UOL Viagem

17/10/2008 - 19h41

Uyuni, um paraíso branco onde a Terra toca o céu

EDUARDO VESSONI
Colaboração para o UOL Viagem*

Eduardo Vessoni/UOL

O Salar do Uyuni é o único ponto natural brilhante que pode ser visto do espaço

O Salar do Uyuni é o único ponto natural brilhante que pode ser visto do espaço

A Bolívia ainda tenta resolver suas diferenças internas. Seus habitantes têm entalado na garganta até hoje a perda de sua saída para o mar; a água e a energia elétrica são produtos controlados em certas regiões; e a comida nem sempre agrada os estômagos mais sensíveis.

Mesmo assim, uma imensa área de 12.000 km², a mais de 3.600 metros de altura, fascina viajantes de todo o mundo com uma das imagens mais impressionantes do nosso continente: o Salar do Uyuni, o único ponto natural brilhante que pode ser visto do espaço.

Mas aqui na Terra, o visitante que coloca seus pés sobre esse paraíso branco de puro sal sob um céu extremamente azulado é capaz de jurar amor eterno à Bolívia e esquecer todos os problemas.

Diferente do que se imagina, a região não foi um oceano, mas o que sobrou das águas do Minchin, um gigantesco lago pré-histórico que teve suas águas salgadas evaporadas há milhares de anos. A força da natureza por ali é tão grande que o Salar tem crescido com as chuvas que vêm expandindo as suas margens, em um constante processo de evaporação que mantém vivo esse cenário branco.

Cresce o Salar, cresce o número de visitantes sobre suas placas brancas que vão de dois centímetros a cinco metros de profundidade de puro sal. San Juan, uma província próxima à atração, viu seus registros pularem de dois ínfimos visitantes em 1975 para 60 mil no último ano por conta do fôlego que essa formação deu para a região.

A população local logo se deu conta do interesse mundial pelo Salar e viu ali uma oportunidade de diversificar seus poucos ganhos provenientes da pecuária e agricultura. Povoados como Colchani, com 1.400 habitantes, tem 70% da sua população vivendo da extração e comercialização de sal. Parece até miragem.

O Salar do Uyuni parece mesmo ilusão de ótica para os que chegam pela primeira vez. Os visitantes que desembarcam na Ilha Incahuasi, uma das paradas já em território branco, não se cansam de ensaiar fotos com efeitos óticos de diferentes perspectivas. E a brincadeira vai ganhando outros tons de acordo com a época do ano.

De dezembro a março, as chuvas formam uma capa fina de água sobre o Salar que reflete tudo o que se encontra acima do gigante branco. Já o inverno garante uma área seca sem riscos de alagamentos, embora o frio à noite seja implacável com seus 20 graus negativos.

*O jornalista Eduardo Vessoni viajou a convite da agência Imperio Inca

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