UOL Viagem

11/11/2008 - 07h01

36 Horas em Nova York - Os lugares mais badalados da cidade em 2008

SETH KUGEL
New York Times Syndicate
Apesar da crise financeira ter recentemente freado as viagens ao exterior, um ponto positivo de Nova York é sua resistência. Sim, o turista ainda terá preocupações com a questão do dólar mais caro, mas ainda há muitos motivos para planejar uma visita à cidade e curtir os novos restaurantes com cardápios cada vez mais criativos e os pontos badalados colonizando outra parte do Brooklyn. Os historiadores poderão olhar para 2008 como o ano em que Wall Street afundou; os visitantes da Big Apple em busca de modas poderão se lembrar dele como o ano em que provaram pela primeira vez um black maamba.

Fotos Ashley Gilbertson/NYT

Barman prepara drinks com nome black maamba no Clover Club, uma das tendências da vida noturna do Brooklyn
NOVOS HOTÉIS, RESTAURANTES E ATRAÇÕES DA BIG APPLE


Sexta-feira


16h - Arte no Lower East Side

Nas últimas semanas, o Lower East Side despontou como uma das cenas mais quentes de galerias na cidade, mas para os visitantes os melhores locais podem ser difíceis de encontrar. Agora, um mapa colorido do Business Improvement District and GalleryBar da área -recém-saído da gráfica em 24 de setembro- indica 54 galerias e instituições de arte, com sites na Internet inclusos. Eles variam do (relativamente) estabelecido Clemente Soto Velez Cultural and Educational Center ao novíssimo nine5, semelhante a uma galeria, inaugurado neste ano. O mapa está disponível nos hotéis e no endereço www.lowereastsideny.com. Mas se seu interesse é pela arte das compras, há muitas lojas próximas que devem satisfazer esse desejo, entre elas a superbadalada Upper Echelon Shoes (100 Forsyth Street; 212-925-8330), que vende calçados casuais de grife.

20h - Três estrelas, parte 1

Até agora, o crítico de restaurantes do "Times", Frank Bruni, concedeu três estrelas a apenas cinco restaurantes abertos em 2008. Entre eles estava o Scarpetta (355 West 14th Street; 212-691-0555; www.scarpettanyc.com), um novo ponto italiano que exibe o refinado domínio do tomate por Scott Conant. (Bruni elogiou em especial o spaghetti al pomodoro.) Permaneça ao longo do jantar no agitado salão dos fundos ou na amistosa área do bar e depois caminhe pelo bairro, cuja badalação foi apenas ligeiramente afetada por sua aparição obrigatória em "Sex and the City".

23h - Xangai 1930

O espaço na cobertura do Peninsula Hotel foi reformado neste ano e, após o acréscimo das daybeds chinesas nos pátios e de arte contemporânea chinesa nas paredes, reabriu em maio como Salon de Ning (700 Fifth Avenue; 212-956-2888; www.salondening.com). Claro, batizar um bar de luxo com o nome de uma socialite e colecionadora de arte fictícia da Xangai dos anos 30 beira o absurdo. Mas especialmente se você for um dos poucos sortudos a conseguir uma mesa com vista para o jardim de esculturas do Museu de Arte Moderna e pedir um Ninglet, um licor com sabor de sabugo, você esquecerá os artifícios e apreciará o lugar pelo que é: não uma volta nostálgica à China dos anos 30, mas uma descrição da Nova York rica de 2008.


Inaugurado em setembro, o Bell House, no Brooklyn, faz parte dos destinos dos descolados que vão à Nova York


Sábado


11h - Brunch além das mimosas

O chef Maximo Tejada introduziu a cozinha latina livre no Rayuela (165 Allen Street; 212-253-8840; www.rayuelanyc.com) no Lower East Side em 2007; agora ele se deslocou duas quadras ao norte com o Macondo (157 East Houston Street; 212-473-9900; www.macondonyc.com), onde oferece pratos pan-latinos inspirados na comida de rua em um ambiente repleto de energia do centro. Entre as opções: churros espanhóis com chocolate, um salada de quinoa peruano e polvo, e um café-da-manhã dominicano de mangu, queijo frito, ovo frito e salame frito. Pedir um coquetel é uma boa idéia mesmo se você não tiver o costume de beber antes do meio-dia: os drinques são pequenos mas baratos (US$ 7,50), perfeitos para um brunch e com combinações criativamente tropicais, como goiaba e uísque de centeio ou tamarindo e tequila.

15h - Renascimento controverso

No mês passado, o museu antes conhecido como Museu Americano do Artesanato reabriu com um novo nome mais pomposo -Museu de Artes e Design- em um espaço de quase 5 mil metros quadrados no 2 Columbus Circle (212-299-7777; www.madmuseum.org). A mudança do exterior, com suas telhas de terracota e faixas de vidro, foi atacada por muitos críticos de arquitetura. Julgue pessoalmente e então confira exposições como "Segunda Vida", obras de artistas contemporâneos que transformam objetos comuns como listas telefônicas e óculos em arte.

19h - Três Estrelas, parte 2

Com que freqüência você tem a chance de comer em um restaurante três estrelas sem: 1) fazer reservas; 2) pagar com um braço e uma perna? Jean-Georges Vongerichten, cujos outros restaurantes podem lhe custar múltiplos membros metafóricos, trouxe os célebres donos de restaurante japoneses Yoshi, Masa e Taka Matsushita como sócios para abrir o Matsugen (241 Church Street; 212-925-0202; www.jean-georges.com), onde as pessoas que chegam sem reserva dispõem de uma mesa comunal com 32 lugares reservada apenas para elas. Entre os destaques: macarrão soba fresco com três diferentes espessuras e vários molhos (a maioria custando menos de US$ 20) e entradas como "tofu firme", feito na casa (US$ 10).

