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Turistas que utilizam dólar americano em Cuba têm prejuízo

Turistas visitam a Bodeguita del Medio, bar frequentado pelo escritor Ernest Hemingway em Havana, Cuba (30/06/2011)  - AFP PHOTO/ADALBERTO ROQUE
Turistas visitam a Bodeguita del Medio, bar frequentado pelo escritor Ernest Hemingway em Havana, Cuba (30/06/2011) Imagem: AFP PHOTO/ADALBERTO ROQUE

04/08/2011 17h39

SÃO PAULO – Turistas que desejam viajar para Cuba devem ficar atentos e levar euro ou dólar canadense para passear na ilha. Se estiverem com dólar norte-americano, a chance de terem prejuízo é bem grande, já que US$ 1 vale apenas 0,87 CUC, que é a moeda oficial cubana para estrangeiros.

Existe uma outra moeda local, o peso cubano, que é destinada apenas para uso dos próprios moradores da ilha. Por isso, os preços dos produtos vendidos para estrangeiros são cobrados em CUC.

Para se ter uma ideia de alguns gastos, um refrigerante nacional ou a Coca-Cola mexicana custa, em média, 2 CUC. Já uma garrafa de água pequena custa 0,50 CUC; um almoço com bebida, 16 CUC; e o famoso sorvete Coppelia com duas bolas, 2,50 CUC.

De acordo com a Agência Brasil, existem casas de câmbio por toda a capital Havana, funcionando entre 10h e 16h, em geral.

Aquisição do CUC

O superintendente do Banco Confidence, Emerson Marchiori, explica que logo que o governo cubano lançou o CUC, ele valia US$ 1. Porém, a moeda norte-americana desvalorizou e, hoje, o CUC está vinculado ao euro.


Os brasileiros que planejam conhecer Cuba, dificilmente vão encontrar o CUC para ser comprado aqui no País. “Nós da Confidence não trabalhamos com CUC nem com o Peso Cubano, porque não compensa. Eles não têm hedge, o que expõe a moeda ao risco cambial. E como quem define os valores é o governo cubano, nós teríamos que trabalhar com spread muito alto”, esclarece. “Eu desconheço alguém que trabalhe com essas moedas”.


Ele viajou a Cuba em 2007 e conta que ao desembarcar no aeroporto da capital cubana o turista já consegue adquirir o CUC. “A recomendação é mesmo levar euro daqui do Brasil e trocá-lo no aeroporto de Havana”, diz.


CUC x peso cubano?


Marchiori conta que, com o CUC, o turista adquire o que os cubanos chamam de “artigos de luxo”, que seriam os serviços de táxi e restaurante, e produtos como a Coca-Cola e um bombom da marca Garoto. “Os cubanos dificilmente frequentam restaurantes. Esses estabelecimentos são destinados aos turistas”, revela Marchiori.


Outra curiosidade que ele percebeu durante sua passagem por Cuba é que, embora o país seja famoso pela salsa, ele encontrou apenas uma casa que toca o estilo em Havana. “O cubano não tem dinheiro para entrar lá. A maioria dos frequentadores era europeu”, conta.


Para se ter uma ideia da paridade do poder de compra, 1 hora de internet em Cuba custava 5 CUC há quatro anos. Porém, o salário de um cubano equivalia, na época, a cerca de 12 CUC por mês. Assim, a profissão mais requisitada é a de taxista, pois eles ganham gorjeta e conseguem elevar a renda.


Em relação aos preços, todos os produtos destinados à população e cobrados em Peso Cubano são tabelados. Alguns deles também têm seu valor em CUC, para serem vendidos aos estrangeiros, mas, nesse caso, os preços variam de um local para outro.


Relações tensas com os EUA e o visto


Em relação à necessidade de visto para entrar em Cuba, o superintendente do Banco Confidence diz que os brasileiros são isentos do documento.


Porém, no desembarque, as autoridades cubanas carimbam uma folha anexa que é grampeada no passaporte. Isso ocorre porque qualquer pessoa cujo documento tenha um carimbo de viagem para Cuba, terá sérias dificuldades para entrar nos Estados Unidos.


“Eles conhecem esses problemas, por isso não carimbam o passaporte de ninguém”, afirma Marchiori. “Assim, quando o turista sai de Cuba, basta tirar a folha que foi anexada”.


Turismo em Cuba


O turismo estrangeiro é a segunda principal fonte da economia de Cuba, perdendo apenas para as remessas de dinheiro de cubanos que vivem no exterior e à frente da exportação de níquel.


Por isso, os cubanos não economizam energia para transformar a visita dos estrangeiros em dias agradáveis, driblando os problemas de limitações de água, energia e comida.


E os visitantes têm mesmo grandes chances de viver dias de tranquilidade e diversão. Como na cidade de Varadero – uma das mais procuradas pelos estrangeiros –, que é uma espécie de balneário com praias e serviços em nível internacional.


Dicas para aproveitar Cuba
 

  • Voo: para chegar em Cuba, não existem voos diretos do Brasil. As opções são viajar até o Peru, Panamá e México, e de uma dessas localidades pegar um voo direto para a ilha.
  • Táxi: estão em toda parte. Vale tomar um CocoTáxi, que funciona com motor de motocicleta, é abastecido com gasolina e tem uma proteção externa semelhante à casca de coco. Em média, são cobrados 10 CUC para um tour pela capital cubana.
  • Havana Velha: região da capital cubana onde é possível ver os mais antigos prédios de Havana, que conservam uma arquitetura neoclássica.
  • Hotel Nacional e Hotel Habana Livre: conservam a história da época da revolução.
  • Restaurantes La Bodeguita del Médio e La Floridita: ambos situam-se em Havana Velha; eram os favoritos do escritos Ernest Hemingway, onde ele ficava horas tomando mojito (bebida com rum branco e hortelã) e escrevendo.
  • Guaybera: camisa considerada de gala, com quatro bolsos na parte da frente, feita de linho ou algodão. Pode ser comprada em Havana Velha ou nos hotéis do bairro de Miramar, considerado o mais requintado de Havana.
  • Charutos: para adquirir os chamados de “puros” ou “habanos”, especialistas indicam as lojas tradicionais.
  • Rum: pode ser adquirido em supermercados, lojas que vendem bebidas e no aeroporto de Havana. O mais tradicional é o Havana 7 Años.