UOL Viagem

31/07/2009 - 12h40

No sétimo dia da Expedição Brasil melhor, um longo translado, cheio de surpresas

FABIO PANZA
Participante da expedição
Iniciamos o dia com um trecho de "Asfalto Mineiro", muita buraqueira espaçada por pequenas áreas pavimentadas. Péssimo para os carros e lento de progressão. Logo saímos da estrada estadual para as estradas abertas pelas grandes empresas mineradoras com uma visível melhora do piso: longas retas de chão bem batido, sem buracos. Cobrindo tudo, um pó tão fino que escorre entre os dedos como talco seco e esconde os buracos do caminho. Passamos a avançar por entre enormes áreas de eucalipto plantado até passarmos ao pé da barragem de Irapé, no rio Jequitinhonha e depois subirmos pelos túneis escavados para sua construção em plena rocha viva.

Após a barragem, nossa primeira baixa séria: o eixo traseiro de uma das Land Rover quebrou, fato inédito em quatro anos de expedição! Imobilizados, tentamos uma solda temporária enquanto parte da equipe se deslocava para providenciar um caminhão plataforma para o transporte. Logo após, novas dificuldades: a balsa que transportaria os carros através do rio estava parada nos obrigando a retraçar a rota da expedição por um terreno que não havia sido previamente levantado. Navegando com mapas locais e os GPSs, cruzamos dois vales com enormes paredões verticais de pedra. Atentos à navegação e ofuscados pela poeira, deu-se o acidente: outra Land Rover escorregou e tombou de lado em uma vala danificando sua lateral e obrigando a equipe a escalar a janela oposta (agora do lado de cima) para sair. Assustados, mas bem, eles ainda ajudaram a rebocar o carro de volta à sua posição normal e tiveram que ser convencidos a não retomar imediatamente a viagem... Foram transportados como passageiros até a adrenalina baixar e estarem aptos a retomar seus postos.

Quase sem tempo para filosofar devido à correria, ficou uma idéia clara a respeito de hoje: quem sabe fazer, sabe improvisar. Num dia em que quase nada saiu como o planejado, terminamos bem e em nosso objetivo graças a organização e esforço de toda a equipe, em especial os mecânicos, que além de passarem a noite trabalhando nos carros, são os últimos a sair da trilha ao fim do dia.

Amanhã iniciamos a Estrada Real.

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