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Protetor solar, arte e vida noturna caracterizam um final de semana em Beirute

No Music Hall, em Beirute, atrações músicais comrepertório internacional são apoiados por uma orquestra em túnicas vermelhas e divas trajando estampas de leopardo - Bryan Denton/The New York Times
No Music Hall, em Beirute, atrações músicais comrepertório internacional são apoiados por uma orquestra em túnicas vermelhas e divas trajando estampas de leopardo Imagem: Bryan Denton/The New York Times

SETH SHERWOOD

New York Times Syndicate

02/08/2010 08h04

Deseja uma dica de investimento em Beirute? Concreto. Graças a dois anos de tranquilidade política, a cidade margeada por palmeiras do Oriente Médio está gastando em novos prédios e projetos culturais. Um trecho de vida noturna em rápida expansão, um novo distrito de design, novos hotéis e o primeiro museu de arte contemporânea do país surgiram nos últimos dois anos. E certamente não passaram despercebidos. Um número recorde de turistas apareceu para descobrir o Líbano e sua capital em 2009. Se a paz persistir, espere uma concentração ainda maior neste ano.

 

Sexta-feira

18h - Fumaça na água

Mulheres muçulmanas usando lenços de cabeça, moradores desmazelados em camisetas de rock, babás filipinas: ao entardecer, o calçadão à beira-mar de Beirute, conhecido como Corniche, se torna anfitrião de uma cidade em desfile. Para observá-la e apreciar as vistas do Mediterrâneo reluzente enquanto estiver nele, comece do outro lado da rua em frente ao Hard Rock Cafe (onde a faixa externa diz: ‘Chegará o tempo em que você verá que todos nós somos um...’) e caminhe na direção oeste, passando pelos hotéis, prédios de apartamentos de luxo e pelo campus arborizado da Universidade Americana de Beirute. O Manara Palace Cafe (961-1-364-949), ao lado farol no mar, é um lugar perfeito para absorver o ar marítimo, os respingos das ondas, o som das gaivotas e os raios do pôr-do-sol, bebendo ao mesmo tempo um suco fresco de manga (7.500 libras, ou US$ 5, com o dólar cotado a 1.492 libras libanesas) e fumando o tabaco adocicado de um narguilé (12 mil libras).

20h - Sabores concorrentes

As duas principais culinárias regionais da cidade, a libanesa e a armênia, são servidas magistralmente no Al Mayass (rua Wadih Naim, Ashrafieh; 961-1-215-046), um restaurante ao estilo do Velho Mundo onde uma trilha sonora animada é fornecida por músicos ao vivo. Itch, uma salada fria picante de trigo, salsa bem picada, tomate picado, limão e temperos, refresca o calor do Oriente Médio. Mas a principal atração é o espeto grelhado ao molho de cereja. Jantar para dois com arak, um destilado local com anis, sai por cerca de 140 mil libras.

23h - Agitos orientais

O fim de noite libera um mar de Cs - Champagne, Chivas Regal, Cohibas, Cartier - no Music Hall (Starco Center, Minet El Hosn; 961-3-807-555; elefteriades.com), onde jovens profissionais endinheirados, capitães da indústria fumantes de charuto e celebridades locais ocupam as mesas e cadeiras para assistir mais de uma dúzia de atrações músicais que apresentam um repertório internacional. Apoiados por uma orquestra em túnicas vermelhas, os talentos variam de divas trajando estampas de leopardo e cantando covers de Beyoncé até os Chehade Brothers, uma dupla palestina que toca improvisos árabes em escalas exóticas. Faça reserva com antecedência. O couvert de US$ 55 é aplicado nas bebidas (os preços são frequentemente expressos em moeda americana e dólares são amplamente aceitos).

 

  • Bryan Denton/The New York Times

    Um número recorde de turistas apareceu para descobrir o Líbano e sua capital em 2009. Homem mergulha no Mediterrâneo

Sábado

11h - Feira fresca

Encontre uma mala vazia e a leve ao Souk El Tayeb (estacionamento do Saifi Village; 961-1-442-664; soukeltayeb.com), a primeira feira direto do produtor de Beirute, que começou em 2004. Vindos do amplo espectro religioso e das diversas regiões do Líbano, dezenas de produtores rurais e artesãos se reúnem todo sábado (das 9h às 14h), o que representa tanto uma experiência social sutil de reconciliação nacional quanto uma excelente feira para compra de azeite de oliva, tomates, queijos, geleias, pães, sabonetes, cestas, flores e quase tudo mais produzido no Líbano. É um local excelente para compras para um brunch fresco. A banca Earth & Co. serve manouche quente (5 mil libras), massa fina assada envolvendo tomilho, queijo labneh e tomate picado.

13h - A estética libanesa

Independente de você estar mobiliando um palácio de sultão ou um mero estúdio, as casas em estilo otomano da cidade em Saifi Village estão rapidamente sendo ocupadas por butiques de altos talentos libaneses em design. Nada Debs (rua Moukhalsieh; 961-1-999-002; nadadebs.com) mistura os estilos do Oriente Médio com os do Extremo Oriente, como um candelabro de carvalho em forma de cubo, gravado com padrões geométricos em madrepérola (US$ 100). E Bokja (ao largo da rua Moukhalsieh; 961-1-975-576; bokjadesign.com), dirigida pela dupla de design Maria Hibri e Hoda Baroudi, pega cadeiras e sofás icônicos de designers ocidentais, como a poltrona Eames, e as reveste com colagens caleidoscópicas de tecidos do Oriente Médio, da Ásia Central e além.

