UOL Viagem

30/07/2008 - 19h55

Expedição Brasil Melhor, terceiro dia: Entrando na Bahia, depois dos atoleiros

FABIO CUNHA
Participante da expedição

Poio Estavski/UOL

Rio Preto foi um agradável refresco no caminho de Mateiros (TO) a Barreiras (BA)

Rio Preto foi um agradável refresco no caminho de Mateiros (TO) a Barreiras (BA)

Para entrar no Estado da Bahia a partir de Mateiros não há outro caminho a não ser pelo próprio Jalapão. Não poderia ser melhor para quem gosta de off road, muita areia e um trecho quase intransponível.

Logo no início da viagem passamos por mais uma atração do Jalapão, a pedra da Baliza. Uma formação rochosa em forma de rabo de baleia, esculpida pela água e pelos ventos que desviam das formações geográficas em forma de mesa que predominam na região.

Foi lá que recebemos a informação que a estrada estava bloqueada por dois caminhões tipo bi-trem. Um vazio e outro carregado. Fomos rapidamente para o local na expectativa de ajudar a desbloqueá-la, abrindo caminho para que nosso comboio, que nesse dia contava com os caminhões que carregam as doações da expedição, pudesse passar.

Normalmente, a cada dia temos dois roteiros na expedição: o dos off roaders e produção e o da equipe que faz toda a logística das doações nas cidades de destino. Como o Jalapão está em uma região isolada do Brasil, não há outro caminho a não ser pelos areiões que o cercam.

Expedição Brasil Melhor


Na chegada ao local soubemos que um dos bi-trens estava parado há quase 24 horas. Carregado, não teria como sair dali sem a ajuda de um trator de grande porte. Alívio, logo chegou um trator gigante com duplo eixo traseiro para liberar a passagem. Dos três caminhões que compunham nosso comboio, um deles atolou.

Na mesma hora me prontifiquei a rebocá-lo. Adoro resgatar carros. Muitas vezes, nas inundações de São Paulo, fico frustrado de não poder resgatar os carros em situação de risco de alagamento. Nas trilhas me divirto muito quando os carros atolam. Fiquei em êxtase, pela primeira vez pude rebocar um caminhão atolado no areião. Foi rápido, mas valeu a viagem.

Seguimos em frente em direção à Bahia. Vimos as primeiras fazendas de algodão bem próximas ao Jalapão. Mudança drástica de paisagem no perímetro da quilométrica plantação. O cerrado dá lugar à caatinga brasileira com vegetação mais alta e densa.

Nesse caminho encontramos o rio Preto, bem largo, com águas cristalinas, cheio de pedras e correnteza. Foi o local ideal para um banho de rio. Definitivamente a água é o tônico da vida. Onde ela está é tudo mais fértil e bonito.

Seguimos em frente, renovados. Chegando na Bahia, pudemos perceber de imediato o problema do alcoolismo no Brasil. Nas pequenas comunidades em que passamos, muita gente alcoolizada à beira da estradinha composta de areia e terra.

Seguimos para Barreiras para a primeira atividade extra dos aventureiros. Todo ano a organização do off road, encabeçada pelo experiente Luiz Anchieta, diretor de prova, cria um espécie de gincana.

São cinco provas: lembrança de cada cidade-dormitório, espírito de solidariedade, melhor foto de ação social, melhor frase e foto do rio São Francisco e esporte outdoor. Hoje, a brincadeira foi um rafting no rio Barreiras para refrescar a turma que segue em direção ao Velho Chico.

BARREIRAS (BA)
Capital do oeste baiano, à margem esquerda do rio São Francisco
População: 129.501 (2007)
Território: 7.895 km²
Atrações naturais: cachoeira do Acaba Vida e cachoeira do Redondo (ambas formadas pelo rio de Janeiro)
Atrações culturais: centro histórico, Solar da Fazenda Água Doce (distante 9 km da cidade, em estilo mexicano), povoado do Cantinho (onde se mantém a tradição da devoção ao Senhor dos Aflitos)
Pratos típicos: galinha caipira com pirão de mulher parida; pirão de cabeça de surubim; rubacão (arroz e feijão cozidos juntos e refogados com carnes salgadas e todos os temperos)
Onde comer: restaurante D'Ville; a la carte (no hotel Solar das Mangueiras; av. Ahylon Macedo, 2.000); restaurante do hotel Buritis; a la carte (BR-020, saída para Brasília, Três Bocas); restaurante do hotel Água Viva; frutos do mar (BR-020, saída para Brasília, Três Bocas); restaurante Chão de Brasa; churrascaria e self-service (rua do Estádio, 64, Centro); restaurante Los Pampas; churrascaria (BR-020, km 0, shopping Rio de Ondas); restaurante Oriental; comida chinesa (rua Café Filho, 35, Centro); restaurante Ancoradouro; bar e pizzaria (av. Presidente Vargas, 15, Centro)
Onde ficar: hotel Solar das Mangueiras (77 3612-9200); hotel Chalé dos Buritis (77 3611-3852); Center Apart Hotel (77 3611-6414); hotel Rio Grande (77 3611-5045); Príncipe Hotel (77 3611-3111); hotel Morada Nobre (77 3611-2838);
Fênix Apart Hotel (77 3611-6414)

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