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08/11/2009 - 12h49

Dominós de 2 metros simularão queda do Muro de Berlim

Berlim, 8 nov (Lusa) - Milhares de pessoas já visitaram o Portão de Brandeburgo para ver o gigantesco dominó com mil "pedras" que, simbolicamente, serão derrubadas na segunda-feira para lembrar a queda do Muro de Berlim, há 20 anos.

Uma das mil peças, que ocupam uma extensão de 1,5 quilômetro, ao longo do trajeto onde ficava o muro, no centro histórico de Berlim, foi concebida pelos alunos da escola Luso-Alemã de Berlim, e será derrubada na segunda-feira pelo presidente da Comissão Europeia (órgão Executivo da União Europeia), José Manuel Durão Barroso.

As celebrações começam com um concerto ao ar livre da orquestra sinfônica da Ópera Nacional, dirigida pelo maestro Daniel Barenboim. Por ocasião dos festejos, a chanceler alemã, Angela Merkel, recebe neste domingo o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchov.

O ponto alto das comemorações pela queda do muro, em 9 de novembro de 1989, será a Festa da Liberdade, na qual, além de Merkel, participam os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Rússia, Dimitri Medvedev, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.

O premiê português, José Sócrates, que chega a Berlim na segunda-feira à tarde, também assistirá à cerimônia, assim como muitos outros chefes de Estado e de governo dos países da União Europeia.

Em sua habitual mensagem semanal por vídeo, Merkel disse que a queda do Muro de Berlim foi "o dia mais feliz" da história recente da Alemanha.

Na declaração, a chanceler exalta o papel dos dissidentes e das igrejas na Alemanha Oriental, "que, através de sua corajosa ação em prol da liberdade e da democracia, deram uma contribuição decisiva para a abertura do muro", disse.

Por sua vez, o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, declarou a capital alemã "um endereço prioritário para todos os que queriam viver o sonho da liberdade".

Celebração lota hotéis em Berlim

Mais de um milhão de turistas de todo o mundo foram este fim de semana a Berlim para ver de perto as celebrações pela queda do muro, fazendo com que os hotéis da cidade ficassem lotados.

Fogos de artifício encerrarão as comemorações, na segunda-feira à noite, prometendo aumentar as frias temperaturas.

"Não julguei que o muro das pedras de dominó fosse tão grande", disse à Agência Lusa uma turista de Munique, que veio passar o final de semana com a família em Berlim.

As "pedras" de esferovite têm 2,5 metros de altura, pesam cerca de 20 quilos cada uma e a primeira será derrubada pelo ex-presidente da Polônia Lech Walesa e pelo ex-chefe de governo da Hungria Miklos Nemeth, dois dos principais protagonistas da transição democrática no bloco soviético, antes ainda da queda do muro.

O lema da "pedra" construída pelos alunos da escola Luso-Alemã é "Contra os Muros na Cabeça", e se referem também a várias palavras que os jovens querem ver extintas, como "racismo", "ódio", "discriminação", "arrogância".

O Muro de Berlim começou a ser construído em 13 de agosto de 1961, por ordem das autoridades comunistas da Alemanha Oriental, e foi derrubado 28 anos depois, após uma revolução pacífica encabeçada por milhares de alemães do Leste, que exigiram liberdades democráticas, incluindo de circulação, nas ruas de Leipzig, Berlim Leste e outras cidades da RDA.

Cerca de 140 pessoas morreram tentando escapar para o ocidente através do muro, uma das fronteiras mais vigiadas do mundo, e milhares foram detidas nas tentativas de fuga.

Entre a fundação da RDA, em outubro de 1949, e a construção do muro, 12 anos mais tarde, mais de 3,5 milhões de alemães deixaram a Alemanha Oriental e emigraram para a Alemanha Ocidental.

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