16h - Tarde de vanguarda

Com o novo Beirut Art Center (Jisr El Wati, rua 97, Prédio 13; 961-1-397-018; beirutartcenter.org), a capital libanesa está despontando como forte candidata a capital da arte do Oriente Médio. Inaugurado no ano passado, o primeiro museu de arte contemporânea do país é um espaço branco arejado em dois níveis que recebe exposições rotativas - frequentemente duas por vez - o ano todo. Desde os filmes experimentais do arquiteto libanês Bernard Khoury às fotos de Emily Jacir, uma artista conceitual palestina, as exposições rotativas do museu são as mais incomuns, ousadas, intelectualmente provocativas e desbravadoras que você encontrará em Beirute.

20h - Um retorno a Paris

Um punhado de novos restaurantes franceses parece inclinado a recapturar o antigo apelido de Beirute de Paris do Oriente Médio. Aberto em novembro, o neobistrô Couqley (Alleyway, rua Gouraud, Gemmayzeh; 961-1-442-678; couqley.com) é dirigido pelo chef franco-americano-belga Alexis Couquelet, que é um veterano de grandes cozinhas gaulesas, incluindo o Market de Paris e o La Bastide de St.-Tropez. Duas vezes por semana, ele recebe carnes bovinas e de pato da França, resultando em um bife espesso com molho Bordelaise, e um confit de canard incrementado com framboesas frescas, que cortam a gordura do pato com o vigor ácido de fruta. Faça reserva com antecedência. Jantar para dois, sem vinho, custa cerca de 120 mil libras.

23h - Distrito dos coquetéis

Mashroob é a palavra em árabe para drinque, e você encontrará muitos deles no distrito badalado de Gemmayzeh. Há um bar para cada grupo e humor. Solteiros burgueses e divorciados quarentões bebem vinho Chateau Ksara e lotam o longo bar no Kayan (rua Liban, Gemmayzeh; 961-1-563-611), um bar arejado e com estilo vagamente colonial britânico. Para música árabe ao vivo, gamão e narguilé, experimente o Gemmayzeh Café (rua Gouraud, Gemmayzeh; 961-1-580-817). E quando é hora de dançar a um electro, house e rock independente tocados por um DJ, os garotos bacanas e criativos tomam cerveja Almaza no espaço aveludado do Behind the Green Door (em frente ao Electricité du Liban, rua Gouraud, Mar Mikhael; 961-70-856-866).

 

  • Bryan Denton/The New York Times

    Com o novo Beirut Art Center, a capital libanesa está despontando como forte candidata a capital da arte do Oriente Médio

Domingo

12h - Um brunch em Beirute

Se você ainda estiver sentindo os efeitos de sua noite árabe, mimosas e Bloody Marys, vá ao Casablanca (rua Dar El Mreisseh, Ein El Mreisseh; 961-1-369-334), uma mansão da era otomana reformada com cores da moda e arte contemporânea. Os itens do cardápio como rabanada, ovos beneditinos e rosca com salmão defumado sugerem uma lanchonete de Nova York. Mas a conversa em árabe, francês e inglês dos clientes libaneses traz você de volta à cosmopolita Beirute. Brunch para dois, cerca de 60 mil libras.

14h - Litoral levantino

Em uma cidade de muitas religiões - cristãos, sunitas, xiitas, druzos - pelo menos uma religião é universalmente praticada: a adoração ao sol. Um dos templos mais agradáveis é o Lazy B (na estrada para o aeroporto, Jiyeh; 961-70-95-00-10; lazyb.me), a cerca de 30 quilômetros ao sul de Beirute. De maio a outubro, o tranquilo clube de praia oferece uma costa arenosa, enseadas rochosas, amplos espaços gramados, terraços ao ar livre com vista, piscinas e outros pontos onde as hordas de heliófilos absorvem os raios ultravioleta e cultivam seus exteriores bronzeados. E aqui vai uma última dica de investimento em Beirute: protetores solares e bronzeadores.

 

O básico



O mais novo hotel de luxo é o Four Seasons Hotel Beirut (avenida Professor Wafic Sinno, 1418, Minet El Hosn; 961-1-761-000; fourseasons.com/beirut). Aberto neste ano, o hotel com 230 quartos tem um elegante restaurante mediterrâneo e um luxuoso bar em estilo colonial, com quartos duplos a partir de US$ 250.

O Orient Queen Homes (rua John Kennedy, Ras Beirut; 961-1-361-140; orientqueenhomes.com), perto da Universidade Americana de Beirute, abriu no ano passado e conta com 71 apartamentos e suítes em estilo angular tipo Ikea. Estúdios a partir de US$ 150.

Uma boa aposta barata é o Mayflower Hotel (rua Yafet, Hamra, 961-1-340-680; mayflowerbeirut.com), um hotel em estilo colonial britânico que foi reformado em 2007 e oferece vistas do Mediterrâneo e uma piscina na cobertura, com 85 quartos a partir de US$ 130.