UOL Viagem

29/03/2009 - 07h00

36 Horas em Phoenix - Programas curiosos, vida noturna bacana e muita comida mexicana

RANDAL ARCHIBOLD
New York Times Syndicate
  • David Kadlubowski/THE NEW YORK TIMES

    Hotel San Carlos, um dos cartões-postais locais, é de 1928

Como o mito da fênix que lhe dá nome, Phoenix parece ter saído do nada para figurar como a quinta maior cidade dos Estados Unidos. Mesmo pessoas que a conhecem há muito tempo têm dificuldade para explicar o apelo da cidade. Phoenix não deixou nenhuma marca firme na cultura pop, exceto por um pequeno papel na cena de abertura de "Psicose". A lista de moradores famosos da área é bem pequena: Barry Goldwater, John McCain e Jordin Sparks estão entre os mais conhecidos. E a cidade é um inferno no verão. Mas os outros nove meses do ano são belos e ensolarados, o que os torna um momento perfeito para visitar as atrações da cidade, como campos de golfe de primeira, resorts elegantes, museus surpreendentes e uma vida noturna bacana.

Sexta-feira



15h - Castelo Misterioso
Todos os tipos de pessoas, algumas delas ricas e famosas, já vieram para Phoenix por motivos de saúde, pelo menos antes da poluição se tornar um grande problema. Mas talvez nenhuma tenha sido mais estranha do que Boyce Luther Gulley, um arquiteto de Seattle, que chegou em 1930 para se recuperar da tuberculose e, enquanto esteve nela, construiu um "castelo" em grande parte a partir de objetos encontrados. Sua filha, Mary Lou, atualmente idosa, ocasionalmente ajuda nas visitas ao que é conhecido como Mystery Castle (800 East Mineral Road, 602-268-1581), um monumento maluco à imaginação de Gulley. A casa é adornada com todo tipo de coisa, incluindo galhos de árvore como cadeiras, janelas tortas e artefatos indígenas.
  • David Kadlubowski/THE NEW YORK TIMES

    Um dos quartos do Mystery Castle, feito a partir de diversos objetos


18h - Tacos e mariachi
A fronteira fica a apenas três horas de distância de carro e mais de um terço dos moradores da cidade é latino, de forma que a comida mexicana predomina. Os moradores de Phoenix debatem quais são os melhores restaurantes, mas é difícil superar o Garcia's Las Avenidas (2212 North 35th Avenue, 602-272-5584; www.garciasmexicanfood.com), dirigido por uma família e conhecido por seu cardápio tradicional e ambiente cavernoso. Uma banda mariachi costuma circular de mesa em mesa, cantando baladas. Não, o cardápio não é ousado, mas os pratos são fartos de favoritos como tacos e enchiladas ao estilo caseiro, sem doer no bolso. Vale a pena provar o suculento Carnitas de Puerco (US$ 9,50).

21h - Hollywood em Phoenix

A avalanche de obras no centro da cidade, incluindo a expansão de um centro de convenções, um hotel e condomínios, poupou algumas poucas jóias, como o histórico Hotel San Carlos (202 North Central Avenue, 602-253-4121, www.hotelsancarlos.com). Estrelas de Hollywood como Mae West e Marilyn Monroe dormiram neste marco de 1928, ao estilo renascentista italiano, que ainda emana um ar de requinte europeu. Os hóspedes atualmente tomam seus drinques à beira da piscina na cobertura e relaxam sob as estrelas - as presentes no céu, que fique bem claro.

Sábado



8h - Omelete do Sudoeste
Os moradores locais invariavelmente indicarão para você o Matt's Big Breakfast (801 North First Street, 602-254-1074, www.mattsbigbreakfast.com), um restaurante-lanchonete popular que serve pratos fartos de Chop and Chick (o apelido para costeleta de porco e ovos, US$ 8,50). Mas o local é minúsculo e a fila do lado de fora pode ser insuportável no calor. Uma opção mais inteligente é aguardar até o brunch ser servido no Welcome Diner (924 East Roosevelt Street, 602-495-1111; aberto das 11h às 15h), a poucos quilômetros ao leste e várias décadas atrás em termos de decoração. É o tipo de lugar onde o cozinheiro conversa com você enquanto serve pratos simples de balcão como sanduíche de ovo frito no pão sourdough (US$ 4). Ele também não é exatamente espaçoso, mas geralmente não há espera e o papo é imbatível.

10h - Bangalôs renascidos
Você não a confundirá com o SoHo, nas algumas pessoas estão tentando rotular a crescente cena cultural na região central de Phoenix como, hã, CenPho. Um aglomerado de galerias, butiques e restaurantes foram abertos em bangalôs reformados ao longo da antes deteriorada Roosevelt Street, onde você encontrará boa moda e obras de arte de artistas promissores - ou mesmo de ultrapassados. Comece pela Made Art Boutique (922 North Fifth Street, 602-256-6233; www.madephx.com), uma butique eclética que oferece revistas antigas, cerâmicas e jóias. Mais à frente na rua fica a Conspire (901 North Fifth Street, 602-237-5446; www.conspirephoenix.com), que conta com as obras de estilistas e artistas locais e um ótimo café bar.

