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Desbrave sítios arqueológicos pouco visitados pelos turistas

Esha Chhabra

New York Times Syndicate

20/04/2013 08h15

Uma visita às conhecidíssimas ruínas de Machu Picchu geralmente encabeça a lista de destinos de qualquer turista, mas, ao contrário da jornada serena à estrutura histórica intocada que se imagina, é preciso enfrentar ruas lotadas de táxis, preços de ingressos e tarifas que deixam qualquer um em estado de choque e, uma vez no local, é preciso disputar cada palmo de espaço com forasteiros de câmera na mão.

Porém, não precisa ser assim: para cada monumento famoso há pelo menos outro relegado às moscas. Aqui vai uma lista de alguns desses tesouros escondidos, feita pela Global Heritage Fund, uma ONG de Palo Alto, na Califórnia, que trabalha para preservar locais que estão abandonados, foram saqueados ou simplesmente precisam de reforma. Embora a manutenção desses locais esteja longe do ideal, eles pelo menos representam alternativas dignas de nota - e de uma visita.

Banteay Chhmar, Camboja
Como Angkor Wat, Banteay Chhmar foi erguido por um rei khmer do século 12. Cercado por um fosso cuja água está repleta de flores de lótus, o templo é uma relíquia das estruturas erguidas durante o Período Angkorian, entre os séculos 9 e 15, durante o auge do Império Khmer. Ao contrário de Angkor Wat, que passou por uma vasta reforma a partir do fim dos anos 80, Banteay Chhmar, a cerca de 160 km a noroeste, está de pé há mais de 800 anos sem nenhuma grande mudança ou reparo. Saqueado nos anos 90, parte do local perdeu seus artefatos e estrutura originais, mas o que sobrou da obra, inclusive o rosto esculpido no topo da torre do templo, já vale a visita.

El Mirador, Guatemala
Quem chega a El Mirador, localizado no norte da Guatemala, em plena Reserva da Biosfera Maia, é porque viveu uma verdadeira aventura; afinal, é preciso fazer uma caminhada de vários dias pela densa floresta tropical - ou alugar um helicóptero. Qualquer que seja a opção, vale muito a pena. Na área ficam as ruínas de diversas cidades maias do período pré-clássico, incluindo El Mirador, a maior de todas. Entre elas se destaca uma estrutura chamada La Danta, uma pirâmide de 70 metros de altura praticamente coberta pela floresta - e a área só não foi desmatada porque as copas das árvores oferecem boa proteção do sol. Do topo se tem uma vista espetacular da região.

  • Divulgação/Global Heritage Fund

    Hampi, na Índia, é a última capital do reino hindu de Vijayanagar e Patrimônio da UNESCO

Gobekli Tepe, Turquia
No sudeste da Turquia, não muito longe de Urfa, ficam várias rochas gigantescas esculpidas dispostas num círculo. A formação parece familiar? Sim, mas as pedras que formam Gobekli Tepe têm pelo menos dez mil anos, superando Stonehenge em alguns milênios. Além disso, as pedras turcas, que ficam no topo de uma colina que foi arredondada especialmente para acomodá-las melhor, impedem a aproximação de criaturas como escorpiões, cobras e javalis. Pelo menos um arqueólogo acredita que os pilares sejam resquícios do templo mais antigo do mundo, mas qualquer que seja sua origem, são impressionantes por resistirem às intempéries há milhares de anos.

Hampi, Índia
Embora o Triângulo Dourado seja parada obrigatória para muita gente que visita a Índia pela primeira vez, há algumas preciosidades no sul do país que merecem ser exploradas. Uma delas é Hampi, a última capital do reino hindu de Vijayanagar e Patrimônio da Humanidade de acordo com a UNESCO. A cidade é um verdadeiro porta-joias; fundada no século 14 no que hoje é o estado de Karnataka, contém cerca de 500 templos e monumentos antigos, todos reunidos num vilarejo. Os destaques são a Carruagem de Pedra e o Lotus Mahal.

Chavin de Huantar, Peru
Se você não suporta nem a ideia de disputar espaço na praça sagrada de Machu Picchu com centenas de estranhos, é melhor ir para Chavin de Huantar. A cerca de 240 km ao norte de Lima, encarapitado a mais de três mil metros de altitude nos Andes, era o centro religioso e comercial dos chavin, uma das maiores e mais antigas culturas peruanas pré-incas, que se estendeu de 1500 a.C. a 400 a.C. Há poucas estruturas nesse local considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco que se destaquem mais que Machu Picchu, mas há pedras entalhadas muitíssimo bem conservadas, revelando figuras fantásticas. Além disso, a complexidade arquitetônica do espaço - que contém dois templos, canais subterrâneos e praças cercadas de plataformas de pedra - sugere uma sociedade poderosa e influente, que, segundo os arqueólogos, era pacífica.