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Animada, Saint Louis tem espaços verdes e vida noturna agitada; conheça a cidade em 36 horas

DAN SALTZSTEIN

New York Times Syndicate

05/09/2010 08h05

Saint Louis é mais do que apenas um Portal para o Oeste. O arco famoso, é claro, ainda está lá, juntamente com arquitetura abundante do século 19 e uma grande quantidade de espaço verde. Mas Saint Louis é um destino animado por conta própria, cheio de bairros convidativos, alguns saindo de um longo declínio e revitalizados por arte pública, vida noturna diversificada e restaurantes que exploram a riqueza dos rios e fazendas ao redor. Some a essa mistura a sensibilidade do Meio-Oeste e o charme do Sul e você terá uma cidade olhando para o futuro.

  • Dilip Vishwanat / The New York Times

    Fundado em 1859, o Jardim Botânico do Missouri, em Saint Louis, é considerado o jardim botânico em atividade contínua mais antigo do país

Sexta-feira

16h - Rua agitada
Veja a evolução da cidade em ação na Cherokee Street. Antes conhecida por sua concentração de antiquários (cherokeeantiquerow.net), as casas de tijolos da rua agora também abrigam cafés e lojas da moda. Os destaques incluem a Apop Records (No. 2831; 314-664-6575; apoprecords.com), que oferece uma seleção impressionantemente eclética de discos de psych pop, punk, country e jazz. The Mud House (No. 2101; 314-776-6599; themudhousestl.com) atrai uma clientela jovem com seu excelente café. E a PhD Gallery (No. 2300; 314-664-6644; phdstl.com) possui quase 185 metros quadrados de espaço, com obras de artistas locais e regionais, incluindo uma exposição de foto recém aberta, “Além do XY”, que explora a identidade masculina.

19h - Alma de Soulard
O bairro histórico de Soulard é um dos que está passando por uma renascença, graças em parte a vários restaurantes de qualidade. O Franco (1535 South Eighth Street; 314-436-2500; eatatfranco.com), um bistrô industrial-chique que abriu em 2007 ao lado do famoso mercado dos produtores de Soulard, serve versões envolventes de pratos de bistrô franceses, como pernas de rã fritas ao molho de vinho tinto (US$ 9) e truta arco-íris do Missouri grelhada com molho de creme de conhaque e camarão de água doce (US$ 22).

22h - Underground análogo
O Frederick’s Music Lounge, um bar apreciado, pode não existir mais, mas seu lendário proprietário, Fred Boettcher Jr., também conhecido como Fred Friction, ressurgiu no ano passado com um novo clube debaixo do restaurante Iron Barley. Siga as placas até o “FSFU”, Fred’s Six Feet Under (5510 Virginia Avenue; 314-351-4500; www.ironbarley.com). É difícil espaços para música serem mais íntimos; a banda pode ocupar um terço do espaço total. As bebidas são baratas e a música, por cortesia de bandas locais como Sins of the Pioneers, e seu estilo de rhythm and blues de Nova Orleans, é tão despretensiosa quanto o público que o frequenta.

 

  • Dilip Vishwanat / The New York Times

    Costelas ao estilo de Saint Louis são encontradas sempre, mas é o estilo Memphis parece ser o churrasco favorito da cidade. Basta olhar os prêmios de melhor que decoram as paredes da Pappy's Smokehouse

Sábado

9h - Bolinhos e telas
No bairro arborizado de Shaw, arquitetura imponente se mistura com pontos badalados como o SweetArt (2203 South 39th Street; 314-771-4278; sweetartstl.com), uma padaria papai e mamãe e estúdio de arte. Reine Bayoc (mamãe) prepara a comida, que conta com ingredientes vegetarianos. Cbabi Bayoc (papai), cujas obras de arte coloridas e alegres decoram as paredes, pinta no estúdio nos fundos. Não vá embora antes de provar os bolinhos leves como ar de Reine Bayoc, em sabores como limonada com morango (US$ 1,95 cada).

10h30 - Paisagismo pessoal
O bairro leva o nome de Henry Shaw, um botânico e filantropo cuja principal realização é o Jardim Botânico do Missouri (4344 Shaw Boulevard; 314-577-5100; mobot.org). Fundado em 1859, ele é considerado o jardim botânico em atividade contínua mais antigo do país. Ele ocupa impressionantes 32 hectares e inclui um grande jardim japonês e a casa original de 1850 de Shaw, assim como seu mausoléu (ligeiramente assustador).

13h - Gosto de Memphis
Costelas ao estilo de Saint Louis são encontradas em cardápios por todo o país, mas é o estilo Memphis (pense em carnes lentamente defumadas, leves em molho) que parece ser o churrasco favorito de consenso na cidade. Basta olhar os prêmios de melhor que decoram as paredes da Pappy’s Smokehouse (3106 Olive Street; 314-535-4340; pappyssmokehouse.com). Multidões fazem fila para os pratos de carne e acompanhamentos, servidos em um espaço despretensioso (enquanto você espera, dê uma espiada no vagão para fumantes estacionado na rua ao lado). As costelas (US$ 12,99 por meia porção) e carne de porco desfiada (US$ 8,99 por um prato regular) são muito boas, mas o melhor foi a salada de repolho e o milho frito na espiga (US$ 1,75 cada).