12h - Passeio no Biltmore
Os fãs de compras podem querer checar o recém-reformado Fashion Park (24th Street and Camelback Road, 602-955-1963; www.shopbiltmore.com), um shopping em grande parte ao ar livre com cerca de 70 lojas de luxo, incluindo Cartier, Cole Haan e Ralph Lauren. Se isso lhe botar em um clima de mais elegância, siga para o Arizona Biltmore Resort and Spa (2400 East Missouri Avenue, 800-950-0086; www.arizonabiltmore.com), próximo dali, um oásis de mais de 150 mil metros quadrados de jardins e verde onde as diárias custam a partir de cerca de US$ 300. Você não precisa se hospedar aqui para caminhar pela propriedade e apreciar a arquitetura influenciada por Frank Lloyd Wright e o impressionante teto folhado a ouro.

14h - Grãos e arte
Um sinal garantido de que Phoenix é descolada, ou está chegando lá, é o rico espresso e outros prazeres cafeinados no Lux coffee bar (4404 North Central Avenue, 602-266-6469; www.luxcoffee.com), um ponto alegre para encontros na metade do dia. Os baristas explicarão alegremente como os grãos selecionados são torrados na hora em uma velha torrefadora Victoria Lido. A decoração austera e metálica e as freqüentes exposições de arte são igualmente convidativas.
  • David Kadlubowski/THE NEW YORK TIMES

    Entrada do Heard Museum, renomado por sua coleção de arte nativo-americana


15h - Passado feio
A cultura indígena americana tem raízes profundas aqui, por causa das várias tribos e reservas existentes na região. Quase todas elas contribuíram com mostras ou materiais para o Heard Museum (2301 North Central Avenue, 602-252-8848; www.heard.org), renomado por sua coleção de arte nativo-americana. Ele ganhou destaque por uma exposição sobre os internatos indígenas, que registra a experiência pouco conhecida de milhares de crianças levadas de ônibus de suas reservas, às vezes à força, para escolas do governo, visando apagar sua cultura e "civilizá-las". Fotos pungentes, velhos uniformes, entrevistas orais e outras peças oferecem uma visão poderosa desse capítulo da história.

18h - Drinques vistosos
Os moradores de Phoenix adoram uma boa refeição quanto qualquer morador urbano, mas fora as salas luxuosas nos muitos country clubs, esta é uma cidade descontraída. Não é de se estranhar, então, que as pessoas sigam para o Binkley's (6920 East Cave Creek Road, 480-437-1072; www.binkleysrestaurant.com), onde alta culinária contemporânea americana com uma leve influência francesa pode ser desfrutada de bermuda e camisa polo de golfe. Reserve um tempo extra para chegar lá: ele fica a 56 quilômetros ao norte do centro de Phoenix e o trânsito pode ser pesado. A localização, um minishopping com uma locadora de carros, pode parecer pouco convidativa, mas o chef, Kevin Binkley, que esteve entre os 20 principais candidatos para o prêmio James Beard de 2008, é cheio de surpresas. O amuse bouche é uma especialidade. O último era uma piña colada lava lamp, um drinque de abacaxi com falso caviar (sagu) servido em descanso de copo altamente brilhante. Em comparação, o filé de porco envolto em bacon (US$ 38) pode parecer um tanto sem imaginação, mas não decepciona.

22h - Dançando sem estrelas
Se você nunca esteve em um videoclipe, mas sempre quis saber como é a sensação, vá ao Sky Lounge (132 East Washington Street, 602-229-1110; www.skyloungephoenix.com), um clube latino com pista de dança movimentada e cheia de pessoas em forma. Se a preferência é por rock, um lugar intrigante é o Alice Cooperstown (101 East Jackson Street, 602-253-7337; www.alicecooperstown.com), que leva o nome do famoso roqueiro e morador de Phoenix, Alice Cooper, com comida, bebidas e bandas ao vivo. Os garçons usam maquiagem "olhos de Alice". É preciso dizer mais?

Domingo



10h - Deserto urbano
Phoenix é cercada pelo deserto, mas se marchar por planícies quentes e secas não soa atraente, pare no Desert Botanical Garden (1201 North Galvin Parkway, 480-941-1225; www.dbg.org). Com uma área de 20 hectares em Papago Park, o jardim botânico do deserto é um oásis de cactos elevados, flores cheirosas e plantas surpreendentemente verdejantes no meio do cenário urbano.
  • David Kadlubowski/THE NEW YORK TIMES

    Luxo e conforto em uma das piscinas do Arizona Biltmore Resort and Spa


O Básico


Várias companhias áreas servem o Aeroporto Internacional Sky Harbor em Phoenix. Alugar um carro é obrigatório, mas você terá que tomar o transporte da locadora de automóveis após pegar sua bagagem para chegar até a loja.

Se quiser luxo, faça o check-in no Arizona Biltmore Resort and Spa, que oferece a opção de oito piscinas, um campo de golfe e restaurantes bem cotados pelos críticos. Os quartos custam a partir de US$ 300, dependendo da temporada, e podem custar bem mais caro nela.

Menos popular entre turistas é o Royal Palms Resort (5200 East Camelback Road, 602-840-3610, www.royalpalmshotel.com), que consegue oferecer um grau de isolamento em meio ao espaço urbano. Há abundância de palmeiras, jardins e fontes, dando um repouso para os hóspedes da agitação ao redor. Diárias a partir de US$ 440.

Mais leve para a carteira, mas muito menos isolado, é o novo Sheraton Phoenix Downtown (340 North Third Street, 602-262-2500; www.sheratonphoenixdowntown.com), uma torre de 31 andares e mil quartos com conveniências modernas como TVs de tela plana, conexões Wi-Fi de alta velocidade e decoração contemporânea. Diárias a partir de aproximadamente US$ 200.

Tradução: George El Khouri Andolfato

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