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16/03/2009 - 15h16

Em Braga, café 'A Brasileira' faz 102 anos e reabre reformado

Braga, 16 mar (Lusa) - O café "A Brasileira", em Braga, norte de Portugal, reabre na terça-feira depois de realizar obras de restauração e modernização, que incluíram a criação de duas novas salas no andar superior.

A gerente do estabelecimento, Elvira Pinheiro, disse que a intervenção envolveu trabalhos de pintura, reforma do mobiliário, limpeza do interior e exterior do edifício, e renovação da cozinha. "Ficou como estava, com o mesmo mobiliário, as mesmas cadeiras, mas tudo pintado de fresco e renovado, ficou mais agradável e confortável", frisou.

O café, que faz na terça-feira 102 anos, fechou em setembro de 2008 para obras, no âmbito de um acordo com a ASAE - Autoridade para a Segurança Alimentar e Econômica, que exigia a renovação da copa e da cozinha, como a substituição das madeiras por material em aço inox.

Pinheiro destacou que as duas novas salas no segundo andar do edifício - situado no centro de Braga num calçadão -, terá uma área para fumantes e um salão de chá. Na parte da noite, o espaço vai funcionar como bar para um público mais jovem.

Assim como no passado, o café quer continuar a ser um espaço de encontro e convívio de muitos bracarenses: "Abrangemos um leque de clientela bastante amplo. De manhã, reúnem-se mais pessoas idosas; à tarde, temos, entre outros, muitos professores e professoras; à noite é um público mais jovem", diz.

História

O café já passou desde sua abertura, em 1907, por quatro mãos. O fundador, Adolpho de Azevedo, um negociante portuense e vice-cônsul do Brasil em Braga, esteve à frente do estabelecimento durante 30 anos.

Em 1937, o café foi adquirido por Joaquim Queirós, que o manteve nas quatro décadas seguintes, integrando o vizinho café Sport (na parte mais baixa do café).

No Estado Novo (regime político que durou de 1933 a 1974 em Portugal e foi encerrado com a Revolução dos Cravos), foi aberto na outra esquina da rua um outro café, a "Nova Brasileira", que já fechou. Naqueles anos, "A Brasileira" era frequentada por opositores de António Salazar, e a "Nova Brasileira" era procurada por simpatizantes do regime.

Em 1997, foi passado a Joaquim Domingos Godinho, até que, em 2004, foi vendido a Armindo Pinheiro e filhos, atuais gerentes.

Quando a casa abriu eram servidos, além de café brasileiro, vinhos de boa qualidade da região.

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