UOL Viagem

17/05/2009 - 06h51

Europa para todo orçamento: um guia para economizar ou esbanjar em Lisboa

SETH SHERWOOD
New York Times Syndicate
Como experimentar o melhor de Lisboa com um orçamento de US$ 250 ou US$ 1.000. A série 'Economizando ou Esbanjando' sugere locais de preços altos e baixos de dez cidades em cada uma destas categorias: Dormir, Comer, Comprar e Festejar, com listagens separadas sobre como gastar ou economizar ainda mais.

Com US$ 250 por dia


Dormir: Alguém tem um fetiche por cinema no novo Hotel Florida (Rua Duque de Pamela, 34; 351-21-357-6145; www.hotel-florida.pt). Esse hotel de 72 quartos foi inaugurado em setembro passado e conta com fotos em tamanho real de Audrey Hepburn e Humphrey Bogart nos elevadores, citações de filmes gravadas nas paredes e um restaurante baseado em um restaurante-lanchonete americano dos anos 50. Estendendo o tema, cada um dos quartos muito brancos e muito kitsch leva o nome de algo ou alguém de Hollywood (Coppola, Nicholson, De Niro), com cartazes emoldurados combinando. Diária de um quarto duplo: a partir de 140 euros.

Comer: Você definitivamente não paga pela atmosfera do O Cantinho do Bem Estar (Rua do Norte, 46; 351-21-346-4265), um pequeno restaurante revestido com velhos azulejos. Mas você paga pelos gloriosos pratos tradicionais de peixes e frutos do mar. Os especiais podem incluir sardinhas perfeitamente grelhadas servidas com arroz e molho de tomate, enquanto as entradas regulares incluem camarões frescos preparados em um espesso molho de alho. Entre os pratos principais, grandes porções de lula fervidas em manteiga derretida com alho. Um pudim robusto serve de sobremesa. Custo por pessoa, incluindo taça de vinho: 30 euros.

Comprar: Por questão de segurança, os viciados em chocolate devem trazer uma camisa de força e mordaça ao Claudio Corallo Cacau & Café (Rua Cecilo da Sousa, 85; 351-21-386-2158; www.claudiocorallo.com). Aberto no ano passado por Ricciarda e Bettina Corallo -cuja família é dona de plantações de café e cacau nas ilhas de São Tomé e Príncipe, no oeste africano- a butique vende barras de chocolate preto, grãos de café cobertos de chocolate e pó de cacau 100% puro. Ainda melhores são os pequenos chocolates recheados com uvas passas e um raro licor feito da fermentação da casca do cacau. Preço de uma caixa de 100 gramas: 10 euros.
  • Reprodução

    Lupa mostra em detalhe a plaquinha de entrada do Claudio Corallo Cacau & Café


Festejar: Quando os bares de Lisboa fecham às 2h da manhã, todo mundo segue para o Music Box (Rua Nova de Carvalho, 24; 351-21-347-3188; www.musicboxlisboa.com), uma boate que lembra uma caverna sob a ponte no bairro do Cais do Sodré. Lá, um público eclético na faixa dos 20 e 30 anos -descolados com visual retrô, garotas de relações públicas que acabaram de sair do trabalho, tipos da moda e da mídia, além de sujeitos intelectuais com óculos retangulares- dança até o amanhecer com um rol eclético de DJs, VJs e bandas locais e internacionais. Preço do couvert, que pode ser usado na conta da cerveja e dos drinques: cerca de 8 euros.

Economizando: Com muitos endereços culturais abrindo mão do preço da entrada aos domingos, ele se transforma em um dia bem-vindo para descansar sua carteira. Muitos locais gratuitos estão concentrados no bairro de Belém. Comece cedo pela Torre de Belém (351-21-362-0034; www.mosteirojeronimos.pt), um forte icônico de Lisboa do século 16, e o Museu Nacional de Arqueologia (Praça do Império, 351-21-362-0000; www.mnarqueologia-ipmuseus.pt), com seus muitos artefatos egípcios, gregos, romanos e mouros. Ambos são gratuitos das 10h às 14h. Ao lado do museu, o Mosteiro dos Jerónimos (Praça do Império, 351-21-362-0034; www.mosteirojeronimos.pt), um mosteiro barroco ornamentado listado pela Unesco, é gratuito o dia todo. E para uma dose de arte de classe mundial -de Salvador Dali a Andy Warhol- atravesse a rua até o Berardo Collection Museum (Praça do Império; 351-21-361-2878; www.berardocollection.com). Custo: zero.
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    'Antiguidades Egípcias' é uma das exposições permanentes do Museu Nacional de Arqueologia


Custo total: 188 euros, ou US$ 254, com o euro cotado a US$ 1,35.

