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Ilha Maurício tem muitas atrações além das praias

EDUARDO VESSONI *

Colaboração para o UOL, da Ilha Maurício

12/12/2011 07h00

Paraísos terrestres, como aqueles rodeados por belezas naturais raras em outras partes do planeta, costumam exagerar na cenografia. Praias de areias finas e águas desenhadas por matizes únicos são ingredientes indispensáveis para tornar destinos isolados em cobiçados refúgios de férias. Porém, na Ilha Maurício, em pleno oceano Índico, a diversidade natural vem acompanhada de uma intensa variedade cultural, contada em histórias com sotaques jamais imaginados para aquelas terras, capaz de tirar da cadeira fincada na praia até o mais preguiçoso dos visitantes.


Essa ilha de apenas 65 km de comprimento e a 2000 km da costa oriental africana possui uma costa digna de campanhas publicitárias, mas ao encarar algumas das estradas estreitas e sinuosas que recortam Maurício, o visitante descobre que existe vida (e muita, diga-se de passagem) além das praias cenográficas do destino.

Descoberto pelos portugueses, em 1505, esse pequeno pedaço de terra de origem vulcânica abrigou, desde cedo, culturas estrangeiras que lhe renderam sotaques e hábitos trazidos por árabes, que desembarcaram na região no século 10, franceses, ingleses e indianos.

Basta deixar as praias para o visitante surpreender-se com atrações como o belo Botanic Garden, inaugurado pelo governo francês, há 300 anos; a agitada Port Louis, capital da ilha que ainda abriga construções coloniais da época da administração inglesa naquele pequeno país, como o Fort Adelaide; e dezenas de templos hindus, resultados da presença de uma significativa colônia de indianos que, na primeira metade do século 19, chegou da Índia para suprir a falta de mão-de-obra nas plantações de cana-de-açúcar da ilha.

O resultado de toda essa mistura é um curioso destino turístico com mais de um milhão de habitantes que circulam por vias com sinalizações em inglês, anúncios publicitários em francês e conversam em línguas trazidas de outras partes do planeta, como o crioulo e o hindi.

O paraíso parece ter assumido outros tons. Pelo menos em Maurício.

Atrações além das praias

Botanic Garden – Inaugurado há mais de 300 anos, como um jardim privado do governo francês, esse belo jardim botânico de 60 hectares abriga mais de 650 espécies vegetais como os clássicos baobás africanos, palmeiras e até um impressionante lago com vitórias-régias da Amazônia. Sir Seewousagur Ramgoolam, s/n. (Pamplemousses). Tel: (230) 243-8327 / 243-9403. Diariamente, das 8h30 às 17h. Entrada paga
Citadela (Fort Adelaide) – As razões para a construção dessa fortaleza, erguida em 1840, ainda são desconhecidas, mas suas instalações não tiveram outra função do que a de guardar armamentos ingleses contra uma possível invasão francesa. Sua posição estratégica, no centro de Port Louis, oferece uma boa vista geral do centro da capital da ilha e da Signal Mountain, sequência montanhosa que servia de orientação para os navegadores que chegavam à região. Fort Adelaide, s/n. Tel: (230) 242-2250 / 211-2828. De seg. a sex. das 9h às 16h; sáb. das 9h às 12h. Entrada gratuita
Terres de Couleurs de Chamarel – As coloridas terras dessa atração, no lado ocidental de Maurício, são resultado de um fenômeno natural ocorrido pela ação do clima quente e úmido sobre rochas de basalto, formadas a partir das cinzas de erupção vulcânica que lhe garantem esses tons. O local ainda abriga a Chamarel Waterfall, uma cachoeira de 100 metros de altura alimentada pelo rio Saint Denis. Societé de la Fleche (Chamarel). Tel: (230) 483-8298. Diariamente, das 7h às 17h30. Entrada paga
Trou aux Cerfs – O centro da ilha guarda uma das atrações mais inusitadas de Maurício: um vulcão inativo, com 100 metros de profundidade, que abriga uma floresta ao redor de sua antiga cratera. A atração está localizada na cidade Curepipe, de onde se tem visão panorâmica da região, em dias de céu claro
Sacred Lake – Uma imponente estátua de Shiva, com 35 metros de altura, marca a entrada desse impressionante atrativo mauriciano dedicado aos rituais hinduístas. O Grand Bassin, um dos dois únicos lagos naturais da ilha, é considerado pelos praticantes do hinduísmo um lugar sagrado para a realização de orações e oferendas, e abriga um belo templo indiano que pode ser visitado. Diariamente, das 6h às 18h
Eureka Colonial House – Construída entre 1812 e 1852, esse casarão de estilo colonial funciona como um museu que reconta o passado de Maurício a partir de objetos das famílias que moraram no local e mobiliário estrangeiro adquirido por habitantes da ilha, como peças de decoração trazidas da França, Japão e Índia. Maison Eureka (Moka). Tel: (230) 433-8477. Diariamente, das 9h às 17h. Entrada paga
Central Market – Considerado um dos mais importantes mercados da ilha, esse centro comercial popular é o lugar ideal para os que quiserem um contato mais próximo com a cultura e hábitos de Maurício. Peixes, frutas e verduras exóticas, e coloridos produtos indianos, como tecidos e artesanato, são algumas das opções de compras no agitado centro de Port Louis, capital da Ilha Maurício. Queen Street, s/n. De seg. a sáb. das 5h às 17h30 e dom. das 5h às 11h. De abril a setembro, o mercado abre meia hora mais tarde. Entrada grátis

Informações turísticas
www.mauritius.net

Hotel The Residence Mauritius
www.theresidence.com/mauritius


* O jornalista viajou com o apoio da Mauritius Tourism Promotion Authority e do hotel The Residence