14h30 - Arte ao ar livre
A nova joia no centro de Saint Louis é o Citygarden (citygardenstl.org), um parque de esculturas inaugurado pela prefeitura no ano passado, emoldurado pelo antigo tribunal de um lado e o arco do outro. A arte pública em tamanho grande, por nomes conhecidos como Mark di Suvero e Keith Haring, são excelentes, mas a verdadeira genialidade é o desenho do parque, que reflete a paisagem da área de Saint Louis: um muro em arco de pedra calcária local, por exemplo, imita as curvas dos rios Mississippi e Missouri.

16h - Dia verde
Saint Louis conta com 105 parques municipais, mas nenhum chega aos pés do Forest Park (stlouis.missouri.org/citygov/parks/forestpark), que cobre mais de 485 hectares no coração da cidade. Ele foi inaugurado em 1876, mas foi a Feira Mundial de 1904 que o tornou um espaço público de qualidade mundial, gerando prédios atrativos como o Palácio de Belas Artes, que agora abriga o Museu de Arte de Saint Louis. Em 2002, uma reforma de US$ 3,5 milhões da Jewel Box, uma estufa elevada e de aspecto contemporâneo que data de 1936, deu a ele um brilho extra. Alugue uma bicicleta no centro do visitante (314-367-7275; apenas nos fins de semana, 10h às 15h; US$ 30 por pessoa por dia) e passeie à vontade.

20h - Generosidade do Meio-Oeste
A febre locavore (alimentos de produção e consumo local) atingiu Saint Louis. Liderando a onda está o Local Harvest Cafe and Catering (3137 Morgan Ford Road; 314-772-8815; localharvestcafe.com), um espaço agradável no bairro de Tower Grove que é um desdobramento da mercearia orgânica do outro lado da rua. O cardápio no quadro-negro lista todos os produtos locais disponíveis naquele dia, incluindo itens como mel e pasta de amendoim. Nas noites de sábado, Clara Moore, a chef, cria um cardápio com quatro pratos (US$ 48) baseado no que é fresco nas fazendas e mercados naquela manhã. O cardápio incluía recentemente um cassoulet vegetariano leve, acompanhado de cerveja de produtores locais como a Tin Mill Brewery.

22h - Tratamento real
Tower Grove também é lar de um punhado de bons bares, incluindo o Royale (3132 South Kingshighway; 314-772-3600; theroyale.com), onde um bar de madeira amarela e vidro em estilo art déco é acompanhado por fotos antigas de líderes políticos (John F. Kennedy, Martin Luther King Jr. e o falecido governador do Missouri, Mel Carnahan). Mas é a extensa lista de drinques, com alguns batizados com nomes de bairros da cidade, como o Carondelet Sazerac (US$ 8), e um pátio nos fundos que continuam atraindo os aficionados.

  • Dilip Vishwanat / The New York Times

    A nova joia no centro de Saint Louis é o Citygarden, um parque de esculturas inaugurado pela prefeitura em 2009, emoldurado pelo antigo tribunal de um lado e o arco do outro

 

Domingo

10h - O time da casa
Pegue um número para uma das pequenas mesas surradas de madeira do Winslow’s Home (7211 Delmar Boulevard; 314-725-7559; winslowshome.com). Ele é mais do que apenas um lugar agradável para um brunch; ele também serve como loja geral, vendendo hortifrutis e itens de cozinha como dispensadores de azeite de oliva em aço inoxidável (US$ 16). Quando chegar a hora de pedir, experimente o brioche francês torrado com bananas caramelizadas (US$ 4). Vale a pena a espera.

12h - Aula de arte
A Universidade de Washington é altamente conceituada por seus trabalhos acadêmicos. Mas o campus, com suas colinas verdes arredondadas e grandes salões, também é lar de excelente arte contemporânea. O Mildred Lane Kemper Art Museum (1 Brookings Drive; 314-935-4523; kemperartmuseum.wustl.edu; entrada gratuita), projetado pelo arquiteto ganhador do Prêmio Pritzker Prize, Fumihiko Maki, é encantadoramente apertado e vagamente organizado por tema, de forma que você encontrará um Jackson Pollock lado a lado com um retrato de Daniel Boone do século 19. Você também encontrará exposições de arte contemporânea ambiciosas com curadoria do corpo docente da Universidade de Washington. Como grande parte de Saint Louis, o Kemper pode não ser ostentoso, mas está repleto de gemas.

 

O básico


Saint Louis conta com um amplo sistema de transporte público (metrostlouis.org), apesar de um carro ser recomendado para destinos mais fora do caminho.

Parte do rejuvenescido Delmar Loop, o Moonrise Hotel (6177 Delmar Boulevard; 314-721-1111; moonrisehotel.com) oferece um agradável ar de hotel-butique e uma localização central. O serviço é amistoso, os quartos são confortáveis e as vagas de estacionamento são abundantes. Também há um restaurante, o Eclipse, e um bar de cobertura. Quartos-padrão a partir de aproximadamente US$ 170.

O Four Seasons no centro de Saint Louis (999 North 2nd Street; 314-881-5800; fourseasons.com/stlouis) abriu em 2008, parte de um notável complexo à beira do rio que também inclui o Lumiere Place cassino e hotel. Quartos-padrão a partir de US$ 280; espere pagar mais caro por vistas do arco.