Com US$ 1.000 por dia


Dormir: Desde sua estréia em 2007, o minimalista-chique Fontana Park (Rua Engenheiro Vieira da Silva, 2; 351-21-041-0600; www.fontanaparkhotel.com) já colecionou prêmios impressionantes (Melhor Design de Interior: Quartos e Banheiros, no European Hotel Design Awards) e atrai celebridades internacionais (a atriz Judi Dench, a banda de rock Keane). Os quartos premium do sétimo andar mostram o motivo: superfícies pretas luzidias e angulares, terraços privados com vistas das colinas brilhantes de Lisboa à noite e banheiras brancas profundas Duravit, de Philippe Starck, que cintilam com luzes próprias. O hotel também conta com o muito preto restaurante japonês Bonsai, enquanto o igualmente preto Fontana Bar serve caipirinhas e música de DJ. Diária de um quarto premium: 240 euros.

Comer: Hambúrgueres podem parecer mais adequados para um churrasco de quintal americano do que um exemplo de alta cozinha portuguesa, mas a cozinha de mentalidade global do Olivier Avenida (Hotel Tivoli Jardim, Rua Júlio César Machado, 7; 351-21-317-4105; www.restaurante-olivier.com) é destemida. Uma leve imersão em vinho do porto local, uma fina camada de foie gras quente no topo, algumas cebolas caramelizadas e pronto, você tem um dos muitos híbridos portugueses-internacionais que atraem multidões a essa sala de jantar prateada neobarroca. Outros destaques incluem o carpaccio de polvo e um rico cheesecake com geléia de goiaba. Preço da refeição com três pratos, por pessoa, incluindo vinho: 65 euros.
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    Olivier Avenida tem toques da alta cozinha portuguesa


Comprar: Durante os últimos dez anos, o Vale Douro se tornou a resposta do país a Bordeaux e Napa, produzindo vinhos tintos ousados e complexos de classe mundial. Um excelente local para encher sua adega é a Garrafeira Nacional (Rua de Santa Justa, 18-24; 351-21-887-9080; www.garrafeiranacional.com), onde é possível conseguir uma garrafa de um dos valorizados e difíceis de encontrar vinhos da safra 2000-2003 da Quinta do Vale Meão, cujos vinhos escuros, poderosos e ricos saem de vinhedos do século 19. Preço por garrafa: 125 euros.

Festejar: Após a meia-noite, os belos e poderosos da cidade se misturam sob as batidas dos DJs e bebem champanhe Moët & Chandon no Silk (Rua da Misericordia, 14; 351-91-300-9193; www.silk-club.com). O local badalado com um ano de idade é um estudo de paixão -apenas superfícies pretas, iluminação fúcsia sensual, sofás profundos de veludo. Mas a principal atração é a vista panorâmica das janelas do chão ao teto e o deck externo iluminado à luz de velas. Preço daquela garrafa de champanhe: 130 euros.

Esbanjando: Compras nas butiques de luxo ao longo da Avenida da Liberdade podem ser cansativas: provar as inúmeras roupas, revirar carteiras cheias de cartões de créditos. Felizmente, a Lanidor, uma marca local de moda de luxo, abriu o La Spa (Avenida da Liberdade, 177-A; 351-21-314-4551; www.lanidor.com/la-spa) em dezembro de 2007. Uma colaboração com a Shiseido, uma gigante japonesa de cosméticos, o estabelecimento apenas para mulheres elegantes é uma adição desesperadamente necessária ao cenário carente de spas de Lisboa. Uma massagem facial e corporal de duas horas emprega a técnica Qi -pontos de pressão do shiatsu e toalhas quentes- juntamente com produtos para pele da Shiseido. Conclua a experiência no banho turco com mosaicos azuis ou na piscina coberta zen. O spa é reservado aos homens na sexta-feira. Custo: 115 euros.
  • Reprodução

    Instalações sofisticadas do La Spa


Custo total: 675 euros, ou cerca de US$ 911.

Tradução: George El Khouri Andolfato

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