Ásia

Mianmar

De volta ao mapa do turismo após anos fora dos limites
 
Com tesouros culturais renomados, hotéis-butique de alta classe e praias desertas, Mianmar há muito figura nas listas de desejos dos viajantes intrépidos. Por anos, entretanto, atendido aos pedidos da líder pró-democracia Daw Aung San Suu Kyi e outros, muitos evitaram o país em protesto contra o regime autoritário de Mianmar.

 
Mas agora isso está mudando.
 
Desde novembro de 2010, quando os governantes de Mianmar realizaram eleições nominalmente livres e libertaram Aung San Suu Kyi após 15 anos de prisão domiciliar, o boicote foi suspenso e Mianmar agora está livre para um afluxo de visitantes.
 
Como o país permaneceu isolado por muito tempo, a "Terra dos Pagodes Dourados" profundamente budista possui um forte senso de lugar, não diluído pelo turismo de massa, e conta com uma calorosa e genuína hospitalidade. Os visitantes encontrarão hotéis atmosféricos e uma rede bem-mantida de jatos regionais servindo os locais principais (não esqueça que é necessário visto e que a economia permanece baseada em grande parte em dinheiro em espécie).
 
Mas a população local também está ciente do aspecto negativo potencial do turismo. Aung San Suu Kyi tem pedido por um desenvolvimento sustentável e um turismo dosado, em que os dólares farão bem.
 
Tendo essas metas em mente, situado ao longo das margens do sinuoso Lago Inle, no leste de Mianmar, o hotel ecológico ViewPoint combina materiais locais com atividades adaptadas sob medida para apoiar a economia local (como almoços com produtos da horta para a mesa em uma casa da ilha).
 
De modo semelhante, na praia de Ngapali - um trecho imaculado da costa da Baía de Bengala - o Amara Ocean Resort reforça o fator local com um spa feito à mão. O resort financia projetos de ajuda humanitária no delta do Rio Irrawaddy. (Ceil Miller-Bouchet)
 

Tóquio, Japão

A tragédia do ano passado significa mais espaço para os turistas
 
A ideia de viajar para Tóquio certamente deixaria algumas pessoas nervosas. Apesar de a cidade ficar a aproximadamente 290 quilômetros da usina de Fukushima Daiichi, cenário do pior desastre nuclear desde Chernobyl - e o Departamento de Estado recomenda que os viajantes evitem apenas a área diretamente ao redor do local de desastre - Tóquio também sofreu, um problema tanto de percepção quanto real.
 
Mas por outro ponto de vista, é o momento perfeito para visitar. A diminuição do turismo e das viagens de negócios deixa a cidade mais acessível e receptiva. Segundo Laurent Vernhes, um fundador e presidente-executivo da TabletHotels.com, um site de viagem com uma boa lista de opções de estadia, o turismo ainda não voltou aos níveis normais. "As diárias ainda estão em média cerca de 10% mais baratas do que no mesmo período no ano passado", disse Vernhes.
 
Quando visitei a cidade no final do ano passado, estava claro que ela ainda está vibrando de energia. Mas agora é possível fazer uma reserva de última hora, algo antes impensável, em um dos muitos restaurantes badalados da cidade ou em um dos hotéis que costumam ter uma ocupação sólida. Um jantar na noite de sábado no Kagurazaka Ishikawa, um restaurante caro, porém discreto, com três estrelas Michelin e um excelente cardápio de degustação? Sem problema. E opções de hospedagem para todos os bolsos ficaram mais fáceis. As chances são de que você encontre um quarto no elegante Park Hyatt Tokyo, um arranha-céu luxuoso, ou no Tokyo Ryokan, um hotel de propriedade familiar com apenas três quartos simples, que costumam precisar ser reservados com bastante antecedência. (Oliver Strand)
 

Lhasa, Tibete

Novos hotéis de luxo provocam uma trégua - e controvérsia
 
A capital sagrada do Tibete está à beira de um boom de hotéis de luxo. Em Lhasa, essa é a notícia: não apenas administrar um hotel de luxo a mais de 3.600 metros acima do nível do mar não é pouca coisa, como também empreendimentos imobiliários aqui têm, naturalmente, grande peso cultural.
 
O majestoso Saint Regis Lhasa Resort, com 162 quartos, está em pleno funcionamento desde maio. Em 2010, um encantador palacete de propriedade tibetana, chamado Lingtsang, reabriu como hotel-butique com trabalhos em madeira coloridos e opulentos, assim como varandas para o pátio. E em breve haverá o amplo InterContinental Resort Lhasa Paradise e o Shangri-La com 284 quartos, ambos com abertura prevista para 2013.
 
Por um lado, é a primeira vez que os viajantes podem ter confortos de luxo em uma cidade onde até mesmo hospedagem básica era difícil. Por outro, as aberturas - assim como a crescente população de Lhasa, os novos distritos comerciais e shopping centers - são vistas por muitos tibetanos e forasteiros interessados como sendo uma colonização cultural e uma exploração de uma terra sagrada. (Kimberly Bradley)

 

Moscou, Rússia

Novos espaços culturais adicionam uma pitada de sagrado e profano
 
O extravagantemente reformado Teatro Bolshoi vem posando como uma prima donna diante dos flashes da imprensa desde que reabriu em outubro. E diante da reforma de US$ 760 milhões que o teatro de 236 anos recebeu, é quase possível ouvir os czares aplaudindo de seus túmulos.
 
Mas além dos holofotes, dois museus atraentes também fizeram sua estreia. O Museu de Ícones Russos possui a maior coleção privada de obras de arte religiosa russa e cristã oriental (aproximadamente quatro mil obras). A entrada é gratuita. Você não encontrará muitas virgens ou santos no Tochka G, cujo nome pode ser traduzido como "Ponto G". Com mais de três mil itens ligados a sexo, o acervo inclui de tudo, desde preservativos da era soviética e bonecas infláveis high-tech até "Luta", uma pintura de 2011 da artista russa Vera Donskaya-Khilko, que retrata Vladimir Putin e Barack Obama enfrentando um ao outro com seus falos cartunescos gigantes. Na Rússia, tamanho importa. (Seth Sherwood)

  • Justin Mott/New York Times

    Baía de Halong, no Vietnã

Baía de Halong, Vietnã

Novas formas de visitar uma maravilha natural no Sudeste Asiático
 
Apesar da Baía de Halong, uma impressionante paisagem marinha com cerca de 1.600 ilhas e ilhotas de pedra calcária, ter sido formada há milhões de anos, nunca houve uma época melhor para visitá-la. Em novembro, o local, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, foi eleito provisoriamente uma das "sete novas maravilhas da natureza", com base em uma pesquisa global realizada pela fundação suíça New7Wonders - ao mesmo tempo em que a Vietnam Airlines anunciava seus primeiros voos diretos entre Londres e o Vietnã. Praticamente intocada pelo homem e coberta pela mata densa, as formações rochosas erguem-se imponentes em picos cônicos e pilares saídos das águas ao redor, que contêm recifes de corais, pântanos de água doce, florestas de manguezais e praias de areia fofa. Os visitantes agora podem conhecer o que o próprio Ho Chi Minh chamou de "uma maravilha que não pode ser descrita para outros", em embarcações de junco, cruzeiros de luxo ou por meio de uma série de novas excursões de aventura oferecidas por empresas como InterAsia, World Expeditions e o Luxury Travel Group. (Charly Wilder)
 
 

Moganshan, China

Luxo no ex-esconderijo na montanha dos gangsteres de Xangai
 
Durante grande parte do início do século 20, Moganshan, uma montanha coberta de bambu a cerca de três horas de Xangai, serviu como um retiro tranquilo para a elite. Estrangeiros ricos inicialmente se estabeleceram na montanha, construindo casarões de pedra e quadras de tênis. Então vieram os chineses influentes, incluindo o chefão da máfia de Xangai, Du Yuesheng, e o líder do Kuomintang, Chiang Kai-shek, que realizou sua lua de mel aqui em 1927. Após um período de calmaria, a última década viu os estrangeiros repovoarem as encostas de Moganshan, transformando os velhos casarões em lares e casas de hóspedes. E no final de 2011, a montanha ganhou status elevado com duas novas propriedades de luxo. O eco-resort Naked Stables, com 121 quartos, conta com casas no topo de árvores com Jacuzzis nas varandas com vista para as montanhas, e "cabanas de taipa" ecológicas de inspiração africana. Situado em uma plantação de chá, o La Passage Moganshan, com 40 quartos, abriu parcialmente em dezembro e se inspira nas mansões históricas de Moganshan, com pisos de madeira reciclada centenária e um jardim magnífico, contendo mais de 12 mil roseiras. (Justin Bergman)

 

Kerala, Índia

Uma nova bienal indiana fará sua estreia neste Estado costeiro
 
No ano passado, a Índia montou seu primeiro pavilhão na Bienal de Veneza. Neste ano, o país inaugurará sua própria bienal. A ser realizada no Estado de Kerala, no sudoeste, a Kochi-Muziris Biennale exibirá pintura, cinema, escultura, instalações, nova mídia e apresentações de artistas indianos e estrangeiros. Grande parte da ação ocorrerá na cidade colonial de Kochi, cuja cena de arte contemporânea já oferece mais de uma dúzia de espaços, desde o David Hall de dois anos - em uma mansão colonial holandesa de 1695 - até o antigo Kashi Art Café, um restaurante-galeria-jardim-café. Para receber os eventos, o Durbar Hall do século 19 e outros prédios antigos da cidade estão recebendo reforma completa.
 
Mas o projeto de recuperação histórica mais notável está acontecendo no outro endereço da bienal em Kerala, Muziris. Um lendário porto antigo que negociava condimentos e seda com o Egito há dois milênios, Muziris desapareceu misteriosamente após a queda de Roma. Arqueólogos recentemente localizaram e começaram a escavar a cidade desaparecida, que foi aberta aos turistas neste ano. A bienal será inaugurada em 12 de dezembro de 2012, ou 12/12/12. (Seth Sherwood)

 

Malacca, Malásia

Um Patrimônio da Humanidade amplia suas opções de turismo
 
Com seus canais iluminados por lanternas e ruas estreitas e silenciosas, margeadas por templos ornamentados com décadas de idade e lojas, poucos lugares no Sudeste Asiático conjuram imagens românticas do passado tão eficazmente como Malacca, a cidade mais antiga da Malásia. Uma antiga colônia portuguesa, holandesa e britânica, este Patrimônio da Humanidade da Unesco agora atrai números recordes de turistas, que vêm atrás de sua arquitetura incomum e culinária, que refletem séculos de influências estrangeiras.
 
Mais de sete milhões de visitantes são esperados em 2012, de modo que a cidade, a cerca de 145 quilômetros a sudeste da capital, Kuala Lumpur, está recebendo novos hotéis como o Casa del Rio, um hotel-butique de luxo com inspiração portuguesa e 66 quartos; e o Courtyard@Heeren, uma loja centenária convertida em um hotel com 14 quartos. Quando você não estiver explorando lugares como a antiga prefeitura holandesa do século 17, ou as lojas de antiguidades na Jonker Street, coma as notáveis especialidades locais de Malacca, como o cremoso e picante nyonya laksa, no Donald & Lily's, de propriedade familiar. (Naomi Lindt)

 

Jordânia

 
Pode parecer tolice uma companhia aérea adicionar um destino no Oriente Médio enquanto o mundo árabe passa por turbulência política. Mas a companhia aérea é a easyJet, conhecida por suas incursões em mercados inesperados, e o país é a Jordânia, que até o momento foi em grande parte poupado do tipo de protestos que está derrubando líderes em outros lugares.
 
Qual o motivo para tomar o voo? A partir de meados deste ano, os viajantes poderão desembarcar no novo terminal moderníssimo do aeroporto Rainha Alia. Projetado por sir Norman Foster usando motivos do deserto e do Oriente Médio, o prédio é uma recepção adequada para um país que está tentando se modernizar, mantendo ao mesmo tempo sua beleza natural e tradições.
 
De lá, siga para a piscina infinita do novo hotel DoubleTree by Hilton, no resort de Aqaba no Mar Vermelho. É uma boa forma de relaxar após uma expedição montada em camelos pela paisagem "marciana" de Wadi Rum, uma área de 738 quilômetros quadrados de deserto pontuada por formações rochosas desgastadas pelo vento. A região -"vasta, cheia de ecos e divina", nas palavras de Lawrence da Arábia - foi nomeada Patrimônio da Humanidade pela Unesco no ano passado. (Seth Sherwood)

 

Coreia do Sul

Será que ela é o mais novo ponto badalado de golfe da Ásia?
 
A Coreia do Sul está redefinindo quão luxuoso os resorts de golfe podem ser. Uma série de novos clubes privados - o tipo com taxas de adesão de seis dígitos, projetos por arquitetos célebres e sedes que mais parecem museus de arte moderna - abriu recentemente no país.
 
O de maior prestígio é o Haesley Nine Bridges, nos arredores de Seul, com uma sede coberta por uma teia sinuosa de vigas de madeira imensas (ela também conta com uma das esculturas gigantes de balões de brinquedo de Jeff Koon).
 
Também há o Ananti Club, que não fica distante de Seul: 196 hectares contendo três campos situados na floresta Yumyeongsan, com sede projetada pelo arquiteto Ken Min, construída quase totalmente no subsolo. E o futurista Jack Nicklaus Golf Club Korea, que abriu no ano passado no centro financeiro de Songdo, tem uma sede imensa e ondulada projetada pelo arquiteto californiano Mehrdad Yazdani.
 
Em 2015, a Coreia do Sul será a sede da Presidents Cup pela primeira vez; aparentemente há alguns campos à altura de torneios ao lado de todas essas sedes impressionantes. (Danielle Pergament)

Maldivas

Um lugar confortável para surfistas radicais? Aqui está
 
Quando alguém pensa nas Maldivas, um colar de 26 atóis tropicais no Oceano Índico, geralmente imagina suítes de US$ 2 mil em palafitas sobre as águas azul-turquesa e casais em lua de mel jantando descalços na praia. Mas surfistas de ponta? Nem tanto? Pense bem. "É ideal", disse Ross Phillips, fundador da Tropicsurf, uma grande fornecedora na cena de surfe de luxo. "Ondas boas e consistentes, água quente, uma grande variedade de resorts cinco estrelas e abundância de coisas para fazer para os acompanhantes que não surfam." No ano passado, seis surfistas campeões mundiais foram às Maldivas para o que foi rotulado como o evento de surfe mais exclusivo do mundo: o Four Seasons Maldives Surfing Champions Trophy, que foi realizado no resort Four Seasons Kuda Huraa.
 
Em 2012 abrirão vários novos resorts exuberantes, como o Niyama, que contará com um restaurante submarino, e o Viceroy, 66 casas na ilha particular remota de Vagaru. (Gisela Williams)

 

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