Passeie pelos bares, lojas e complexos de entretenimento do centro de Los Angeles em 36 horas

A imensidão, a escala, todo tempo gasto nas vias expressas – para muitos, Los Angeles é um gosto adquirido. Mas não o centro. Semelhante à Nova York em sua densidade e diversidade, o centro por muito tempo deteriorado se tornou um destino acessível, bom para pedestres, nos últimos anos; os moradores de Los Angeles circulam pelo local em massa, realmente usando suas pernas. O imenso complexo de entretenimento L.A. Live é o principal responsável por esta recuperação, mas os bares recriando meticulosamente o ambiente antigo e os restaurantes criativos que parecem surgir dia sim, dia não, também contribuíram para o ressurgimento. Skid Row e as várias áreas que servem como acampamento para moradores de rua não desapareceram e o lado rude ainda varia de um quarteirão para outro. Mas esta parte da cidade está viva de novo, de formas que fazem sentido até mesmo para uma pessoa de fora.

Sexta-feira

16h - Caminhada artística
O Downtown Art Walk (caminhada de arte do centro) – uma festa na rua que atrai milhares de pessoas na segunda quinta-feira de cada mês – é uma forma de experimentar a robusta cena de arte da área. Mas você pode realizar sua caminhada a qualquer hora. Atraídas pelos aluguéis baixos, várias galerias impressionantes se estabeleceram aqui, muitas delas na Chung King Road, uma rua de pedestres com lanternas de Chinatown. Para os iniciantes: The Box (977 Chung King Road; 213-625-1747; theboxla.com), Jancar Gallery (961 Chung King Road; 213-625-2522; jancargallery.com), Charlie James Gallery (975 Chung King Road; 213-687-0844; cjamesgallery.com) e Sabina Lee Gallery (971 Chung King Road; 213-620-9404; sabinaleegallery.com). As exposições são intimistas e ocasionalmente provocativas, com uma grande variedade de artistas contemporâneos, como William Powhida, Orly Cogan e outros. A maioria das galerias permanece aberta até às 18h; a Jancar fecha às 17h às sextas.

17h30 - O mais brilhante da cidade
Seja assistindo a uma partida do Lakers, visitando o Museu do Grammy ou curtindo um concerto no Nokia Theater, há sempre alguma coisa ocorrendo no gigante de entretenimento e esportes de 11 hectares, no valor de US$ 2,5 bilhões, que é o L.A. Live (800 West Olympic Boulevard; 213-763-5483; lalive.com). O simples caminhar pelo Nokia Plaza com ares de Tóquio – 1.860 metros quadrados de sinalização em LED – é divertido. Vários restaurantes e bares ficam aglomerados na periferia, mas assim como em Times Square, muitos visitantes preferem simplesmente caminhar por esta zona de pedestres gigante, tentando absorver tudo.

22h - Um ótimo jantar mais tarde
O Gorbals (501 South Spring Street; 213-488-3408; thegorbalsla.com) é uma das opções mais fantásticas – e diferentes – de jantar no centro. O chef e proprietário, um ex-vencedor do “Top Chef”, é parte escocês e parte israelense, e suas receitas híbridas são excelentes. Meu poutine banh mi fundiu Quebec e Vietnã de modos criminosamente negligenciados até então. Bolinhos de mazto envoltos em bacon? Os pratos pequenos variam de US$ 6 a US$ 16. O restaurante casual fica no lobby do antigo Alexandria Hotel, um marco desgastado, mas encantador, pelo qual já andaram Bogart, Chaplin e Garbo.

Sábado

9h - No níquel
O donut com bacon e xarope de bordo é um destaque do cardápio de café da manhã do novo, mas eterno, Nickel Diner (524 South Main Street; 213-623-8301; nickeldiner.com). O restante é comida de lanchonete-restaurante bem executada, por aproximadamente US$ 7 a US$ 10 o prato. O que é notável é a localização – até recentemente, esta quadra era uma das mais notórias de Skid Row. É um testamento da recuperação do centro o fato do cruzamento da Main e Fifth (daí o nome “Níquel”) agora abrigar um lugar onde as pessoas fazem fila por mesas.

10h30 - Belas roupas
O Distrito da Moda com 100 quadras mistura alta e baixa moda de modo impecável. Apesar de muitas lojas venderem apenas no atacado, você ainda pode encontrar uma grande seleção de roupas de grife, tecidos e acessórios com grandes descontos. O amontoado de lojas e depósitos nas ruas Ninth e Los Angeles é um bom lugar por onde começar (fique à vontade para pechinchar). E não deixe de visitar a ruidosa Santee Alley (thesanteealley.com), onde o barato se encontra com o bizarro de um modo bem Los Angeles. Neste mercado caótico ao ar livre, vendedores enérgicos mascateiam itens impressionantes (imitações perfeitas de bolsas de grife) e estranhos (rãs de brinquedo com insígnias de gangues). Para uma expedição mais organizada ao Distrito da Moda, Christine Silvestri, da Urban Shopping Adventures (213-683-9715; urbanshoppingadventures.com), lidera excursões de três horas, sob medida para seus interesses e com um radar para as melhores ofertas; as excursões custam US$ 36 por pessoa, para um mínimo de duas pessoas.

