Topo

Com o arquipélago de Bazaruto, o mundo começa a descobrir Moçambique

As águas claras e transparentes de Bazaruto, em Moçambique, fizeram desse destino um dos principais cartões-postais do país - Eduardo Vessoni/UOL
As águas claras e transparentes de Bazaruto, em Moçambique, fizeram desse destino um dos principais cartões-postais do país Imagem: Eduardo Vessoni/UOL

EDUARDO VESSONI

Colaboração para o UOL Viagem

17/06/2010 18h26

Desde a época em que Portugal era a potência dos mares, aquele minúsculo pedaço de terra na porta da Europa já provava o gosto das longas viagens em busca de novas experiências e vantajosas opções de negócios.

Suas travessias foram longe e levaram aquela gente curiosa para a ponta oriental da África, em pleno mar azulado de águas mornas do oceano Índico. É certo que aqueles homens ambiciosos esperavam mesmo encontrar o melhor caminho para as Índias, mas entre uma parada e outra, um território chamou a atenção.

E o que antes era apenas uma paisagem selvagem com povos ancestrais pouco amistosos agora se chama Moçambique e, mesmo com o passado violento de uma guerra civil, começa a se reerguer e a mostrar para o mundo o cenário paradisíaco que um dia atraíra árabes e portugueses.

Os mesmos ventos que trouxeram caravelas e colonizadores trazem agora empresários, profissionais do turismo e viajantes interessados no mais exótico e belo da costa moçambicana: o Parque Nacional de Bazaruto.

Formado por cinco ilhas, esse arquipélago de 1400 km² impressiona não só por seu estilo de vida rústico que se mantém alheio ao crescimento das outras regiões de Moçambique, mas por sua natureza de beleza única que fez do destino um dos principais cartões-postais desse país que abriu suas portas para o setor turístico, há pouco mais de uma década.

Do alto, quando o avião começa a fazer as primeiras manobras antes da pousar nas pequenas pistas de pouso particulares de Bazaruto, a principal ilha do arquipélago, o visitante já tem ideia do paraíso terrestre (ou arenoso, para ser mais específico) que se esconde entre os mais de dois mil quilômetros de costa que fazem de Moçambique um dos destinos litorâneos mais interessantes do sul do continente africano.

  • Eduardo Vessoni/UOL

    Os mesmos ventos que levaram caravelas e colonizadores para Moçambique levam agora à costa moçambicana, o Parque Nacional de Bazaruto


Extensas faixas de areia recortam as águas azuladas da região, cuja transparência e alta visibilidade garantem ao destino o título de um dos mais importantes centros de mergulho do mundo e lhe proporcionam um cenário natural que, sem exageros, lembra alguma daquelas pinturas abstratas de texturas e matizes únicas. Aliás, exclusividade é o que não falta a Bazaruto.

Formado por outras quatro ilhas (Benguerra, Magaruque, Santa Carolina e Bangue), o arquipélago conta com praias isoladas rodeadas por dunas e águas de tonalidades jamais imaginadas para um continente que, por anos, esteve associado à pobreza, violência e guerras civis.

Seu variado ecossistema inclui também dunas arenosas costeiras, recifes de coral, florestas de manguezais e campos de ervas marinhas, espaço suficiente para abrigar 180 espécies de aves, 45 de répteis e 2000 tipos de peixes, sem contar a maior população dos raros dugongos, espécie de peixe-boi encontrado na costa africana.

E tão variado quanto as paisagens de Bazaruto é o caldeirão de línguas que são ouvidas por todos os cantos dessa região simples, cujos 70% da população vivem da pesca artesanal.

Quem chega preparado para falar apenas português, a língua oficial de Moçambique, leva de volta na bagagem linguística a experiência de ouvir, e até arranhar, algumas palavras do melodioso changana, idioma de origem bantu falado pelo grupo étnico Tsonga, e outras línguas trazidas pelos empresários sul-africanos que tem investido alto no setor turístico moçambicano e pela chegada massiva de refugiados, durante os duros anos da guerra civil daquele país, entre 1976 e 1992.

Aos poucos, Moçambique vai se abrindo para o mundo e esse vai conhecendo o que atraiu os olhares atentos daqueles navegadores portugueses.

 

 

Serviço

Pestana Bazaruto Lodge
Tel: (258) (84) 308-3120.
Reservas em São Paulo: Tel: 0800 0266 332 / (11) 3059-5194.
www.pestana.com

Como chegar:
Bazaruto, a principal ilha do arquipélago de mesmo nome, está a 15 minutos de avião de Vilanculos, uma das principais cidades da província de Inhambane e a 700 km de Maputo. Companhias aéreas nacionais oferecem saídas semanais entre a capital do país e Vilanculos, como a LAM (www.lam.co.mz), e entre Vilanculos e Bazaruto, como a CFA (www.cfa.co.za).

O repórter Eduardo Vessoni viajou a convite da rede de hotéis Pestana.