22h - Seguindo para o Brooklyn

Uma das melhores tendências dos últimos anos é a de bares dedicados a reviver a arte do coquetel, ajudando os nova-iorquinos a apagarem a ressaca de uma década de martinis de gosto ruim. Neste ano a tendência atravessou o Rio Leste, levando o Clover Club (210 Smith Street, Cobble Hill; 718-855-7939; www.cloverclubny.com) ao Brooklyn. A madeira escura, as banquetas de couro e teto de zinco evocavam um estilo antigo com toque leve. O melhor de tudo, drinques com nomes como black maamba custam todos US$ 10 ou US$ 11, uma surpresa agradável para qualquer um acostumado a pagar isso em Manhattan por um gin e tônica genérico.

Meia-noite - Destino dos descolados

Não seria a Nova York do século 21 se algum novo bairro do Brooklyn não estivesse na moda como o novo destino dos descolados. O Bell House (149 Seventh Street, Gowanus; 718-643-6510; www.thebellhouseny.com), inaugurado em setembro, ajudou a introduzir a área de Gowanus -com suas obrigatórias ruas escuras e espaços industriais- como mais recente candidata. No primeiro mês ela contava com um perfil eclético quase indefinível, de burlesco a hip hop até a banda neozelandesa The Veils, tocando em um salão cavernoso para cerca de 400 pessoas. Se o show da noite não for do seu agrado, vá ao bar de escala muito menor, aconchegante e com iluminação mais acolhedora para analisar a cena.


Atrizes se preparam no camarim para apresentação do musical "Boeing-Boeing", premiado com o Tony por melhor remontagem de peça e melhor ator


Domingo


Meio-dia - Brunch com hambúrguer

Você realmente não precisa de cinco guardanapos para se limpar após comer o hambúrguer que é especialidade da casa no 5 Napkin Burger (630 Ninth Avenue; 212-757-2277; www.fivenapkinburger.com), repleto com suculento molho aioli e cebolas caramelizadas; faça sua parte em prol do meio ambiente e lamba os dedos. A inauguração em junho deste endereço em Hell's Kitchen (também conhecido como Clinton), e sua lotação subseqüente, mostra que o apetite de Nova York por hambúrgueres finos continua em alta em 2008.

15h - Remontagem pós-hambúrguer

Porque é novo não significa que não é velho. Os críticos elogiaram as novas montagens do musical "South Pacific" e da peça "Boeing-Boeing", ambas premiadas com o Tony (o Oscar do Teatro) -"South Pacific" como melhor remontagem de musical e "Boeing-Boeing" por melhor remontagem de peça e melhor ator. "South Pacific", um clássico de Rodgers e Hammerstein (no Vivian Beaumont Theater no Lincoln Center; ingressos pelo Telecharge, 212-239-6200; www.telecharge.com), estreou em 3 de abril e foi chamada de "arrebatadora" pelo crítico Ben Brantley, do "New York Times". "Boeing-Boeing" (Longacre Theater, também pelo Telecharge) estreou em 4 de maio e rapidamente superou o número de apresentações da peça original (apenas 23) na Broadway, em 1965. Brantley a chamou de "deliciosa e delirantemente inocente", o que é bom para uma comédia sobre um americano em Paris mantendo casos amorosos com três comissárias de bordo.

Informações básicas

Nova York é servida por três grandes aeroportos: John F. Kennedy International, La Guardia e Newark Liberty International. Uma viagem de táxi do JFK ao centro custará um valor fixo de US$ 45, mais taxas e gorjeta; cerca de US$ 35 (incluindo taxas e gorjeta) de La Guardia; e cerca de US$ 50 (incluindo taxas e gorjeta) de Newark. Os aeroportos JFK e Newark também contam com serviço de trem: o AirTrain JFK (US$ 5 a passagem), que o liga à linha férrea Long Island Rail Road ou ao metrô de Nova York na estação Jamaica, e o AirTrain Newark (US$15), que leva os passageiros até a Penn Station. Também há serviços de ônibus e traslado.

Para aqueles com dinheiro para queimar (isto é, aqueles que têm mantido suas economias debaixo do colchão e não no mercado de ações), o Plaza Hotel (Fifth Avenue no Central Park South; 888-850-0900; www.fairmont.com/theplaza) reabriu neste ano após uma reforma que transformou grande parte do prédio icônico em apartamentos, mas que deixou 282 quartos de hotel com diárias a partir de US$ 755.

Descendo a Madison Avenue em Murray Hill, o Morgans Hotel (237 Madison Avenue; 212-686-0300; www.morganshotel.com) também reabriu após reformas, que incluem uma instalação no lobby de autoria do grupo de design francês Trafik. Diárias a partir de US$ 299.

Uma empresa que está apostando no futuro de Nova York é o Wyndham Hotel Group (www.wyndhamworldwide.com), que tem cinco hotéis em construção em Manhattan, três com inauguração prevista para este ano: um em Chelsea, um em Maiden Lane, no distrito financeiro, e um no centro.

Tradução: George El Khouri Andolfato

Chip East/Reuters

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