13h - Arquitetura acessível
A chegada do maestro Gustavo Dudamel à Filarmônica de Los Angeles trouxe um novo público para a música clássica, mas o Walt Disney Concert Hall (111 South Grand Avenue; 323-850-2000; laphil.com) – a celebração desconstrutivista de Frank Gehry a tudo o que é grande, curvilíneo e reluzente – merece uma visita mesmo sem um ingresso. Traga o piquenique e caminhe pela escadaria externa semiescondida para ter uma excelente vista da cidade e do jardim na cobertura. Visitas com guia gratuitas e visitas com guia de áudio estão disponíveis na maioria dos dias. Confira antes os horários (musiccenter.org/visit/tours.html).

19h - Ossos preguiçosos
Desde 2010, a Lazy Ox Canteen (241 South San Pedro Street; 213-626-5299; lazyoxcanteen.com) em Little Tokyo é o tipo de gastropub escondido que as pessoas adoram insistir que é o melhor da cidade. Casual e agitado, o longo cardápio do bistrô oferece iguarias aventureiras, desde pés e orelhas crocantes de porco até hash de pescoço de cordeiro. É difícil apontar a origem de um prato específico, mas a inclinação por pratos caseiros ousados, centrados em carne, é evidente. Prove vários pratos pequenos, a maioria de US$ 7 a US$ 15 cada.

20h30 - Escolha um show, qualquer show
Se você está no centro para assistir a algum show, as chances são de que seja no amplo L.A. Live. Mas um punhado de espaços menores oferece alternativas mais agitadas. O Redcat Theater (631 West Second Street; 213-237-2800; redcat.org) recebe todo tipo de atrações experimentais – um sábado recente ofereceu teatro, dança, apresentação de marionetes e música ao vivo de uma colaboração de arte eslovena-letã. O Club Mayan (1038 South Hill Street; 213-746-4287; clubmayan.com; entrada, US$ 12 antes das 22h30, US$ 20 depois), uma velha danceteria na maioria das noites, ocasionalmente recebe eventos malucos como o Lucha VaVoom, que combina burlesco com luta livre mexicana. E o Smell (247 South Main Street; thesmell.org; US$ 5 na maioria das noites), um espaço terrivelmente agradável e dirigido por voluntários, recebe bandas pequenas cercadas por adolescentes influenciáveis.

22h30 - Beba como se fosse ilegal
Los Angeles era uma porcaria durante a época da Proibição? Não é preciso imaginar, graças uma série de novos bares que recriam meticulosamente os tempos antigos e exploram a maravilhosa história de Los Angeles. Desde bares de luxo (The Varnish; 118 East Sixth Street; 213-622-9999; thevarnishbar.com) até uma usina elétrica convertida chique (Edison; 108 West Second Street; 213-613-0000; edisondowntown.com) e um velho cofre de banco (Crocker Club; 453 South Spring Street; 213-239-9099; crockerclub.com), estes lugares bem apresentados realizam a decoração de cenário como apenas Los Angeles é capaz. E os deliciosos drinques artesanais são tão abundantes quanto você pode imaginar, a maioria na faixa de US$ 9 a US$ 14. Os endinheirados poderão também gostar do pretensioso Seven Grand (515 West Seventh Street; 213-614-0737; sevengrand.la), enquanto os mais duros poderão se sentir mais à vontade no La Cita Bar (336 South Hill Street; 213-687-7111; lacitabar.com).

Domingo

9h - Diamante bruto
O Bamboo Plaza não é tão elegante quanto seu nome, mas no segundo andar deste pequeno shopping em estado precário em Chinatown fica o Empress Pavilion (988 North Hill Street, suíte 201; 213-617-9898; empresspavilion.com), a meca do dim sum que atrai os moradores de Los Angeles para cá desde antes do renascimento do centro. O vasto salão de jantar tem todo o apelo de um salão de conferência de hotel, mas isso apenas ressalta o foco no hargow de camarão, nos bolinhos de carne de porco e em dezenas de outras especialidades, geralmente com preços de US$ 2 a US$ 5 cada. Haverá multidões.

11h - Grande arte
Membro da espécie rara que passa de dono de galeria a diretor de um museu de arte importante, Jeffrey Deitch tem empolgado (e irritado) os críticos desde que assumiu o estimado Museu de Arte Contemporânea no ano passado. Venha ver pessoalmente o que ele tem feito no lugar e sua renomada coleção, incluindo obras de Rothko, Oldenburg, Lichtenstein e Rauschenberg. O museu se espalha por três endereços, mas o principal fica no centro (250 South Grand Avenue; 213-626-6222; moca.org).

O básico

Se erguendo em meio à agitação do L.A. Live fica o novo complexo cintilante de dois hotéis, na 900 West Olympic Boulevard, parte JW Marriott (213-765-8600; lalive.com/stay/jwmarriott) e parte Ritz-Carlton (213-743-8800; lalive.com/stay/ritzcarlton). As diárias nos 878 quartos no JW custam a partir de US$ 189, nos 123 quartos do Ritz a partir de US$ 299, e mesmo o mais básico oferece grande paparicação.

O 24º andar do Ritz também é lar do WP24, o restaurante de culinária chinesa moderna do célebre chef Wolfgang Puck.

Ele não brilha, mas o Figueroa Hotel (939 South Figueroa Street; 213-627-8971; figueroahotel.com) com temática marroquina reflete um lado igualmente atraente do centro. Todo canto do prédio de 86 anos contém algum decoração velha e calorosa de Casablanca, e é possível passar horas na piscina e bar tranquilos ao ar livre. Diárias a partir de US$ 148.