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TAM vai oferecer serviço de assistência médica remota em voos internacionais

Casos como mal-estar, desmaios, vômitos recorrentes e crises de asma poderão ser atendidos pelo serviço da TAM - Thinkstock
Casos como mal-estar, desmaios, vômitos recorrentes e crises de asma poderão ser atendidos pelo serviço da TAM Imagem: Thinkstock

Débora Costa e Silva

Do UOL, em São Paulo

27/09/2012 17h05Atualizada em 27/09/2012 17h20

Durante uma viagem de avião, se um passageiro passa mal, o procedimento padrão da tripulação é procurar algum médico a bordo que possa socorrê-lo. No entanto, graças às novas tecnologias que possibilitam a comunicação via satélite, já é possível oferecer mais assistência aos passageiros que necessitem de atendimento médico emergencial a bordo.

A fim de garantir essa melhora em seus serviços, a TAM acaba de fechar uma parceria com a empresa americana Medaire, que presta aconselhamento médico remoto. A partir da segunda quinzena de outubro, casos de emergência que venham a ocorrer durante voos internacionais da companhia poderão ser assistidos pela tripulação com o apoio da equipe dessa empresa.

O procedimento será o seguinte: quando um passageiro necessitar de auxílio médico, o comissário vai acionar o piloto, que entrará em contato com a Medaire via satélite e descrever os sintomas do enfermo. Baseado nesta descrição, o médico dessa empresa vai indicar quais procedimentos deverão ser tomados. 

De acordo com o gerente de Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da TAM, Marco Cantero, o serviço será prestado apenas em voos internacionais porque “a maior incidência de complicações de saúde mais graves ocorrem em viagens com mais de quatro horas de duração” - ainda que alguns voos nacionais, como o trecho São Paulo-Manaus, têm duração de quatro horas também.

Segundo ele, a maioria das situações poderá ser solucionada com atendimento de primeiros socorros. Casos como mal-estar, desmaios, vômitos recorrentes e crises de asma poderão ser atendidos pelo serviço – consultas médicas que não caracterizem emergência a bordo, como essas, no entanto, não serão contempladas.

Por ser um serviço de aconselhamento remoto, passageiros que necessitem de medicamentos ainda vão precisar da autorização de um médico voluntário a bordo. Se a situação for mais grave, o profissional da Medaire contatado poderá recomendar que a aeronave desvie para um aeroporto mais próximo e encaminhe o paciente para um hospital.

PREVINA-SE

A tripulação só poderá medicar alguém durante o voo se houver um médico a bordo que autorize. Portanto, se você costuma ter dores de cabeças ou mal-estar, leve seus próprios medicamentos.
Faça uma avaliação com seu médico antes da viagem, principalmente se for portador de alguma doença.
Caso seja portador de necessidades especiais ou esteja com alguma enfermidade, avise a companhia aérea antes de embarcar.
Evite viajar enquanto estiver com qualquer doença infecciosa aguda.
Obtenha a prescrição médica e a mantenha com você caso necessite se medicar enquanto estiver fora do país.

Os tripulantes da TAM estão sendo treinados para situações de emergência e inclusive já fazem testes a bordo. “A tripulação é treinada para realizar os primeiros socorros gerais, focados em problemas que podem ocorrer a bordo. Todos os procedimentos realizados pelos comissários, como massagem cardíaca, por exemplo, são regulamentados pela Anac (Agência de Aviação Civil)”, garante Cantero.

“Emergências a bordo sempre existiram. Felizmente, o número de emergências médicas a bordo que necessitam que o voo seja interrompido com um pouso intermediário não é alto. Porém, quando acontecem, os impactos operacionais são significativos”, explica o comandante Paulo Lobato, piloto chefe da companhia.

Além do apoio remoto e do treinamento da tripulação, a parceria com a Medaire vai prover também assistência para passageiros com necessidades especiais, avaliação médica pré-voo, ativação de equipe médica na chegada da aeronave e verificação dos recursos médicos no destino.

A partir de 2013, as aeronaves que fizerem rotas internacionais vão contar com desfibriladores (aparelho utilizado para restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco) e a tripulação também será treinada para manusear o equipamento.

Atualmente, a TAM é a única companhia na América Latina que conta com a orientação de profissionais especializados em medicina aeroespacial. Outras aéreas internacionais também treinam sua tripulação para atendimento de emergência, como a Alitalia, Air France KLM e South African Airways - esta última conta ainda com um kit de medicamentos injetáveis, aferidor de pressão, aparelho auxiliar de respiração artificial, lanterna e tubo de oxigênio, que podem ser ministrados somente na presença de um médico a bordo. 

Já na Turkish Airlines, além de os comissários terem uma noção de primeiros socorros para ajudar nos casos mais amenos, há uma caixa de primeiros socorros onde o atendimento pode ser feito sem a necessidade de uma intervenção médica. Em casos mais graves, assim como as outras companhias, procura-se um médico entre os passageiros para dar prosseguimento a assistência.