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Opção de estadia em viagens pelo mundo, albergues têm prós e contras

MARCEL VINCENTI

Colaboração para o UOL Viagem

07/04/2010 17h03

A palavra “albergue” tem, para muitas pessoas no Brasil, certa conotação negativa: lembra abrigo para pessoas sem-teto. No mundo do turismo de baixo custo, entretanto, seu significado é outro: albergues são estabelecimentos que hospedam viajantes em quartos compartilhados e cobram preços módicos pelo serviço.

 

A opção pode ser perfeita para aqueles que querem conhecer o mundo, mas têm a conta bancária limitada. Enquanto uma diária de hotel barato em Nova York, por exemplo, dificilmente sai por menos de 60 dólares, é possível encontrar, na Big Apple, camas em albergues por 20 dólares. E a regra é a mesma para outras centenas de cidades do planeta. A pergunta é: vale a pena?

 

Tudo depende do espírito da viagem. Hotéis tendem a oferecer mais conforto, segurança e, principalmente, privacidade. Os albergues, por outro lado, proporcionam interação social: seus quartos são geralmente ocupados por mais de quatro beliches e os banheiros são usados por dezenas de hóspedes. Dorme-se ao lado de pessoas desconhecidas e disputa-se o uso dos chuveiros.

 

Mas há o lado positivo: é fácil fazer amizade com outros viajantes e economizar dinheiro com alimentação (muitos estabelecimentos dispõem de cozinha para os hóspedes fazerem sua própria comida) e diversão (albergues são ótimos em realizar festas que saem bem mais baratas do que uma noite na discoteca) E há a grande vantagem logística: boa parte dessas hospedarias está localizada nas melhores áreas das cidades, onde a oferta de transporte e entretenimento é geralmente farta.

 

Como encontrá-los
Guias de viagem como o Lonely Planet, o Fodor’s e o Rough Guide indicam bons albergues em centenas de cidades do mundo. Mas, hoje, é a internet que oferece as melhores fontes de consulta para o assunto: sites como Hostelworld.com, Hostelbookers.com e Hostels.com permitem ao viajante avaliar e reservar com segurança as hospedarias existentes na cidade que ele planeja conhecer.

 

O Hostelworld.com, por exemplo, conta com uma lista de 20 mil albergues espalhados por mais de 170 países. Seu sistema de busca é simples: o viajante seleciona o país e a cidade que pretende visitar e especifica o período de sua estadia. Será gerada uma lista com todos os estabelecimentos disponíveis no destino, incluindo o preço dos quartos e, mais importante, a avaliação das pessoas que já se hospedaram no local.

Dormir em albergues tem grandes vantagens, mas pode também trazer alguns inconvenientes

Prós Contras
Economiza-se dinheiro Há pouca privacidade
É fácil fazer amizade e trocar informações com outros viajantes É bem provável que no quarto haja pessoas bagunceiras, que roncam ou que chegam no meio da madrugada fazendo barulho
Albergues são geralmente muito bem localizados Há a preocupação constante com a segurança dos bens pessoais
Muitos albergues promovem eventos sociais como festas e jantares entre os hóspedes Os banheiros são compartilhados e nem sempre muito limpos
A viagem ganha mais senso de aventura Muitos albergues promovem eventos sociais como festas e jantares que podem deixar as noites um pouco barulhentas

 

É essa opinião do público que dará ao viajante uma ideia precisa sobre a qualidade do estabelecimento. Cidades como Lisboa, Berlim, Buenos Aires e Budapeste, por exemplo, dispõem de albergues extremamente confortáveis e seguros. Já destinos como Amsterdam, Roma, Londres e Tóquio são notórios por terem quartos superlotados e nem sempre muito limpos.

 

A média dos preços varia de acordo com o continente: em grandes cidades da Europa, a diária de uma cama custará entre 15 e 25 euros. Nos Estados Unidos, os preços variam de 20 a 40 dólares. E nas capitais Buenos Aires e Montevidéu a diária oscila entre 10 e 15 dólares.

 

O Brasil tem atualmente uma ampla rede alberguista. Uma busca no Hostelworld.com indica que em São Paulo, por exemplo, há doze albergues disponíveis, cobrando em média 35 reais pela diária da cama. Já no Rio de Janeiro o número de estabelecimentos sobe para 43, com diárias variando entre 20 e 50 reais. E, em Salvador, são 16 hospedarias, cobrando entre 20 e 35 reais a noite.

 

Muitos dos albergues brasileiros, e de outros países, também têm quartos privados, com taxas um pouco menores que as cobradas pelos hotéis. E grandes redes, como a Hostelling International, oferecem cartões de desconto para seus hóspedes, que podem ser usados em suas filiais de todo o mundo.

 

Há alguns cuidados que devem ser tomados na hora de se reservar um albergue pelos sites citados na matéria (que cobram uma taxa de dois dólares pelo serviço): avalie bem as opiniões deixadas pelas pessoas que se hospedaram no local e dê prioridade aos estabelecimentos que oferecem condições de segurança para seus pertences, como cofres individuais nos quartos. A estadia em um albergue tem tudo para ser uma grande experiência, mas, sem algumas precauções necessárias, a diversão pode virar roubada.