UOL Viagem

13/05/2009 - 11h30

'Procissão do adeus' reúne milhares no Santuário de Fátima

Fátima, Santarém, 13 mai (Lusa) - Milhares de peregrinos despediram-se nesta quarta-feira da Virgem Maria com lenços brancos, momento que marcou o encerramento da peregrinação de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima, no centro de Portugal.

Quando a imagem da Virgem saiu do altar do Recinto em direção à Capelinha das Aparições, os milhares de peregrinos presentes no maior templo mariano de Portugal agarraram em lenços brancos, acenando à sua passagem, na tradicional procissão do adeus.

Na entrada do local de oração, Manuel Freitas, 38 anos, acompanhado pela mulher e dois filhos, repetia o gesto, ele que afirmou ser "muito crente em Nossa Senhora de Fátima".

"Gostaria que a Nossa Senhora nos ajudasse a todos, que haja mais um bocadinho de paz, que houvesse mais trabalhos, para pudermos viver melhor, um bocadinho. Era melhor para todos os portugueses", declarou.

Além das preces pelo trabalho, houve ainda pedidos de saúde no Santuário de Fátima.

Foi o caso de Carmina São Martinho, 61 anos, que à Virgem dirigiu um apelo de melhoras para o marido, que ficou no ônibus por "não poder caminhar muito bem".

"Estamos sempre à espera que Nossa Senhora nos atenda os nossos pedidos, com um bocadinho de fé. Umas vezes somos ouvidos, outras vezes não merecemos", disse à Agência Lusa a peregrina que este ano trocou a caminhada a pé pela viagem de ônibus.

Já Maria Soares, 80 anos, manifestou "muita alegria", tanta que não "apetece sair daqui para fora".

"Venho porque a Senhora de Fátima fez-me um milagre muito grande. O meu homem caiu debaixo de uma árvore e ficou sem andar. O doutor disse que ele não tornava a andar e que tínhamos de requisitar uma cadeira de rodas", recordou.

A peregrinação internacional ao Santuário de Fátima foi presidida pelo presidente da Cáritas Internacional.

Na homilia da eucaristia que encerrou as celebrações, D. Óscar Maradiaga, cardeal de Honduras, alertou que o mundo "se encontra submerso em profundas crises de fé, de ética, de humanidade e parece ter perdido a orientação moral".

"Já não sabe onde está a fronteira entre o bem e o mal. Pode ser que tenha uma próspera bolsa de valores, mas sem valores", disse Maradiaga, acrescentando que "a crise financeira que estamos a viver é simplesmente um sinal disto".

"A mão invisível que supostamente teria que guiar o mercado, tornou-se uma mão desonesta e cheia de cobiça", frisou na homilia da principal missa da peregrinação de maio ao Santuário de Fátima.

Compartilhe: