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Brasileiros são alvos de furtos em Orlando e Miami

Cabine de observação em outlet de Orlando (dez/2011) - Simone Hara/UOL
Cabine de observação em outlet de Orlando (dez/2011) Imagem: Simone Hara/UOL

MÔNICA DE SOUZA

Colaboração para o UOL Viagem

04/01/2012 07h00

Uma viagem para a Flórida, nos Estados Unidos, é marcada pela expectativa de dias tranquilos na terra dos sonhos. Tudo parece perfeito: parques de diversão, hotéis confortáveis, lojas com preços e mercadorias tentadores e deliciosos restaurantes. E o principal: segurança.

As pessoas deixam bolsas e carteiras expostas, desfilam tranquilamente com máquinas fotográficas, filmadoras e outros eletrônicos de alto valor. Sem o receio frequente que os brasileiros costumam sentir nas cidades em que vivem. Nos parques, carrinhos de crianças ficam estacionados com pertences à mostra, por - eventualmente - horas sem qualquer vigilância. Tudo muito natural.

Previna-se

Não deixe sacolas de compras, mochilas, bolsas e eletrônicos nos carros em estacionamentos, mesmo que por pouco tempo
Nas lojas, não largue bolsas, carteiras, sacolas em carrinhos, sobre balcões ou em bancos
Cuidado com mochilas nas costas e carteiras nos bolsos traseiros. Verifique também se as bolsas estão sempre fechadas
Fique de olho em seus pertences mesmo dentro dos provadores de roupas
Prefira usar cartão ou cheques de viagem e andar com pouco dinheiro
Escolha locais iluminados para realizar saques e procure estar acompanhado ao fazê-los
O dinheiro não deve ficar à mostra na carteira
Use aquelas bolsinhas de guardar dinheiro e documentos na cintura, rente ao corpo e por baixo da roupa
Faça cópias autenticadas dos documentos e deixe no cofre do hotel, ou, ao menos, escaneie as principais páginas do passaporte e tenha o arquivo em seu e-mail ou pen drive
Se achar que está sendo seguido, evite fazer compras ou saques até estar seguro
Escolha hotéis com boa iluminação na entrada e no estacionamento e cujos quartos não tenham acesso direto para a rua
Grandes quantidades de dinheiro e objetos importantes devem ser trancados no cofre do quarto
Antes de sair do Brasil, entre em contato com a sua companhia de cartão de crédito e leve com você os telefones a serem contactados em caso de emergência

Mas todos os lugares estão, infelizmente, sujeitos à ação de marginais. Tem se tornado cada vez mais comum o relato de turistas sendo furtados em lojas, tendo seus carros arrombados e até mesmo sendo alvo de ladrões em hotéis.
 

Recentemente a publicitária paulista Karin Koedel passou por uma dessas experiências. Após fazer compras em uma unidade da famosa loja de eletrônicos Best Buy, decidiu parar em um centro comercial próximo, onde havia uma loja de artigos para bebês. Foram apenas quinze minutos, mas o tempo foi suficiente para que, ao retornar, ela tivesse a desagradável surpresa de encontrar o carro arrombado, sem qualquer sinal de suas sacolas.

Ela chamou a polícia e foi orientada a reportar o incidente na primeira loja onde havia feito suas compras. No local, surpresa: outra vítima acabava de fazer um relato parecido. “Os brasileiros estão muito visados. É preciso divulgar estes incidentes para que as pessoas fiquem mais atentas e evitem situações como a minha”, alerta Karin.

O consulado brasileiro em Miami diz que não se pode falar em uma onda de crimes, mas que o número de vítimas é expressivo para a realidade do lugar. Entre as ocorrências registradas em 2011 (até meados de novembro) os números ajudam a identificar os locais mais visados.

Foram 69 casos reportados, sendo 39 na região de Miami e outros 30 na área de Orlando. Em geral ocorrem em centros de compras e de duas formas mais comuns: o furto de bolsas, carteiras e documentos dentro das lojas e o arrombamento de veículos nos estacionamentos para a retirada de sacolas, bolsas e eletrônicos. Os dados se referem apenas às pessoas que efetivamente comunicaram o consulado, por isso os números reais podem ser maiores, já que nem sempre as vítimas estão dispostas a registrar queixa.

Em Orlando os “points” favoritos são o Premium Outlet, as lojas da Best Buy, o Mall at Millenia, o Florida Mall e os supermercados como Wal Mart. Já em Miami, o recordista é o shopping Sawgrass Mills, seguido do Dolphin Mall e do Dadeland Mall. O aeroporto e as locadoras de veículos também entram nas estatísticas.

“Estava em Miami e ia às compras todos os dias sem a menor preocupação. Pensava: aqui é Primeiro Mundo, não vão me roubar. Meu erro”, lembra a designer Fernanda Pinho, em visita aos EUA no final de 2010. Ela conta que o cartão de crédito estava com problema e ela sacava dinheiro nas máquinas. Foi à uma loja da Nike (no Sawgrass Mills) e deixou a bolsa no carrinho de compras, junto da filha de uma amiga. Na hora de pagar, a carteira não estava mais lá.

Quando relatou o ocorrido aos seguranças, Pinho teve de ouvir que por lá as coisas estão "assim mesmo", pois os outlets estão "cheios de brasileiros, mexicanos e cubanos". “Saí de lá arrasada. Com certeza alguém me viu sacar o dinheiro e foi me seguindo, esperando eu dar bobeira”, desabafa.

Se acontecer com você
Não há muito que fazer nestas situações. O consulado apenas pode ajudar na emissão de um novo passaporte ou dar orientações gerais sobre como cancelar cartões de crédito. A legislação americana não é como a brasileira e os hotéis e o comércio não são responsabilizados por esses incidentes. É praticamente inútil tentar qualquer indenização.

No caso de roubo de cartão de crédito ou de débito é importante fazer o bloqueio imediatamente com a administradora e se dirigir a uma das police stations locais a fim de fazer um documento semelhante a nosso boletim de ocorrência, principalmente para se precaver quanto a gastos indevidos. Disque (407) 246-2470 para informações sobre como proceder (há atendimento em espanhol). No caso de perda de documentos, entre também em contato com o consulado brasileiro, no telefone (305) 285-6200.

A dica é ficar muito atento e seguir algumas regras básicas de segurança (veja o quadro ao lado).