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07/09/2009 - 12h54

Praias do Algarve têm mais risco de deslizamento de falésia

Lisboa, 7 set (Lusa) - As situações de falésias em maior risco detectadas na inspeção extraordinária efetuada em todo o litoral português são as das regiões do Algarve e Tejo, sobretudo na zona Oeste, onde serão feitos até final do mês 17 deslizamentos controlados.

De acordo com a avaliação extraordinária de risco de arribas efetuada a nível nacional após o acidente na praia Maria Luísa, no Algarve, onde morreram cinco pessoas, na Região Hidrográfica do Algarve foram vistoriadas 70 praias e vedados 13 locais por risco de desabamento de falésias.

Os dados foram revelados pelo ministro do Ambiente, Nunes Correia, que destacou que não há qualquer zona concessionada em situação de risco.

"Por mais intervenção que haja há sempre um risco potencial, porque um terço da costa portuguesa é arriba, mas não há nenhuma zona concessionada em situação de risco", afirmou o governante.

"Fora das zonas balneares há áreas assinaladas como de risco e as pessoas devem ser responsáveis", acrescentou o ministro, destacando que na semana anterior ao acidente na praia Maria Luísa, ocorrido em 21 de agosto, "a equipe que lá passou não detectou qualquer agravamento da situação de risco potencial que pudesse transformar-se em risco real, como infelizmente aconteceu".

Nunes Correia destacou ainda a "margem de imprevisibilidade na natureza" para afirmar que, apesar do relatório técnico final que apontará as causas do acidente na praia Maria Luísa ainda não estar pronto, entre os fatores que poderão ter contribuído para o desastre podem estar "o sismo ocorrido três dias antes, as marés altas e agressivas e as grandes amplitudes térmicas/dias muito quentes".

"Não acordamos para o litoral com este infeliz acidente, mas seria uma irresponsabilidade não olhar de novo, não fazer o double check ", afirmou Nunes Correia a propósito da inspeção extraordinária realizada pelas administrações das regiões hidrográficas do Norte, Centro, Tejo, Alentejo e Algarve.

De acordo com a síntese da avaliação de risco de arribas hoje divulgada, no Algarve foram feitos três desabamentos controlados (Oura, Oura Leste e Maria Luísa, todas no distrito de Albufeira) e estão programados outros em 13 praias diferentes, nos distritos de Vila do Bispo, Lagos, Portimão, Lagoa, Silves e Albufeira.

No Algarve estão igualmente vedados 13 locais de risco em 11 praias e estão sinalizadas 67 praias com um total de 258 placas de risco.

O ministro Nunes Correia frisou ainda que foram disponibilizadas às prefeituras outras 100 placas de sinalização de risco, para substituir as que forem desaparecendo, "muitas delas por puro vandalismo".

A Administração Hidrográfica do Tejo, que tem a seu cargo 290 quilômetros de costa, detectou situações de risco iminente e vedou 15 zonas em praias dos distritos de Alcobaça, Nazaré, Peniche, Lourinhã, Torres Vedras, Mafra, Sintra e Sesimbra.

Foram igualmente efetuados deslizamentos controlados em três casos (Almagreira, em Peniche, Amoeiras, em Torres Vedras e na Bafureira, em Cascais) e estão programadas outras quatro na arriba Norte do Vale Furado (Alcobaça), no trecho entre a praia Del Rey e a praia Rei Cortiço (Óbidos), no trecho entre as praias Baleal Norte e a Almagreira (Peniche) e na Ribeira de Ilhas (Mafra).

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