A Bahia é um Estado conhecido pela sua religiosidade. A cada vilarejo ou cidade, a manifestação da crença baiana é latente. Onde o Estado não está presente, as igrejas estão. Evangélicas, católicas, umbandistas, elas estão espalhadas por todos os cantos.
Tamanho é o descaso do Estado em certas regiões da Bahia, a população vive em condições precárias. O carro médico da expedição em todas as paradas recebe centenas de pessoas na esperança de um atendimento decente.
A expedição tem no seu comboio um carro de apoio médico dedicado única e exclusivamente para atender os participantes, mas os médicos na medida do possível respondem às dúvidas dos nativos com propriedade. A equipe médica é internacional. Chefiada por Mauricio Tujillo, que atende na emergência do hospital Mercy, em Miami, é especialista em resgate médico e salvamento. É assessorado por Robert Coolier e Ivan Castelon, ambos do sistema de saúde norte-americano. Maurício não perde a expedição, todo ano ele vem ao Brasil para curtir as férias e reencontrar os amigos. Conforto e segurança para os participantes. Os equipamentos instalados no carro não perdem em nada para os melhores prontos-socorros do Brasil.
Saindo de Irecê (BA) para Jacobina (BA), no alto da serra baiana, atravessamos uma serra rochosa, cercada por árvores secas. Ali, apenas o mandacaru permanece verde. Uma verdadeira "floresta-fantasma". No alto da serra visitamos a gruta do Brejões. Uma caverna com mais de 100 metros de pé-direito, cheia de formações com estalactites e estalagmites gigantes. O mais impressionante é o "bolo de noiva". Formado ao longo de milhares de anos, tem formato de um bolo e tamanho descomunal. Vale a visita.
Seguindo em frente, a vegetação fica mais rica e verde. A economia da região é baseada na extração do mármore e na agricultura. Vimos as primeiras plantações de milho e outros alimentos. A mudança de paisagem é intensa. Cada vez mais alto, começamos a sentir o frio da serra, muito vento, uma garoa fina em forma de orvalho. Clima perfeito e agradável para uma boa noite de sono no alto da serra baiana.
De volta à trilha, depois de muita lutaA equipe "família metralha", formada por Miriam e Wilma Bastos, teve um rali à parte. O carro quebrado no primeiro dia as fez viajar no caminhão-plataforma, do Jalapão até Barreiras. Já quase de madrugada em nosso dia de folga elas saíram em direção ao mecânico mais próximo. O guincho atolou cinco vezes. A viagem demorou cerca de 10 horas. Correria para arrumar o carro e encontrar o comboio em Jacobina (BA). Fizeram sozinhas o trecho de Irecê até lá. A festa foi grande quando reencontraram o grupo. As bicampeãs da gincana da expedição são o maior exemplo do espírito aventureiro da empreitada. Sempre de bom humor, as "metralhas", a única equipe formada 100% por mulheres, é um capítulo à parte.
JACOBINA (BA)População: 76.463 (2007)
Território: 2.320 km²
Hoje conhecida por ser uma interessante opção de turismo ecológico, Jacobina já foi chamada de Cidade do Ouro, no século 17, quando atraía bandeirantes paulistas em busca de ouro e pedras. Ainda tem como principal atividade econômica a exploração de jazidas auríferas. Possui edifícios históricos, como a Capela do Bom Jesus da Glória, feita no início do século 17, e a igreja Matriz, construído no século 18.
Diz-se que a primeira micareta do país ocorreu em Jacobina, em 1933, quando o jornal "O Lidador" buscava um motivo para promover uma festa.
Onde ficar: Hotel Portal de Jacobina (no centro; tel.: 74 3621-7022); Hotel Serra do Ouro (na Caixa D'Água; tel. 74 3621-3324); Hotel Vale do Rio (no centro; tel. 74 3621-5994); Hotel Esmeralda (no centro; tel. 74 3621-0285); Jacobina Palace Hotel (no centro; tel. 74 3621-2488)
Onde comer: Hotel e Restaurante Ponte da Missão (rua Missão, 116); O Ponto G Sanduicheria Ltda (rua Manoel Novaes, 134); Nino Som Lanchonete (rua Sem. Pedro Lago, 129); Piemonte da Chapada (praça Barão do Rio Branco, 200, centro; tel. 74 3621-2046); Rancho Catarinenese (av. Nossa Senhora da Conceição, 1.188; tel. 74 3621-1889)