UOL Viagem

11/02/2008 - 14h09

Colecionador mexicano abre casa-museu ao público com 10 mil brinquedos

EDNA ALCÁNTARA
Do México

Efe

Criança admira um dos 10 mil brinquedos antigos do museu

Criança admira um dos 10 mil brinquedos antigos do museu

Roberto Shimizu, um arquiteto mexicano de origem japonesa, dedicou meio século de sua vida a colecionar brinquedos, até reunir mais de um milhão de peças, muitas das quais exibe gratuitamente em sua casa, transformada no Museu do Brinquedo Antigo, no México.

Na popular colônia de La Obrera, o arquiteto de 64 anos que estudou em Londres e Tóquio transformou há um ano um antigo casarão de propriedade de sua família em um museu no qual podem ser vistos mais de 10 mil brinquedos dos séculos 19 e 20, explicou Shimizu à Agência Efe.

Os brinquedos expostos fazem parte das mais de um milhão de peças que Shimizu conseguiu reunir nos últimos 50 anos, desde sua infância, quando seus pais se dedicavam à venda de comida e de brinquedos que traziam do Japão.

Shimizu disse que as peças procedem tanto de presentes como de aquisições próprias feitas após visitar armazéns e mercados antigos, onde deixou uma fortuna que não quer quantificar.

Uma das estrelas do museu, situado em dois andares de um edifício de cinco e que foi usado por seus pais como casa e armazém, é um circo de pulgas milimétricas, feitas de papel que simulavam "o melhor espetáculo do mundo", diz.

Aviões, locomotivas, navios, bonecas, robôs, pistolas, relógios, carrinhos e bichos de pelúcia fazem parte do acervo que Shimizu expõe sem auxílios públicos ou privados.

Seu desejo é demonstrar que "há uma história em cada brinquedo e que os brinquedos velhos eram criativos e foram pensados para fomentar a sociabilidade entre as crianças".

No entanto, Shimizu não tem paixão alguma pelos brinquedos eletrônicos, que estão na moda nos últimos anos, porque considera-os responsáveis por transformar as crianças em "jogadores solitários".

O arquiteto pretende fazer com que tanto crianças quanto adultos voltem a ter "vontade de brincar" e dedicou as quatro diferentes salas que integram o museu a esse seu desejo.

Já na entrada, os visitantes se familiarizam com brinquedos de procedência européia, asiática e mexicana.

Em uma das salas há uma grande variedade de carros, navios, motos, patins e trens com uma rica gama de cores, modelos e materiais.

Os objetos são guardados em vitrines desenhadas pelo próprio Shimizu sobre a base de antigos aparatos reciclados, como transformadores elétricos, caldeiras, bombas de gasolina e chassis de automóveis.

Em outra sala é possível ver objetos resgatados em feiras, salões de festa e centros recreativos. O ambiente é dedicado às décadas de 50 e 80.

Entre outras peças, há uma cabeça de cavalo de madeira obtida na casa do ator mexicano Pedro Infante, assim como o traje original e uma carta do famoso personagem de luta livre El Santo.

De acordo com o responsável pela divulgação do museu, Alberto García, assim como outros colecionadores do país, Shimizu dedicou uma homenagem especial à luta livre mexicana, por isso em todos os salões é possível ver ao menos o boneco de um personagem famoso do ringue.

Os responsáveis pelo museu garantem que outros milhares de brinquedos estão aguardando salas exclusivas para serem expostos ao público, embora seja necessário o acordo com novos patrocinadores para que isso aconteça.

O museu é reconhecido pelas autoridades da área de educação no país, que estimulam as visitas de estudantes, assim como pela Secretaria de Turismo, que o recomenda nos guias mais recentes como um dos principais museus de arte popular da capital mexicana.

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