11/11/2008 - 07h03

Escolha seu destino nas noites sacudidas e mexidas de Nova York

PAVIA ROSATI
New York Times Syndicate

Se iogurte (congelado, com sabor) é a moda do momento, então coquetel (elaborado, articulado) é o agito da noite. Os mixologistas são os novos D.J.s da vida noturna de Nova York, e enquanto o Lower East Side continua sendo uma espécie de Epcot Center do after-hours, com seu grande número de bares baratos e chope fluindo livremente, os pontos mais interessantes estão espalhados pela cidade.

E como os coquetéis criativos estão desfrutando de uma renascença, os endereços mais novos e mais badalados estão extraindo seu visual das épocas festeiras do século passado, evocando de tudo, da decadência florida do Império Britânico ao kitsch suburbano dos anos 70.

Entre os mais extravagantes está o restaurante Double Crown e o bar anexo, o Madam Geneva (316 Bowery; 212-254-0350; www.doublecrown-nyc.com), no ressurgente trecho de vida noturna do Bowery. Criado pela inteligente empresa de design AvroKO e pelo chef em ascensão Brad Farmerie, o espaço dois em um é inspirado pela presença do Império Britânico na China, Cingapura e Índia. O destaque especial é o coquetel de geléia feito com, sim, frutas em conserva.

A era da Proibição vive no Apotheke (9 Doyers Street; 212-406-0400), um bar escuro e aconchegante em um trecho de Chinatown que você nunca soube que existia. Segundo a lenda, o endereço antigamente abrigava uma casa de ópio e o esconderijo de uma gangue. Agora é para onde vão os garotos descolados às 3 horas da manhã em uma quarta-feira. Nenhuma senha secreta é necessária, mas alguns dos porteiros prezam gentileza e charme em vez de atitude e arrogância.

Dentro, garrafas farmacêuticas antigas ficam alinhadas no bar, equações químicas estão rabiscadas na parede de tijolos e uma torneira elaborada serpenteia no banheiro. Os coquetéis também são complexos. Tinturas e poções estão estocadas como em um laboratório. O servir de absinto, que está retornando com tudo neste ano, é um processo de um quarto de hora.

A "fada verde" é servida com menos auê no White Star (21 Essex; 212-995-5464), um bar escuro e com estilo ferroviário na parte baixa do Lower East Side, aberto pelo rei do coquetel Sasha Petraske. Se a atual febre de coquetel se deve ao bar Milk & Honey original ao estilo da Proibição de Petraske, então a simplicidade do White Star pode prenunciar um estilo saloon.

Avançando no tempo até os anos 40, você chega ao Catch-22 (4 West 22nd Street; 212-675-0607; catch22nyc.com), uma boate elegante em um quarteirão lotado de clubes em Chelsea. Esse é um local de muitas texturas: de cordas de veludo, de drinques da Segunda Guerra Mundial, de lâmpadas Edison, de tetos revestidos de couro. Mas sem muito nuance em uma noite de sábado: as garotas cantavam junto com Rihanna um pouco alto demais; os rapazes exibiam um pouco demais de produto para cabelo. Uma parede com lousa diante do bar encoraja rabiscos. "Aya + Tali = ♥" "Melhor aniver de todos!" Poetas premiados podem tirar o dia de folga. É um lugar para ser mais bem apreciado nas noites do meio de semana.

Avançamos aos anos 70 no Rusty Knot (425 West Street; 212-645-5668), um salão revestido de madeira com tema de pesca diante do Rio Hudson e de West Village. Um filho de Ken Friedman do Spotted Pig e de Taavo Somer do Freemans, ele é um ótimo endereço para ação após o entardecer.

Apesar da cidade ainda encarar o ocasional fim de semana "acordado até o amanhecer", é o pecado da vida noturna de Manhattan não haver nenhum lugar decente para dançar. É mais fácil dançar em Atlanta no meio de semana do que em Nova York em um sábado, o que pode explicar por que o público fica tão feliz ao descobrir a Santos Party House (100 Lafayette Street; 212-714-4646, www.santospartyhouse.com).

Pague os US$ 10 de couvert e desça as escadas até um porão com iluminação azul. Não se preocupe se estiver vazio. Atravesse a sala e suba a escada no fundo até a pista de dança, onde você suará a noite toda, com canções variando do funk do Q-Tip até música eletrônica importada do Kompakt.

Quando estiver faminto às 3h30 da manhã, não há lugar melhor do que Artichoke Basile's Pizzeria and Brewery (328 East 14 Street, 212-228-2004), uma pizzaria familiar inaugurada há poucos meses. A fatia a ser pedida é a de alcachofra com espinafre sem tomate.

Não cabem mais que 10 pessoas no lugar e as filas geralmente dão a volta no quarteirão. Tudo bem. Ele não fecha antes das 4h (e até mais tarde nos fins de semana). Além disso, a fatia despertará você para a próxima parada antes do amanhecer.

Tradução: George El Khouri Andolfato