h - Bom-dia
Chegue cedo para evitar a espera no Lung Fung (Calle 62C Oeste, Los Ángeles, 507-260-4011), uma casa movimentada de dim sum que serve pequenos pratos cantoneses clássicos (shumai de camarão, pãezinhos com carne de porco, bolinhos de peixe e pés de galinha; a partir de US$ 2,10). A estética é familiar -lanternas vermelhas, dragões pintados e carrinhos de alimentos - mas a clientela multinacional de imigrantes chineses, empresários panamenhos, americanos e turistas europeus o transforma em um ótimo lugar para observar pessoas.

10h - Mistura euro-panamenha
Situada na casa da estilista francesa Hélène Breebaart, uma ex-representante da Christian Dior que viveu no Panamá por mais de 40 anos, a Breebaart Boutique (Calle Abel Bravo, Casa No. 5; Obarrio; 507-264-5937) produz roupas sob medida que incorporam a arte têxtil elaborada do povo Kuna indígena do país, mas com desenho contemporâneo. Guardanapos bordados custam a partir de US$ 30 o jogo; os preços das roupas variam muito e elas levam aproximadamente uma semana para ficarem prontas.

13h - Visitas ao Gehry
Vislumbre o novo BioMuseo (Amador Causeway; biomuseopanama.org) projetado por Frank Ghery, que recentemente concluiu a primeira fase de sua construção que levará vários anos. Apesar de o interior, que receberá exposições sobre história natural e ciência, só ficar pronto em 2012 ou mais, o museu começou a oferecer visitas gratuitas (apenas em espanhol). Reservas devem ser feitas com pelo menos duas semanas de antecedência.

15h - Peixe cru
O restaurante de ceviche do chef peruano Gastón Acurio, La Mar (El Cangrejo; 507-209-3323; lamarcebicheria.com), abriu com muito barulho em 2009, servindo uma seleção eclética de peixe marinado em cítricos, do clássico (US$ 7) ao peru tai de inspiração asiática (US$ 9). Para ceviche ao estilo panamenho, caminhe até a recém-construída Cinta Costera - um parque com calçadão de tábuas que acompanha a orla marítima - até o Fish Market (Panamerican Highway com Calle 15 Este), onde copos de papel de ceviche de camarão, polvo, corvina e concha-rainha custam a partir de US$ 1. Ou compre peixe fresco ou lagosta e vá ao restaurante no andar de cima, que preparará sua pesca por um preço modesto (US$ 6,50 a US$ 8,50).

19h - Necessário fazer reserva
La Posta (Calle Uruguay com Calle 49; 507-269-1076; cppty.com) é o principal restaurante do mini-império de David Henesy-Carolina Rodriguez. O local tem um ar despretensioso - ventiladores zunindo no alto, garçons sorridentes vestindo guayabera - que esconde sua popularidade. O cardápio é caribenho-italiano e é necessário fazer reserva nas noites de fim de semana. Experimente os camarones en hamaca (camarões na rede, US$ 8,50), as massas caseiras (a partir de US$ 12,50) ou os camarões gigantes com maracujá (US$ 19,50).

21h - Um brinde à rã-dourada
Tome uma cerveja após o jantar no La Rana Dorada (Via Argentina com Calle Arturo Motta, El Cangrejo; 507-269-2989), um bar ao estilo pub irlandês que leva o nome da espécie ameaçada mais famosa do Panamá, a rã-dourada. Então vá ao lounge à beira da piscina na cobertura do Manrey Hotel (Calle Uruguay com Avenida 5a Sur, Bella Vista; 507-203-0000; manreypanama.com), onde DJs tocam nos fins de semana.
 


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    Mantendo seu velho espírito cubano, o Habana Panama, na Cidade do Panamá, é um salão de dança retrô, com interior vermelho aveludado com fotos de grandes astros da música cubana

Domingo

10h - Brunch a preço fixo
Para uma refeição descontraída, Las Clementinas (Avenida B com Calle 11, Casco Viejo; 507-228-7613; lasclementinas.com) oferece brunch a preço fixo (US$ 24 para adultos, US$ 12 para crianças) que inclui uma seleção de omeletes, empanados, risotos e parfaits. Há revistas em língua inglesa para folhear e uma coleção de esboços de Nova York e memorabília nas paredes do banheiro.

12h - Zona verde
Entregue-se ao ritmo preguiçoso do fim de semana com uma caminhada pelo Parque Recreativo Omar (Avenida Belisario Porras), uma área verde de 56 hectares recém restaurada, no centro da cidade. Como o Central Park de Nova York, mas com palmeiras, Omar é uma fuga da vida urbana; ele possui um impressionante jardim de esculturas, a Biblioteca Nacional e uma proeminente estátua da Virgem Maria. Há também campos de futebol e beisebol, quadras de tênis e uma piscina margeada por flores. Pegue um suco de frutas frescas perto da entrada do parque. Então saboreie seu elixir tropical sob uma árvore em um gramado perfeito para piquenique.
 


O básico


Com três quartos projetados individualmente, o Canal House Hotel (Calle 5A com Avenida A; 507-228-1907; canalhousepanama.com) fica situado em uma mansão colonial, em uma esquina tranquila de Casco Viejo. Diárias a partir de US$ 200.

E um trecho movimentado da vida noturna em Bella Vista, o novo Manrey Hotel (Calle Uruguay com Avenida 5a Sur; 507-203-0000; manreypanama.com), com 36 quartos, tem um desenho moderno, espaçoso, produtos Bvlgari e bases para iPod. A partir de US$ 200.